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Diferenças Raciais E Saúde

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Por:   •  28/9/2013  •  3.206 Palavras (13 Páginas)  •  437 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O interesse no estudo das desigualdades sociais em saúde tem crescido de maneira expressiva nas últimas décadas e se tornado parte integrante da agenda de pesquisa de organismos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde através de sua Comissão de Determinantes Sociais da Saúde e de países como os Estados Unidos, Inglaterra e Brasil (Bastos, 2010).

Ainda Bastos (2010) determina que a desvantagem sócio-econômica de determinados grupos raciais e, em especial, as discriminações de que são alvo são considerados os determinantes mais importantes das desigualdades raciais em saúde.

Segundo o Ministério da Saúde (2001) para a população afro-descendente a frequência, distribuição e causalidade das doenças mais incidentes é influenciada por características de ordem genética devido a alta miscigenação de negros provenientes de diversos locais da África, europeus e a população indígena, interagindo com outros marcadores de posição social, como: gênero, educação e renda.

Algumas das doenças mais frequentes na população afro-descendente são anemia falciforme, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase, hipertensão arterial e diabetes Mellitus.

DESIGUALDADES RACIAIS E SAÚDE

Os processos históricos antigos ou recentes de mudanças sociais, ambientais e econômicas, as guerras por motivos étnicos, religiosos e territoriais, abruptas mudanças político-econômicas além das expansões demográficas, o contato com outros povos (ou mesmo a ausência de tais fatos) são importantes influências sobre os quadros de saúde de determinados grupos.

Notam-se especialmente dados que visam mostrar as divergências em saúde, perante separações geográficas, sócio-econômica ou mesmo por gênero. Recentemente as desigualdades étnico–raciais antes apenas associadas às demais, vêm recebendo maior relevância na produção de diferentes perfis de doenças. (Chor; Lima, 2005).

Embora haja evidências de que a explicação fundamental para a maior parte das divergências em saúde entre raças/etnias sejam por critérios econômicos – sociais, que se acumularam ao longo de gerações, os caráteres genéticos e diversidades de Culturas também são consideradas como parte das causas.

Diferenças raciais em Saúde devido à critérios econômico-sociais

De acordo com Krieger (2003) citado por Chor e Lima (2005) a origem maior das desigualdades étnico/raciais está na discriminação racial. Está junto a um de seus efeitos, a desigualdades econômico – social, colaboram com as discrepantes diferenças na saúde.

Pode – se como exemplo a situação de marginalidade sócio–econômica dos povos indígenas que, em 2001, teve 9% dos óbitos sem assistência médica, apresentou a pior proporção de causas mal definidas com 25%, enquanto a raça amarela apresenta a menor mortalidade entre os menores de um ano (3%) e a maior parcela da população acima dos 50 anos (82%), os indígenas encontram – se com a maior mortalidade infantil relativa (17%) e a menor mortalidade proporcional no grupo mais idoso (47%) (Chor;Lima, 2005).

Já a população preta, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), manteve o maior risco de morte de 2000 a 2003 nas regiões Nordeste e Sudeste, com tendência a um aumento na magnitude da razão de taxas de mortalidade, também apresentou a maior taxa de mortalidade por causas externas desse período (na região Centro – Oeste, em 2000).

Diferenças raciais em Saúde devido à fatores genéticos

Nos estudos genéticos, o uso da ancestralidade auto-relatada reduz a proporção de falso-positivos quando há uma forte correlação entre o risco da doença e a ancestralidade genética (Languardia, 2006).

Mesmo sem ainda tomar conhecimento do trabalho de Mendel, Darwin já notava a influência das barreiras geográficas com a dessemelhança dos habitantes de áreas distintas:

A dessemelhança dos habitantes de diferentes regiões pode ser atribuída à modificação ocorrida por meio da seleção natural e, secundariamente, à influência direta das muitas condições físicas. O grau de dessemelhança dependerá da maior ou menor facilidade de imigração de formas de vida mais dominantes, em período mais ou menos remoto; da natureza e do número dos primeiros imigrantes; de sua ação e reação, conforme a luta pela sobrevivência que deve ser travada; das inter-relações dos organismos, que muitas vezes, tivemos a oportunidade de afirmar, são as mais importantes de todas as relações. Então, deve-se levar em consideração a importância das barreiras que impedem a migração e do tempo, que é o principal responsável pelo lento processo de modificação pela seleção natural. Espécies que possuem habitat muito amplo, uma grande quantidade de indivíduos e já derrotaram muitos concorrentes, que antes viviam em seus atuais domínios terão mais chances de ocupar novos lugares, caso tenham a oportunidade de ser transportadas para outros países e regiões. Nesses novos lares, estarão expostas a novas condições e sofrerão modificações e aperfeiçoamentos, tornando-se assim novamente vitoriosas, produzindo novos grupos de descendentes modificados (Darwin, 1860).

Olhando por um ponto de vista neo-darwinista, podemos explicar as diferentes proporções de seres afetados e portadores entre as etnias de modo explicitamente científico, apontando 3 fatores para a ocorrência diferenciada desses genes: origem geográfica, etiologia genética e as estatísticas de prevalência.

No Brasil, há tantas etnias diferentes, oriundas de variados locais do globo, na formação de seu povo que acabam por mostrar, não apenas uma maior variação de genes, culturas e traços, mas sim o perfil de sociedades que vêm sendo construídas, por meio da globalização, ao redor do planeta.

Mesmo com uma grande miscigenação, o país ainda apresenta grupos isolados. Visando esse contraste especifico e também considerando as grandes diferenças entre as medidas que podem ser tomadas para amenizar as diferenças raciais de cunho social; as quais se notam que a resposta é mais ligada às políticas de intervenção social em vigor ou não, ou seja, já têm medidas para mudança conhecida, embora nem sempre sejam colocadas em prática; os quadros clínicos apresentados pelas variantes genéticas na saúde da população, que normalmente causam deficiências que interferem

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