Educação Em Saúde: Uma Reflexão Histórica De Suas Praticas
Artigo: Educação Em Saúde: Uma Reflexão Histórica De Suas Praticas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gigiribeiiro • 27/5/2014 • 523 Palavras (3 Páginas) • 1.453 Visualizações
Educação em Saúde: Uma reflexão histórica de suas praticas
Para compreendermos melhor a relação entre a educação, saúde e suas práticas é preciso uma análise histórica de todo o desenvolvimento da educação em saúde, desde a hegemonia das classes dominantes até os tempos de hoje.
Organizou-se pela primeira vez no Brasil, na segunda metade do século XIX a ideia de uma pedagogia higiênica, sendo a população-alvo dessas práticas as famílias da elite. Queriam europeizar os costumes e urbanizar os hábitos da elite brasileira, com objetivo de mudar o perfil sanitário da antiga família colonial, composta de agregados, escravos, domésticos e serviçais, em uma instituição conjugal e nuclear marcada pelo sentimento de privacidade. Tal fato alimentou indiretamente, ideologias racistas e preconceituosas, servindo para exploração das classes em nome da superioridade racional e social das elites brancas.
Nesta época não interessava para o Estado mudar o padrão sanitário de uma certa parcela da população chamadas de “desclassificados”. Já no final do século XIX e início do século XX, o Estado viu-se obrigado a estruturar as primeiras intervenções sistemáticas de educação em saúde ampliadas as classes populares, justamente para combater epidemias de febre amarela, varíola e peste, que estavam prejudicando a exportação do café, pois vários navios de bandeiras estrangeiras deixaram de fazer escala no Brasil, aportando diretamente na Argentina.
Além desses fatos muitos outros foram acontecendo no decorrer dos anos. Em 1903 grupos de operários de limpeza pública, acompanhados de soldados da polícia percorriam as ruas e visitavam as casas, desinfetando, limpando, exigindo reformas, interditando prédios e removendo doentes e tudo o que julgassem prejudicial à saúde da população.
O Estado passa a acreditar que a falta de informação e ignorância da população era a causa para a existência das doenças, assim então distribuíram folhetos avulsos denominados “conselhos ao povo” sobre como evitar doenças, na verdade era um meio que as autoridades tinham como desculpa para dizer que haviam alertado o povo antes de tomarem iniciativas mais severas, pois grande parte da população era analfabeta.
No decorrer dos anos, com o avanço da biologia e da psicologia, as crianças e adolescentes passaram a ser a população preferencial a receber, através das escolas, e postos de saúde, além disso, foi criado a fundação SESP (Serviço Especial da Saúde Publica) que se baseou na criação de postos permanentes, centro de saúde e postos rurais em várias regiões. Desde então a educação em saúde vem cada vez mais crescendo e apesar do desenvolvimento e de uma reorientação no campo das reflexões teóricas e metodológicas da educação em saúde, o mesmo não vem acontecendo na pratica dos serviços. Talvez um dos grandes desafios seja a formação de uma nova hegemonia representada por recursos humanos de formação orientada pela educação popular e respeito aos saberes da comunidade, em busca de uma verdadeira cidadania compartilhada.
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