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Organismos hidrocarbonoclasticos

Por:   •  13/12/2015  •  Resenha  •  400 Palavras (2 Páginas)  •  343 Visualizações

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O vazamento de óleo que ocorreu no Golfo do México em 2010, foi sem duvidas, um dos maiores desastres ambientais do planeta. Foram praticamente três meses de derramamento de óleo em águas profundas, o que impactou toda a biodiversidade marinha e áreas próximas ao local do acidente. O artigo relata que a partir deste acidente, sequências de DNA identificadas como da classe Gammaproteobacteria da ordem Oceanospirillales por estarem envolvidas ativamente com a degradação de óleo. Entre os clones detectados através de bibliotecas de genes rRNA 16s e por metagenômica, organismos com filiação ao gênero Oleispera foram predominantes. O único organismo isolado até hoje foi a espécie Oleispera antártica RB-8, que foi isolado a partir do enriquecimento de amostras da Antartica com hidrocarbonetos. Junto com outros gêneros da ordem Oceanospirillales como o Alcanivorax e Thalassolituus e Oleiphilus, o gênero Oleispira spp. compreende um grupo especifico de bacterias marinhas consideradas hidrocarbonoclasticas obrigatórias cujo metabolismo é restrito a hidrocarbonetos alifáticos lineares e ramificados, saturados e não-saturados e seus derivados como os ácidos graxos e os álcoois.

Estudos sobre as origens de organismos hidrocarbonoclasticos são limitados pelo único estudo feito, sobre a estirpe Alcanivoraz borkumensis SK26. O artigo foca sobre a análise feita do genoma de bactéria hidrocarbonoclastica denominada Oleispira antártica RB-8 que possui papel de importância em ambientes marinhos frios e em águas profundas e pode fornecer conhecimento para se estabelecer estratégias para mitigar o processo de derramamento de óleo.

Algumas adaptações para a capacidade de degradar óleo e reprodução em temperaturas baixas foram vistas para essa espécie tais como: o tamanho do genoma dessa bactéria ser 50% maior do que a de A. borkumensis SK2; sua membrana lipídica ser composta predominantemente por ácidos graxos C14 e C16, que são típicos para organismos que se adaptaram a um crescimento em baixas temperaturas; a presença de chaperonas dobráveis como “cold sensitive key”, uma adaptação das enzimas hidrolíticas ao frio.

Um fato interessante descoberto neste artigo foi que apenas uma parte das enzimas clonadas de Oilespira são verdadeiramente psicrofilicas. A temperatura máxima estimada em águas profundas é de 6ºC e o fato de algumas enzimas de Oilespira possuírem temperatura ótima mais alta que a temperatura estimada para o ambiente que essa bactéria coloniza superestima uma origem quente deste organismo. Além disso, estas mesmas enzimas funcionariam em temperaturas subótimas o que facilitaria o crescimento desse organismo em águas profundas contendo hidrocarbonetos de petróleo como fonte de carbono.

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