Epidemiologia Da Hipertensão Arterial
Trabalho Universitário: Epidemiologia Da Hipertensão Arterial. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: DarleneBS • 20/10/2014 • 9.376 Palavras (38 Páginas) • 783 Visualizações
Epidemiologia da Hipertensão Arterial
Prevalência da HAS
Conforme estudos Americanos a prevalência da HAS aumenta progressivamente com a idade em ambos os sexos. A prevalência entre os negros é sempre maior em qualquer idade. Até os 40 anos a prevalência é próxima a 10% (20% para a raça negra), até os 50 anos chega a 20% (40% para a raça negra), após 60 anos ultrapassa os 40%, atingindo 60% após 70 anos.
No Brasil ha vários estudos que demonstram uma prevalência elevada de hipertensão arterial na população, em média se situa na casa de 15% da população geral adulta, variando conforme o estudo e a localidade pesquisada de 9 a 30% de prevalência. Os segmentos sociais mais pobres são os que possuem maior prevalência de hipertensão e também de complicações como acidente vasculares. As regiões rurais apresentam menor prevalência de hipertensão em relação a metropolitana. O índice de prevalência de hipertensão varia numa mesma população de determinada origem conforme ocorrem migrações, portanto o ambiente é um importante fator determinante. A urbanização, os hábitos sociais e a atividade profissional são determinantes maiores.
Em 2003, 27,4% dos óbitos foram decorrentes de doenças cardiovasculares, atingindo 37% quando são excluídos os óbitos por causas mal definidas e a violência. A doença cerebrovascular, cujo fator de risco principal é a hipertensão, teve redução anual das taxas ajustadas por idade de 1,5% para homens e 1,6% para mulheres. O conjunto das doenças do coração, hipertensão, doença coronária e insuficiência cardíaca também teve taxas anuais decrescentes de 1,2% para homens e 1,3% para mulheres. No entanto, apesar do declínio, a mortalidade no Brasil ainda é elevada em comparação a outros países, tanto para doença cerebrovascular como para doenças do coração. Entre os fatores de risco para mortalidade, hipertensão arterial explica 40% das mortes por acidente vascular cerebral e 25% daquelas por doença coronariana. A mortalidade por doença cardiovascular aumenta progressivamente com a elevação da pressão arterial, a partir de 115/75 mmHg.
CONCEITO
A pressão arterial mantém o sangue circulando no organismo. Tem início com o batimento do coração. A cada vez que bate, o coração joga o sangue pelos vasos sangüíneos chamados artérias. As paredes dessas artérias são como bandas elásticas que se esticam e relaxam a fim de manter o sangue circulando por todas as partes do organismo. O resultado do batimento do coração é a propulsão de uma certa quantidade de sangue (volume) através da artéria aorta. Quando este volume de sangue passa através das artérias, elas se contraem como que se estivessem espremendo o sangue para que ele vá para frente. Esta pressão é necessária para que o sangue consiga chegar aos locais mais distantes.
As artérias são os vasos por onde o sangue corre vindo do coração. Elas estão distribuídas como se fossem uma grande rede de abastecimento por todo o corpo, podendo ser palpadas em alguns locais, onde estão mais superficializadas. Alguns destes locais são: na face interna de seu punho, na região da virilha e no pescoço. O sangue é ejetado do coração de maneira intermitente, em pulsos (ou seja, ocorre ejeção durante a sístole, mas não durante a diástole). As artérias têm a função geral de uniformizar estes pulsos, permitindo que o sangue chegue de forma contínua aos capilares. É nas artérias que ocorre o processo da doença da hipertensão. São divididas em:
Artérias elásticas: são as artérias próximas ao coração (aorta e pulmonares). Possuem elastina e colágeno em grande quantidade, o que permite que se distendam durante a sístole e retornem à posição normal durante a diástole. Sua principal função é manter o fluxo de sangue durante a diástole.
Artérias musculares ou condutoras: contém espessa camada de músculo liso, suprido por fibras vasoconstritoras do simpático. São as principais responsáveis pela resistência periférica total (RPT), visto que quanto maior a vasoconstrição, maior será a resistência ao fluxo sangüíneo.
As arteríolas são artérias de pequeno calibre, com características e funções semelhantes às artérias musculares. Também são capazes de potente vasoconstrição, contribuindo para a RPT. Próximo à extremidade capilar, o músculo liso circular das arteríolas forma anéis, chamados de esfíncteres pré-capilares, que controlam o fluxo de sangue para os capilares.
Os capilares possuem paredes finas, com uma camada única de células endoteliais e lâmina basal. É o local de troca de substâncias entre o sangue e os tecidos.
As vênulas possuem paredes delgadas, com músculo liso. Promovem a absorção de líquido tecidual devido à baixa pressão em seu interior.
Veias: são vasos altamente complacentes e possuem a função de armazenamento de sangue, ou seja, quando há um excesso de sangue na circulação, ou aumento da pressão arterial, as veias se dilatam, acomodando um volume maior de sangue. Também se pode dizer que as veias atuam como um reservatório de sangue, visto que em casos de diminuição da pressão arterial, ou necessidade de aumento da volemia, as veias se contraem, fazendo com que o sangue armazenado retorne à circulação.
A função mais importante da circulação arterial é a manutenção e o controle da pressão arterial (PA), que é a força, ou pressão, que o sangue exerce sobre a parede da artéria. A PA depende do débito cardíaco (DC) e da resistência periférica total (RPT).
PA = DC + RPT
O débito cardíaco, por sua vez, é dependente da freqüência cardíaca (FC) e do volume de sangue ejetado (VE) pelo coração a cada sístole. A FC é o número de batimentos por minuto (75 batimentos por minuto em um indivíduo adulto normal em repouso) e o volume ejetado é de aproximadamente 70 ml (também em um indivíduo adulto normal em repouso).
DC = FC x VE = 75 x 70 = 5.25 lt/min
O volume ejetado depende da força de contração do músculo cardíaco, ou seja, quanto maior a força, maior o volume ejetado. A força de contração por sua vez, depende do volume de sangue que chega ao ventrículo durante a diástole (lei de Frank-Starling), e/ou de estimulação do sistema nervoso autônomo (simpático). A capacidade normal do ventrículo é de 120 ml de sangue e com a força de contração normal, o volume ejetado é de 70 ml. Portanto, após cada sístole, ainda permanecem 50 ml de sangue em cada ventrículo. Se houver aumento na força de contração, mais
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