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Percussao

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Por:   •  23/3/2015  •  2.006 Palavras (9 Páginas)  •  299 Visualizações

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O Atabaque no Candomblé é um tambor usado nas festas religiosas dos negros de origem Gege, Ketu e Angola. Apenas os Malés (negros arabizados), os quais professavam a religião muçulmana, não adotavam o atabaque.

Esse instrumento de percurssão é indispensável nos rituais de Candomblé de Caboclos, onde o elemento ameríndio de forma sincretizada é bem conhecido.

Baseado no glossário luso-asiático de Delgado, a palavra atabaque originou-se das variantes populares, decorrentes de tambque , atabque e atabaque.

O formato de um atabaque é feito de um cone bem comprido em relação ao diâmetro, com cerca de vinte à vinte e cinco centímetros na parte superior e de dez a quinze centímetros na extremidade oposta e apoiada no chão. Inicialmente usavam-se quatro atabaques, assim chamados RUN, CONTRA RUN, RUMPI e LