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Fibromialgia Condição Dolorosa e Generalizada

Por:   •  23/5/2016  •  Artigo  •  3.343 Palavras (14 Páginas)  •  382 Visualizações

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FIBROMIALGIA

Silvana Maria Martins MARIANO[1];

Leiliane Barbosa RONQUI

   

Curso de Biologia        

UNIFEOB

RESUMO

O termo fibromialgia refere-se a uma condição dolorosa generalizada e crônica. É considerada uma síndrome porque engloba uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono. No passado, pessoas que apresentavam dor generalizada e uma série de queixas mal definidas não eram levadas muito a sério. Atualmente sabe-se que a fibromialgia é uma forma de reumatismo associada à da sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso. O objetivo desta pesquisa foi registrar particularidades sobre essa síndrome, trazendo informações sobre uma doença que pode acometer todas as faixas etárias. Para tanto, a metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica aliada há pesquisa de campo, com pessoas de ambos os sexos, de 11 a 27 anos, através de um questionário. Após a pesquisa, pode-se verificar que haveria a possibilidade do desenvolver da síndrome na infância ou em qualquer fase da vida.

Palavras-chave: Fibromialgia; Síndrome Fibromiálgica; Tratamento.

 

1 INTRODUÇÃO

A Fibromialgia tem sido descrita como uma das desordens reumatológicas mais frequentes na população mundial, estando em quarto lugar na Espanha e Bangladesh, e em segundo nos Estados Unidos da América, Brasil e México. Na assistência médica geral, pode representar cerca de 7% de todas as queixas em saúde (GOLDENBERG, 2014).

Fibromialgia é uma síndrome reumática, não inflamatória, de etiologia desconhecida, caracterizado pela presença de dor músculo esquelética, difusa e crônica, em pontos sensíveis e dolorosos a palpação, tendo como critérios diagnósticos definidos pelo Colégio Americano de Reumatologia (ACR, 1990) a persistência de dor em pelo menos 11 dos 18 pontos anatomicamente padronizados, os chamados pontos de dor, por um período igual ou superior a três meses (GOLDENBERG, 2014).  

Sem definição clínica até os anos 70, era cognominada como fibrosite, quando surgiram, então, outros relatos que levaram ao aprofundamento do estudo da síndrome. Nos anos seguintes muitos estudos sobre os sintomas foram realizados, entre eles, os distúrbios causados pelo sono não reparador, levando o paciente a sentir um cansaço e fadiga constante (WEIDEBACH, 2002).

Embora muito frequente, a Fibromialgia ainda é uma síndrome de patogênese desconhecida. Estudos apontam para uma alteração em nível de Sistema Nervoso Central, com aumento de neurotransmissores facilitatórios da dor, e no Sistema neuroendócrino, com alteração no eixo hipotálomo-hipófise-adrenal. Por outro lado, em seu aspecto clínico, a síndrome apresenta características bem definidas e marcantes como predominância no gênero feminino, presença de dor generalizada e crônica, sem alterações laboratoriais e alta frequência de sintomas associados (PROVENZA et al., 2004).

Estas características foram descritas precocemente pela literatura (WOLFE et al., 1990, PROVENZA et al., 2004, COSTA et al., 2005, MARTINEZ, 2006, OLIVEIRA; CAMÕES, 2007, SAVETTI et a., 2007, HEYMANN et al., 2011, GOLDENBERG, 2014, ), no entanto, foi estabelecida como uma entidade clínica própria somente em meados da década de 80 e seus critérios de classificação foram padronizados em 1990, pelo Colégio Americano de Reumatologia (ACR). Segundo esta instituição, a Fibromialgia é uma síndrome dolorosa caracterizada por dor musculoesquelética generalizada e crônica e pela presença de pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos específicos à palpação – tender points. Este quadro está frequentemente associado à rigidez matinal, distúrbios do sono, fadiga, cefaleia crônica, ansiedade, depressão, distúrbios intestinais entre outros. Destacam-se os três primeiros, sendo encontrados em mais de 75% dos pacientes (WOLFE et al., 1990). Como não há alterações laboratoriais compatíveis com a Fibromialgia, sua classificação é essencialmente clínica.

Descrita, primeiramente por Descartes, a dor é uma resposta a uma excitação dolente, ante o qual o cérebro detecta a sensação dolorosa. Em 1920 Goldschneider, desenvolveu a teoria do padrão, descreve a sensação dolorosa como sendo resultado de uma comunicação entre o cérebro e as áreas afetadas pela dor. Em 1985 Von Frey, desenvolveu a teoria da especificidade da dor, como uma resposta a um fator externo, sendo que o ser humano possui receptor a estímulos específicos, por exemplo, sensação de dor ao se queimar. Tais teorias nos despontam a dor como sendo uma resposta automática a estímulos externos ao organismo, sendo psicogênica ou orgânica (OLIVEIRA; CAMÕES, 2007).

Diversas linhas de pesquisas apontam para possíveis mecanismos fisiopáticos, entre eles podemos citar: distúrbios do sono, alterações das concentrações séricas de neurotransmissores, alterações imunológicas, baixa sérica de endorfina e outros (MARTINEZ, 2006).  

Com incidência em qualquer nível social e educacional, parece estar relacionada ao estilo de vida que a pessoa leva, em geral, estressante. Seu desenvolvimento demonstra ter relação com o desequilíbrio entre mecanismos de transmissão de estímulos dolorosos periféricos e estímulos de inibição da dor (PROVENZA et al., 2004).

A dificuldade encontrada no diagnóstico precoce está no fato de não haver exames clínico ou evidências laboratoriais que comprovem sua presença. Tal dificuldade pode levar o paciente a maior instabilidade emocional agravando, assim, os sintomas provocados pela síndrome (REBUTINI, 2013; STEFFENS et al. 2011). A experiência médica é um fator determinante para que o diagnóstico seja realizado sem atraso, evitando o agravamento da síndrome que é considerada a segunda doença reumática mais comum (COSTA et al., 2005).      

Considerada como um desafio para a área médica e, profissionais da saúde, para reconhecer, compreender e tratar, a fibromialgia requer uma terapêutica multidisciplinar, baseada na combinação de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos (FERREIRA et al. 2014). A fibromialgia traz consigo prejuízos em várias esferas na vida cotidiana do portador quanto para a sociedade em questões trabalhistas e procura frequente aos serviços de saúde (SALVETTI et al., 2007).  

Diferentes profissionais têm se mobilizado para o diagnóstico e tratamento da dor crônica, sendo uma das causas maiores da procura por atendimento médico, e afastamento do trabalho, podendo ser considerada um problema de saúde pública (ELLIOTT, 1999). Sem cura definida, o objetivo do tratamento está voltado para o controle dos seus sintomas, e não a sua eliminação, de maneira a atenuar os problemas cotidianos, buscando uma melhor qualidade de vida para esses pacientes (HEYMANN et al., 2011).

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