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Enfermeira Florence

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Por:   •  6/4/2014  •  1.285 Palavras (6 Páginas)  •  789 Visualizações

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Publicado em: 04/12/2013

Enfermeira Florence - "a dama da lâmpada"

Por Isadora Santana Fernandes

Acadêmica de Enfermagem do CEULP/ULBRA

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Pintura de J. Butterworth

"A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, como a obra de qualquer pintor ou escultor;

pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao

tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus?

É uma das artes, poder-se-ia dizer, a mais bela das artes."

Florence Nightingale

Florence Nightingale nasceu no ano de 1820 em Florença, Itália, por isso, recebeu esse nome, uma homenagem a cidade em que nascera. Era de família rica, e seu destino seria como o de outras mulheres de sua idade e classe social: fazer um bom casamento, cuidar da casa e da família. Seu pai, William Nightingale, empenhou-se bastante na educação de suas filhas, algo que na época só poderia ser feito com os homens, pois até então, não viam a necessidade de proporcionar educação às mulheres. Por conta disso, Florence cresceu com grande interesse em relação aos estudos.

Florence Nightingale

Florence teve várias experiências religiosas, dentre elas, uma revelação de Deus de que tinha a missão de servi-lo. A maneira que ela encontrou de cumprir com a sua missão foi cuidar das pessoas doentes. Apesar da preocupação que seus pais tinham com sua educação, não concordavam com o fato de que mulheres de alto poder aquisitivo pudessem trabalhar, pois o trabalho era restrito àquelas que eram viúvas ou pobres. Mas, ela enfrentou sua família em busca de seus sonhos, passou a visitar hospitais em diferentes lugares para conhecer as necessidades e aprender como cuidar de pessoas enfermas. Em uma visita a um projeto destinado a cuidar de doentes, criado por um pastor da Igreja Luterana, decidiu que dedicaria o resto da sua vida à enfermagem.

Um membro do governo inglês convidou-a para chefiar um grupo de enfermeiras para cuidar dos feridos durante a guerra da Crimeia. Com bastante entusiasmo aceitou o convite, pois além de contribuir com o próximo, viu nessa viagem uma possibilidade de realizar tudo o que aprendeu durante as visitas nos hospitais.

Guerra da Crimeia - Cerco de Sebastopol

A Guerra de Crimeia nasceu de um embate entre russos e otomanos, mas acabou envolvendo outros países, fazendo com que o conflito durasse dois anos. Várias pessoas morreram. As principais causas da morte eram as doenças infectocontagiosas, a falta de higiene nas enfermarias e também a falta de preocupação das enfermeiras com a higiene pessoal dos pacientes. Obstinada a revolucionar a saúde dos militares feridos na guerra, Florence tentava realizar tudo que aprendeu com extrema dedicação e afinco.

Assim, caminhava pelas enfermarias durante a noite sob a luz de uma lâmpada para observar os feridos que ali estavam, e, por conta disso, ficou conhecida como a “dama da lâmpada”. Ficava horrorizada com a sujeira do local, bem como com a falta de higiene dos pacientes. Sua inclinação para a matemática teve bastante utilidade em estudos estatísticos que apontaram o alto índice de infecções. Isso a fez refletir sobre o quanto as medidas de higiene e limpeza seriam úteis nesse processo de cuidado. Passou a organizar “mutirões” de limpeza nas enfermarias, recrutou as enfermeiras que eram supervisionadas por ela, como forma de enfatizar a importância de manter a higiene do paciente. Preocupava-se constantemente em ensinar aos enfermos a realizarem o autocuidado, e os que já tinham sua independência eram responsáveis por ajudar os demais. Com isso conseguiu diminuir consideravelmente o número de óbitos e doenças advindas da limpeza ineficaz.

Nessa época, a enfermagem era subordinada ao profissional médico, não tinha autonomia de avaliar o cliente e realizar os cuidados que eles precisavam para ajudar no seu processo de cura. Florence era perseguida pelos médicos por causa de suas iniciativas, já que eles viam tais atitudes como desobediência. Muitas vezes, os médicos negligenciavam o atendimento a alguns enfermos por conta de os mesmos serem inimigos de guerra. Mesmo assim, Nightingale os desafiava em busca de colocar a saúde do ser humano acima de diferença de qualquer natureza.

Por causa de sua luta, foi merecidamente reconhecida pelas suas conquistas como enfermeira. Ao voltar da guerra, continuou contribuindo para que a enfermagem alçasse voos mais altos, alcançando sua independência. Fundou a primeira escola de enfermagem do mundo no Hospital Sain’t Thomas, em Londres; escreveu um livro sobre treinamento para enfermeiras e contribuiu com a comissão governamental sobre saúde dos militares.

A dedicação de Florence Nightingale pela enfermagem foi extremamente importante para torná-la uma profissão reconhecida. Com a criação da escola de enfermagem, a profissão passou a ter um maior reconhecimento, pois antes era realizada por mulheres que exerciam a função empiricamente, com péssimas condições de trabalho e baixa remuneração.

A enfermagem passou ter autonomia no planejamento e execução dos cuidados a serem prestados,

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