Gerenciamento de resíduos solidos domesticos
Por: Rodrigo Carvalho Gonçalves • 4/12/2015 • Trabalho acadêmico • 1.562 Palavras (7 Páginas) • 596 Visualizações
[pic 1][pic 2][pic 3]
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL
CLEBSON MELQUAIDES RIBEIRO
KLEBER CAMARA DE OLIVEIRA JUNIOR
ARLINDO AIRES DA SILVA
LUZIANE ALVES CARVALHO
SAVIO RENAN RODRIGUES DE OLIVEIRA
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS NA CIDADE DE PORTO NACIONAL-TO
[pic 4]
PORTO NACIONAL, 2015
INTRODUÇÃO
O crescimento da população e o constante aumento das aglomerações urbanas, acelerados pelo fluxo intenso do mercado formam uma cadeia de produção de lixo incessante. A sociedade produz lixo a todo momento e esse fato está se tornando uma problemática que precisa ser estudada na atualidade, afim de que algumas medidas comecem a ser efetivamente pensadas para evitar maiores prejuízos econômicos, sociais e ambientais a curto prazo. A maneira como o lixo doméstico, aquele que é o produzido nas casas pelas famílias é tratado, será elemento de estudo deste trabalho, visando nos aproximar da realidade que é a produção e o descarte dos resíduos sólidos que não servem mais para uso humano.
O local de estudo para este trabalho é a cidade de Porto Nacional, no estado do Tocantins, situado na região Norte do Brasil, às margens do lago do Rio Tocantins, que faz parte da bacia hidrográfica Tocantins-Araguaia, uma das maiores do Brasil. Estima-se que a cidade conte com mais de 52 mil habitantes de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficando dessa maneira entre as cinco maiores cidades do estado do Tocantins, no que diz respeito à população.
O estudo dessa cidade relacionado a este tema faz-se importante pelo fato de o comércio da cidade ser aquecido, ou seja, possui uma população com razoável poder de consumo, resultando na maior produção de lixo pela comercialização de produtos industrializados, gerando uma problemática boa de ser discutida.
DESENVOLVIMENTO
A maneira como o lixo doméstico é gerenciado é um fator muito importante para que a lógica deste trabalho fosse compreendida pelos integrantes do grupo, e para que isso acontecesse foi importante que fizéssemos visitas por lugares setores da cidade e constatássemos como o lixo é descartado e quais as consequências dos variados tipos de descarte.
Durante essas visitas in loco, foi possível perceber que muitas residências possuem uma lixeira bem implantada nas calçadas, e o lixo depositado nas mesmas estava devidamente acondicionada em sacos plásticos, facilitando o trabalho dos coletores. Em outros casos, notou-se que os moradores preocupavam-se em acondicionar o lixo em sacos plásticos, mas não havia lixeiras para descartar esses sacos, e por esse motivo, animais da rua acabavam rasgando as embalagens que ficavam na calçada mesmo. Em lugares mais afastados do centro da cidade, em regiões mais pobres e menos habitadas e cheias de lotes baldios, foi possível ver uma situação ainda pior, pois esses lotes baldios acabam sendo o destino de muito lixo doméstico, provenientes de moradores de outros setores da cidade, bem como moradores do próprio local, que não possuem uma preocupação com o meio ambiente e com os riscos que o lixo pode trazer para suas famílias. E para agravar a situação, a coleta de lixo feita pela prefeitura é insuficiente e não obedece a uma escala eficiente que mantenha o lixo em seu devido lugar. Nas regiões mais centrais e onde há uma maior aglomeração de moradores, a coleta é feita durante o dia, intercalando os dias, ou durante a noite todos os dias, no centro da cidade, dominado pelo comércio.
