O Envelhecimento se caracteriza por um processo natural e gradual
Por: brenomalinverni • 4/5/2015 • Trabalho acadêmico • 2.622 Palavras (11 Páginas) • 418 Visualizações
O envelhecimento se caracteriza por um processo natural e gradual, gerando limitações e alterações no seu funcionamento e assim levando a um estado de vulnerabilidade às doenças. Nos últimos anos no Brasil, houve um aumento no número de idosos, bem como da estimativa de vida desta população. Com o envelhecimento, passamos para uma condição na qual a reserva do organismo está diminuída, assim se reflete a um nível lento de funcionamento, razão pela qual não se pode submetê-lo a demandas excessivas. Sendo assim, inúmeras as doenças e as limitações que podem surgir na velhice.
No organismo do idoso, o equilíbrio acidobásico poderá se apresentar alterado. Na acidose ocorrendo desequilíbrio metabólico devido a diminuição do pH do sangue podendo ser decorrente de problemas metabólicos ou respiratórios. Sendo diabetes a principal causa de acidose metabólica na terceira idade. Apresentando sintomas como sonolência, distúrbios circulatórios, digestórios, renais, entre outros. Na alcalose o desequilíbrio metabólico se caracteriza pelo aumento do pH do sangue. Pode surgir também em decorrência de distúrbios metabólicos ou de distúrbios respiratórios. Vômitos, utilização inadequada de diuréticos ou de cortisona são as principais causas metabólicas da alcalose na terceira idade. A hiperventilação gerada por algum distúrbio gera também um aumento do pH sanguíneo caracterizando a alcalose respiratória.
Quando ocorrem alterações da tireoide na terceira idade, poderá levar ao descontrole metabólico. Nas mulheres as doenças da tireóide são mais frequentes, tais como, hipotireoidismo e hipertireoidismo. O organismo também perde parte de sua capacidade de metabolizar sais minerais (sódio, potássio, cálcio). Com o envelhecimento, a mulher passa a precisar de menos calorias e com isso a maioria aumenta de peso, a menos que ajuste a quantidade às novas necessidades fisiológicas.
Na composição corporal ocorre o aumento do peso corporal total, diminuição da massa magra, diminuição da massa muscular, diminuição da densidade óssea, aumento da gordura corporal e diminuição da altura em posição ereta. Outras alterações nas dimensões corporais normalmente incluem decréscimo na altura em posição sentada, largura dos ombros e profundidade peitoral.
A massa corporal de uma pessoa aumenta dos vinte e cinco aos quarenta e cinco anos e depois disso, ocorre um declínio lento, porém progressivo. O aumento da massa corporal durante a meia-idade reflete um acúmulo de gordura. Em adultos saudáveis, a água corpórea total é aproximadamente sessenta por cento do peso corporal. Com o envelhecimento a água corporal total diminui para quarenta e cinco por cento do peso corporal devido a um aumento proporcional na gordura e uma redução na massa corpórea magra.
Os homens geralmente ganham peso até os cinquenta anos e então começam a perdê-lo. As mulheres, geralmente, ganham peso até os setenta anos e então começam a perdê-lo. Parte da perda de peso é causada pela perda dos depósitos subcutâneos de gordura e perda de tecido ósseo. A perda de água corporal também contribui para a perda de peso. O acúmulo de gordura corporal concentra-se mais entre a cintura e o quadril, região pélvica, onde se encontra a maior concentração de tecido adiposo, independente da gordura corporal total. A avaliação do índice cintura-quadril revela os riscos para a saúde na obesidade. Assim, quanto maior for o índice, maior a correlação com isquemia coronariana, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias.
No sistema cardiovascular existem alterações no sistema central e periférico. Dos trinta aos oitenta anos o peso do coração dos homens aumenta cerca de um grama anualmente, e o das mulheres próximo à 1,4 gramas. As alterações anatômicas que ocorrem no sistema cardiovascular são que a espessura da parede vascular esquerda e a massa ventricular apresentam-se maiores em um idoso do que em um jovem. O número total de miócitos cardíacos diminui, porém ocorre uma hipertrofia reativa do tecido restante. O componente fibroso da parede do coração dobra durante a vida adulta.
A válvula aórtica identifica-se uma esclerose na face ventricular e depósitos de lipídios na face atrial. A válvula mostra-se espessada com a sua mobilidade diminuída e não abrindo totalmente na sístole. Na aorta há uma diminuição da musculatura da túnica média com aumento do colágeno e fragmentação da lâmina elástica. A válvula mitral mostra-se com um espessamento fibroso, com as cúspides calcificadas e com uma calcificação do ânulo fibroso em reze por cento. No sistema de condução, encontra-se uma diminuição das células do marca-passo que são substituídas por tecido adiposo e fibroso.
Após trinta anos de idade, ocorre uma progressiva redução da função da cadeia de transporte de oxigênio devido a uma menor ventilação pulmonar máxima, menor captação de oxigênio, menor capacidade de transporte de Oxigênio e menor utilização de oxigênio pelos músculos. A velhice é associada tanto a uma crescente predominância de episódios de pressão arterial baixa quanto a um aumento progressivo nas pressões sistólicas em repouso, bem como durante o exercício. O sistema circulatório de uma pessoa idosa demonstra uma tolerância reduzida a alterações.
No sistema nervoso o peso do cérebro aumenta aproximadamente até os vinte anos de idade, mantendo-se estável por volta dos sessenta anos. O número de neurônios cai em algumas partes do sistema nervoso e permanece inalterado em outras partes. A base anatômica das alterações na função cortical pode não ser apenas uma redução no número de neurônios, mas também na conexão entre os mesmos. Há uma redução na velocidade de condução do nervo periférico, tanto motora quanto sensorial, diferindo entre os nervos. Essas alterações podem explicar o decréscimo induzido pela idade no desempenho neuromuscular, avaliado pelos tempos de reação e de movimento tanto simples quanto complexos.
Aspectos da memória, cognição e processamento de informações deterioram-se com a idade. O componente de reconhecimento da memória de longa duração é relativamente bem preservado, mas há dificuldades na recuperação de informações desse armazenamento. A memória de curta duração em curto prazo desenvolve maiores deficiências à medida que a idade aumenta. A acuidade auditiva diminui com o envelhecimento e frequentemente uma pessoa idosa tem uma deficiência particular para detectar sons de alta frequência e para distinguir um sinal real de um ruído aleatório.
No sistema imunológico o timo é um dos primeiros órgãos a se modificar. A massa de seu tecido diminui a partir do final da puberdade. A função imunológica é preservada e somente nas fases finais do envelhecimento é que há falha nas reações imunológicas celulares, com crescente risco de tumores. O timo é o local onde linfócitos T amadurecem. Ainda que o número de células T não diminua com o envelhecimento, seu funcionamento diminui.
Este sistema parece se tornar menos tolerante às células do próprio corpo (distúrbios autoimunes). O sistema imune também vai ficando menos apto a detectar partículas estranhas, daí o risco maior de se contraírem infecções. Além da ligeira redução da imunidade, o envelhecimento também afeta a cicatrização de inflamações e feridas. Muitos idosos levam mais tempo e têm mais problemas no processo de cicatrização. Isso pode estar diretamente relacionado às alterações no sistema imune ou pode ser uma consequência de outros problemas como o diabetes ou a arteriosclerose.
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