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GLICAÇÃO E ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

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Por:   •  3/10/2013  •  1.901 Palavras (8 Páginas)  •  929 Visualizações

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GLICAÇÃO E ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

O que têm em comum a cor escura do pão torrado, o gratinado da lasanha, a calda caramelizada do pudim ou o dourado da batata frita?

Na verdade todos esses alimentos que compõem o dia a dia de nossa mesa são verdadeiras fábricas de AGEs ( Advanced Glycation End Products ) traduzindo, Produtos Finais da Glicação Avançada.

Mas afinal o que é glicação e o que são os AGEs?

Vamos fazer um retorno no tempo e nos localizar em 1912 quando o pesquisador Louis Maillard, fazendo pesquisas sobre as causas da deterioração dos alimentos e intrigado com a cor marrom que se apresentava nos mesmos ao envelhecer, descobriu o papel do açúcar nesse processo. A mudança de cor dos alimentos se devia a uma reação não-enzimática entre açúcares e proteínas e o produto final dessa reação tomava essa cor sofrendo alterações profundas na sua integridade e nas suas funções. Essa reação ficou conhecida como fenômeno da glicação ou reação Maillard. As primeiras publicações na literatura médica sobre o tema eram restritas ao diabetes, pois imaginava-se que a glicação era um processo exclusivo de quem era diabético.

Agora, em pleno século XXI, a glicação das proteínas é uma das teorias mais aceitas para a explicação do envelhecimento, pois hoje se sabe que a glicação não é exclusiva dos diabéticos e sim uma disfunção metabólica que pode acontecer com não-diabéticos e que está na origem de vários problemas de saúde comuns no processo de envelhecimento como mal de Alzheimer, osteoporose, aterosclerose, glaucoma, degeneração macular, entre outros.

Explicando o passo a passo da glicação

Tudo começa com o açúcar...

Em nosso organismo, todas as moléculas de glicose podem existir de forma circular ou linear. Quanto mais açúcar e amido consumirmos, mais glicose circulará no sangue.

De uma forma mais didática, vamos dizer que os açúcares circulares são os “bons” e os lineares são os “maus” açúcares. Com o pH normal do organismo (condições fisiológicas normais) a glicose predominante é circular, mais estável, portanto.Infelizmente, as sobras de glicose permanecem na forma linear que é altamente reativa. É essa forma de açúcar que adere às proteínas deformando-as, lesando-as. É como se o açúcar caramelizasse com a proteína tornando as células rígidas e disfuncionais.Essa reação é um tipo de reação em cadeia (também chamada reação cruzada – crosslinks) e que gera uma cascata de outras reações que conduz aos temíveis AGEs, responsáveis por uma série de efeitos deletérios ao organismo tanto internamente quanto externamente.

AGEs(Advanced Glycation End Products) – Produtos Finais da Glicação Avançada

Os AGEs se acumulam lentamente ao longo do tempo, e essas cadeias de açúcar podem ocorrer em todo o corpo, à medida que se envelhece, comprometendo proteínas essenciais ao organismo como, por exemplo,o colágeno. Também são importantes geradores de estresse oxidativo e radicais livres.

Temos então que, a degradação e o mau funcionamento das proteínas, é uma das causas do envelhecimento e que a capacidade natural de nos proteger contra a glicação diminui com a idade o vai acentuar os danos causados pela glicação.

Os AGEs podem ser endógenos ou exógenos. Cerca de 10% dos AGEs são absorvidos com os alimentos.O resto é formado dentro do próprio organismo.

A produção de AGEs endógenos se dá através de uma dieta açucarada que inclui o açúcar branco do açucareiro, refinado, passando por suas variações como açúcar cristal, açúcar de confeiteiro,mascavo e demerara, incluindo grande parte dos adoçantes e alimentos que rapidamente se convertem em açúcar no organismo, causando picos de glicose, como as farinhas refinadas, batatas, arroz branco, biscoitos, entre outros.

Os AGEs exógenos ou pré-fabricados estão nas frituras; alimentos cozidos ou assados em altas temperaturas; alimentos cozidos em baixa temperatura por longo tempo e sem líquido; carnes de churrasco tostadas; pele torrada de frango; fast-foods, por causa de seu cardápio altamente gorduroso; todos os tipos de refrigerantes por causa do alto teor de açúcar e corantes; aditivos químicos; batatas fritas principalmente as chips; alimentos processados como salsicha, bacon, salaminho, etc.

É importante ressaltar que o modo como preparamos os alimentos faz toda a diferença, pois quando fritamos, douramos, queimamos ou escurecemos os alimentos sob calor seco ou altas temperaturas, estamos fabricando AGEs exógenos.

Ação dos AGEs na pele

Se os AGEs, esses terríveis produtos finais da glicação, causam tanto dano internamente, que tipo de consequências causam na pele? Com certeza, se você observa uma pessoa com muitas rugas e sulcos profundos, flacidez acentuada e perda da elasticidade é evidente ali o resultado da ação dos AGEs com fortes chances de os órgãos internos e vasos sanguíneos também terem sido atingidos pois nossa pele é reveladora: tudo aquilo que nos acontece internamente – o estado de nossos órgãos, níveis de hormônios e a fisiologia em geral – é revelado em nossa aparência externa e em nossa pele.

Na verdade o tempo não é o maior inimigo da pele.Vários fatores concorrem para que o envelhecimento natural seja acelerado:

 Exposição excessiva ao sol;

 Dieta que acelere a produção de AGEs;

 Estresse;

 Tabagismo (seu ou de terceiros);

 Consumo abusivo de álcool;

 Privação de sono;

 Sedentarismo

Felizmente, é possível prevenir em grande parte a formação de AGEs na medida em que reconhecermos em cada um desses fatores citados um acelerador de AGEs e, consequentemente, de envelhecimento.

Envelhecer, portanto, é um processo metabólico, que sofre não só a influência genética como também a de fatores ambientais.Pode-se imaginar o peso dessa influência nas sociedades modernas industrializadas.

Pesquisas recentes demonstraram que fibroblastos de pele humana, quando expostos a AGEs, sofreram danos em apenas 72 horas de exposição bem como observou-se que os AGEs intensificavam muito os danos e a inflamação

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