Jurassic Park
Pesquisas Acadêmicas: Jurassic Park. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: FigueiredoRex • 25/9/2014 • 1.220 Palavras (5 Páginas) • 342 Visualizações
vezes sem conta. Quem tinha vencido?
— Acho que o grego está morto — disse o escravo do banqueiro de apostas. Seu
dono achava que tinha sido o romano, mas até que o vitorioso se levantasse e tirasse o
elmo, ninguém poderia ter certeza.
— O que acontece se os dois morrerem? — perguntou Marco.
— Todas as apostas são anuladas — respondeu o dono e financiador do escravo
das apostas. Presumivelmente ele também tinha um monte de dinheiro dependendo do
resultado. Sem dúvida parecia tão tenso quanto todos os outros.
Durante talvez um minuto o gladiador sobrevivente ficou deitado exausto, com o
sangue escorrendo. A multidão ficou mais barulhenta, gritando para que ele se
levantasse e tirasse o elmo. Lentamente, com uma dor óbvia, ele segurou a espada e se
apoiou nela. Levantando-se, cambaleou lentamente e se abaixou para pegar um punhado
de areia. Esfregou a areia em seu ferimento, olhando-a cair em torrões vermelhos. Seus
dedos também estavam sangrentos quando os levantou para tirar o elmo.
Alexandros, o grego, ficou de pé e sorriu, com o rosto pálido pela perda de
sangue. A multidão gritou palavrões contra a figura cambaleante. Moedas brilharam ao
sol enquanto eram jogadas, não como recompensa, mas para machucar. Com
xingamentos, dinheiro era trocado por todo o anfiteatro, e o gladiador foi ignorado
enquanto se deixava cair de joelhos outra vez, esperando o socorro de escravos.
Tubruk o olhou ir embora, o rosto ilegível.
— Ele é um homem para ser procurado, sobre o treinamento?-perguntou Júlio,
empolgado enquanto seus ganhos eram contados e postos numa bolsa.
— Não. Acho que não vai durar uma semana. De qualquer modo, havia pouca
inteligência em sua técnica, somente boa velocidade e reflexos.
— Para um grego — disse Marco, tentando participar.
— E, bons reflexos para um grego — respondeu Tubruk, com a mente distante.
Enquanto a areia era limpa com ancinhos, a multidão continuava com seus
negócios, e Caio e Marco podiam ver um ou dois espectadores representando os golpes
dos gladiadores com gritos e falsos berros de dor. Enquanto esperavam, os garotos
viram Júlio dar um tapinha no braço de Tubruk, chamando sua atenção para dois
homens que se aproximavam pelas fileiras de bancos. Ambos pareciam ligeiramente
deslocados no circo, com suas togas de lã áspera e a pele sem adornos de jóias de metal.
Júlio se levantou com Tubruk e os garotos os imitaram. O pai de Caio estendeu a
mão e cumprimentou o primeiro a chegar mais perto, e o homem baixou ligeiramente a
cabeça durante o contato.
— Saudações, amigos. Por favor, sentem-se. Estes são meu filho e um outro
garoto que está aos meus cuidados. Tenho certeza de que eles podem passar alguns
minutos comprando comida, não é?
Tubruk entregou uma moeda para cada um, e a mensagem foi clara. Com
relutância eles se afastaram entre os bancos e entraram numa fila diante de uma barraca
de comida. Ficaram olhando enquanto os quatro homens juntavam as cabeças e
conversavam, com as vozes perdidas na multidão.
Depois de alguns minutos, enquanto Marco comprava laranjas, Caio viu os dois
recém-chegados agradecerem ao seu pai e apertarem a mão dele outra vez. Então cada
qual se dirigiu a Tubruk, que pôs moedas em suas mãos antes deles se afastarem.
Marco tinha comprado uma laranja para cada um deles, e quando voltaram aos
seus lugares ofereceu-as.
— Quem eram aqueles homens, papai? — perguntou Caio, intrigado.
— Clientes meus. Tenho alguns homens ligados a mim na cidade — respondeu
Júlio descascando habilmente a laranja.
— Mas o que eles fazem? Nunca os vi antes.
Júlio se virou para o filho, observando o interesse. Sorriu.
— São homens úteis. Votam em candidatos que eu apoio ou me protegem em
lugares perigosos. Levam mensagens para mim ou... fazem milhares de outras pequenas
coisas. Em troca recebem seis denários por dia cada um.
Marco assobiou.
— Deve ser uma fortuna.
Júlio transferiu a atenção para Marco, que baixou o olhar e ficou mexendo na
casca de sua laranja.
— Dinheiro bem gasto. Nesta cidade é bom ter homens que eu possa convocar
rapidamente para qualquer tarefa súbita. Os membros ricos do Senado podem ter
centenas de clientes. Faz parte do nosso sistema.
— O senhor pode confiar neles? — indagou Caio.
— Não para qualquer coisa que valha mais de seis denários por dia resmungou
Júlio.
Rênio entrou sem ser anunciado. Num momento a multidão conversava e a arena
suja estava vazia, e no outro uma pequena porta se
...