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Mata Atlântica

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Por:   •  11/1/2015  •  Tese  •  4.737 Palavras (19 Páginas)  •  328 Visualizações

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Apesar da devastação acentuada, a Mata Atlântica ainda abriga uma parcela significativa da biodiversidade brasileira, com altíssimos níveis de endemismo. A riqueza pontual da Mata Atlântica é tão significativa que um dos maiores recordes mundiais de diversidade botânica para plantas lenhosas foi registrado nesse bioma (458 espécies em um único hectare do sul da Bahia), em estudo realizado pelo Jardim Botânico de Nova York e o Herbário da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).

Estimativas também indicam uma diversidade faunística bastante elevada. A Mata Atlântica abriga 250 espécies de mamíferos (55 deles endêmicos), 340 de anfíbios (87 endêmicos), 197 de répteis (60 endêmicos), 1.023 de aves (188 endêmicas), além de, aproximadamente, 350 espécies de peixes (133 endêmicas). Para plantas vasculares estima-se uma riqueza de 20.000 espécies, das quais aproximadamente metade estão restritas ao bioma. Para grupos, como os primatas, mais de 2/3 das formas presentes no bioma são endêmicas. Em conjunto os mamíferos, aves, répteis e anfíbios que ocorrem na Mata Atlântica somam 1.810 espécies, sendo 389 endêmicas. A Mata Atlântica abriga, aproximadamente, 7% de todas as espécies do planeta.

No entanto, nesse cenário de grande riqueza e endemismo de espécies observa-se também um elevado número de espécies ameaçadas de extinção. Em alguns grupos, como o das aves, 10% das espécies encontradas no bioma se enquadram em alguma categoria de ameaça. No caso de mamíferos, o número de espécies ameaçadas de extinção atinge aproximadamente 14%.

Em virtude da riqueza biológica e dos níveis de ameaça a que está submetida, a Mata Atlântica, foi indicada por especialistas, em um estudo coordenado pela Conservation International, como um dos hotspots mundiais, ou seja, uma das prioridades para a conservação de biodiversidade em todo o mundo, ao lado de outras 24 regiões localizados em diferentes partes do planeta.

A Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações florestais (Florestas: Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional Semidecidual, Estacional Decidual e Ombrófila Aberta) e ecossistemas associados como as restingas, manguezais e campos de altitude, que se estendiam originalmente por aproximadamente 1.300.000 km2 em 17 estados do território brasileiro. Hoje os remanescentes de vegetação nativa estão reduzidos a cerca de 22% de sua cobertura original e encontram-se em diferentes estágios de regeneração. Apenas cerca de 7% estão bem conservados em fragmentos acima de 100 hectares. Mesmo reduzida e muito fragmentada, estima-se que na Mata Atlântica existam cerca de 20.000 espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza é maior que a de alguns continentes (17.000 espécies na América do Norte e 12.500 na Europa) e por isso a região da Mata Atlântica é altamente prioritária para a conservação da biodiversidade mundial. Em relação à fauna, os levantamentos já realizados indicam que a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes.

Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, tem importância vital para aproximadamente 120 milhões de brasileiros que vivem em seu domínio, onde são gerados aproximadamente 70% do PIB brasileiro, prestando importantíssimos serviços ambientais. Regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas, controla o equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso. Neste contexto, as áreas protegidas, como as Unidades de Conservação e as Terras Indígenas, são fundamentais para a manutenção de amostras representativas e viáveis da diversidade biológica e cultural da Mata Atlântica.

A cobertura de áreas protegidas na Mata Atlântica avançou expressivamente ao longo dos últimos anos, com a contribuição dos governos federais, estaduais e mais recentemente dos governos municipais e iniciativa privada. No entanto, a maior parte dos remanescentes de vegetação nativa ainda permanece sem proteção. Assim, além do investimento na ampliação e consolidação da rede de áreas protegidas, as estratégias para a conservação da biodiversidade visam contemplar também formas inovadoras de incentivos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, tais como a promoção da recuperação de áreas degradadas e do uso sustentável da vegetação nativa, bem como o incentivo ao pagamento pelos serviços ambientais prestados pela Mata Atlântica. Cabe enfatizar que um importante instrumento para a conservação e recuperação ambiental na Mata Atlântica, foi a aprovação da Lei 11.428, de 2006 e o Decreto 6.660/2008, que regulamentou a referida lei.

O Bioma

A Mata Atlântica é um dos biomas com maior diversidade de espécies vegetais e animais do planeta. É, também, um dos que possui mais elevada taxa de endemismo (espécies que são exclusivas de um bioma).

Vários fatores explicam a riqueza biológica da floresta atlântica, como o calor intenso e as chuvas volumosas, que favorecem o desenvolvimento de plantas e animais em abundância. Outro elemento é sua extensão. Ela esparrama-se por 17 Estados, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, acompanhando o litoral brasileiro, com diversos tipos de vegetação, clima, relevo, ecossistemas e fauna.

No caso da vegetação, além das árvores altas de folhas largas típicas de clima tropical úmido, também fazem parte do bioma a Mata de Araucária, mais comum em clima subtropical, como o do sul do país. Há, ainda, os chamados ecossistemas associados à Mata Atlântica. Entre esses, estão manguezais e restingas, que desempenham importante função na proteção da costa contra a erosão e as ressacas do mar, na reprodução de peixes e crustáceos e na alimentação das aves.

Quando se atenta para o número de espécies que existem somente nesse bioma (espécies endêmicas), é fácil constatar seu alto grau de biodiversidade. Das cerca de 20 mil espécies de plantas lá conhecidas, 8 mil são endêmicas (40% do total). Entre árvores de destaque no bioma, estão o jequitibá-rosa, o pinheiro-do-paraná, o cedro, as figueiras, os ipês, a braúna e o pau-brasil.

No mundo animal, também há impressionante diversidade. Das 483 espécies de anfíbios, 286 (quase 60%) são endêmicas da Mata Atlântica. No grupo dos invertebrados, ainda pouco conhecido pelos cientistas, destacam-se o besouro-tigre (63 espécies

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