O CURSO DE LETRAS PROFESSOR MAIQUEL
Por: Emanuelle Dal Ponte Costa • 21/10/2021 • Projeto de pesquisa • 1.455 Palavras (6 Páginas) • 339 Visualizações
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CURSO DE LETRAS
PROFESSOR MAIQUEL
ATIVIDADES DA AULA 2
1- Na aula 1, vimos que há muitos aspectos que podem ser analisados em um texto literário. Um destes aspectos é a relação do texto com a realidade, seja a realidade do momento histórico em que o texto foi escrito, seja a realidade do momento histórico em que a história é ambientada, seja o momento histórico em que o leitor lê o texto. No caso de “Maria de Lurdes não queria ser estuprada” e “A última crônica”, podemos dizer que ocorre a representação da realidade em que nós, leitores, vivemos? Justifique sua resposta utilizando elementos dos textos.
2- Um texto literário tem FORMA, CONTEÚDO, relações intertextuais, metalinguagem, verossimilhança, EFEITOS. Esse último aspecto é fundamental para entendermos a diferença entre um texto literário e um texto não literário. EFEITO significa emoção: aquilo que um texto é capaz de causar no leitor. Os textos “Maria de Lurdes não queria ser estuprada” e “A última crônica” pretendem gerar efeitos completamente diferentes.
Quais efeitos cada um destes textos pretende gerar no leitor? Procure justificar com elementos dos textos.
Questões sobre o texto “Maria de Lurdes não queria ser estuprada”:
3- O conto de José Rezende Júnior possui um título diferente do convencional. Em geral, temos títulos sintéticos, curtos, como “O melhor amigo”, por exemplo. No caso do texto de Rezende, o título é uma frase com uma negativa cuja ideia é repetida ao longo do texto e, ao final, sofre uma pequena variação, incidindo sobre outro personagem. Eustáquio, tal como Maria de Lurdes não queria ser estuprada, não queria ser demitido. Porém, tanto Maria de Lurdes é estuprada, como Eustáquio é demitido.
Em um texto argumentativo, as repetições são vistas com maus olhos. As regras do “bom português” nos ensinam a evitar as repetições utilizando sinônimos, pronomes, elipses etc. No caso da Literatura, em geral, as repetições procuram dar ênfase a determinados elementos do texto e provocar efeitos mais intensos no leitor.
Pense e responda: No caso do conto “Maria de Lurdes não queria ser estuprada”, as repetições demonstram que o autor desconhece as regras do português ou são repetições intencionais? Caso sejam intencionais, qual é a intenção dessas repetições? Pense neste conto sem as repetições e com um título diferente, tal como este: “O estupro de Maria de Lurdes”. Será que um novo título e a ausência das repetições trariam benefícios ou prejuízos para o texto?
4- O meu nome é Maiquel. Este nome foi escolhido pela minha mãe. É um nome que não significa nada. Minha mãe o escolheu porque o ouviu na televisão e gostou da sonoridade da palavra. Os nomes das pessoas são escolhidos pelos pais por diversas razões: porque acham bonito, porque querem homenagear um parente, porque está na moda etc. A minha vizinha, por exemplo, se chama Angélica. No entanto, ela grita com os filhos como uma demônia. Não há nada de angelical nela. Da mesma forma, conheci uma mulher chamada Vitória, e nem por isso ela deixou de sofrer derrotas na vida. Portanto, os nomes das pessoas reais não indicam suas características físicas, emocionais ou comportamentais, tampouco estão relacionados ao destino das pessoas.
Na Literatura, as coisas não são assim. No conto “O melhor amigo”, vimos que os personagens não têm nomes porque são personagens que representam comportamentos genéricos: muitos meninos agem como o menino do conto, assim como a mãe do conto tem um comportamento semelhante ao de muitas mães reais. Então, se um persongem não tem nome, isso pode significar que ele procura reproduzir características genéricas. Mas, se um personagem tem nome, é importante prestarmos atenção, pois, em geral, os nomes dos personagens não são fortuitos, não são escolhidos por acaso. Ao contrário, os nomes dos personagens costumam ter relação com suas características físicas, emocionais ou comportamentais, bem como se articulam com suas funções na narrativa. Uma personagem que se chama Angélica não poderá, em uma narrativa, ter comportamentos agressivos e luxuriosos, sob pena de chocar o leitor, o qual espera que uma personagem com este nome corresponda ao sentido da palavra “angélica”, ou seja, que seja uma pessoa angelical.
Vamos ver se isso é verdadeiro em relação ao conto de José Rezende Júnior.
a) Uma mulher real chamada Natasha ou Waleska poderia ter as mesmas características e o mesmo destino de Maria de Lurdes. Mas o autor preferiu utilizar o nome Maria de Lurdes. Pense neste nome e responda: O que a combinação “Maria de Lurdes” sugere em relação à personagem? Procure justificar sua resposta.
b) Procure o significado dos nomes Maria e Lurdes no site https://www.dicionariodenomesproprios.com.br/. Precisa procurar cada nome separadamente. Depois de ler o significado dos dois nomes, responda: em que medida os significados dos nomes “Maria” e “Lurdes” se articulam com as características da personagem e com seu destino na história?
c) Você já deve ter conhecido alguém com o nome de “Maria”, inclusive dever ter conhecido uma “Maria de Lurdes”. Eu já conheci várias mulheres com este nome, mas nunca conheci alguém chamado “Eustáquio”. Nomes estranhos costumam, na Literatura, sugerir significados e relações intertextuais. No caso deste conto, vamos adotar um procedimento diferente: em vez de procurar o nome Eustáquio no dicionário de nomes próprios, vamos procurar informações sobre um santo com o mesmo nome: Santo Eustáquio.
Procure no Google informações sobre Santo Eustáquio. Pode ser da Wikipédia (para essa atividade, não precisaremos consultar dados mais sólidos). Leia um pouco sobre a história de Santo Eustáquio e responda: a escolha do nome do personagem Eustáquio pode ser, de alguma forma, relacionada à biografia de Santo Eustáquio? Justifique.
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