O destino final dos resíduos sólidos da cidade de Porto Nacional é feita a 18 km do centro de massa da coleta, no km 12 da estrada que liga Porto Nacional a Monte do Carmo, rodovia totalmente pavimentada, em área de 58,08ha de propriedade da Prefeitura Municipal, distante aproximadamente 12 km da zona urbana mais próxima. Por se tratar de um lixão controlado, não apresenta infraestrutura adequada para a disposição do lixo conforme a legislação vigente de resíduos sólidos. O lixo é colocado em valas, compactado com o trator esteira e recoberto com terra.
A coleta e tratamento de resíduos perigosos ainda não apresenta um planejamento adequado que venha propor medidas para minimizar os impactos ocasionados ao meio ambiente. Atualmente, a coleta de resíduos hospitalares é realizada com uma rota própria em carro diferenciado e coletores que utilizam EPI’s apropriados. Na destinação dos resíduos de pneus é realizado o processo da logística reversa. Os comerciantes realizam a entrega voluntária de pneus em um depósito disponibilizado pela prefeitura. Esses são acondicionados em um armazém até que a empresa responsável venha retirá-los.
Ainda que sendo o método sanitário mais simples de destinação final de resíduos sólidos urbanos, o aterro sanitário exige cuidados especiais e técnicas específicas a serem seguidas, desde a seleção e preparo da área até sua operação e monitoramento. O objetivo principal do aterro sanitário é o de melhorar as condições sanitárias relacionadas aos descartes sólidos urbanos evitando os danos da sua degradação descontrolada. O aterro sanitário de Porto Nacional é do tipo em valas, estas que por sua vez consistem em facilitar a operação do aterramento dos resíduos e a formação das células e camadas; assim sendo, tem-se o preenchimento total da trincheira, que deve devolver ao terreno a sua topografia inicial. O aterro sanitário opera de modo a fornecer proteção ao meio ambiente, evitando a contaminação das águas subterrâneas pelo chorume, evitando o acúmulo do biogás resultante da decomposição anaeróbia do lixo no interior do aterro. Dentre as principais características do aterro sanitário de Porto Nacional estão:
- Impermeabilização da base do aterro: Tem como objetivo evitar o contato do chorume com as águas subterrâneas. A impermeabilização será feita com argila compactada nas valas para resíduos domiciliar e com geomembranas sintéticas nas valas para resíduo hospitalar e nas lagoas;
- Instalação de drenos de gás: Presença de canais de saída do gás do interior do aterro. Os drenos são de concreto, podendo receber uma conexão final de aço-inox quando a célula for fechada.
- Sistema de coleta de chorume: A coleta de chorume é feita pela base do aterro. O chorume coletado é enviado a lagoas previamente preparadas com impermeabilização do seu contorno ou enviados para tanques de armazenamento fechados;
- Sistema de tratamento de chorume: O sistema de tratamento de chorume adotado nos aterros de Porto Nacional é do tipo de tratamento mais convencional, o tratamento biológico (lagoas anaeróbias, aeróbias e lagoas de estabilização), tratamento por oxidação (evaporação e queima) ou tratamento químico (adição de substâncias químicas ao chorume);
- Sistema de drenagem de águas pluviais: O sistema de captação e drenagem de águas de chuva visa escorrer a água por locais apropriados para evitar a infiltração que gera o chorume.
Além da operação, o aterro conta com unidades de apoio, como acessos internos que permitam a interligação entre os diversos pontos do aterro, portaria para controlar a entrada e saída de pessoas e caminhões de lixo e isolamento da área para manutenção da ordem e do bom andamento das obras.
Outra característica geográfica da cidade de Porto Nacional que dá mais importância ao sistema de gerenciamento do lixo domiciliar diz respeito aos córregos e ribeirões que passam pela cidade, além do enorme lago formado no Rio Tocantins. A má gestão do lixo na cidade pode acarretar no lançamento de muita matéria inorgânica dentro desses rios e córregos, aumentando ainda mais o problema da coleta e transferindo prejuízos para a fauna e a flora que dependem direta ou indiretamente dos recursos hídricos que circundam a cidade.
...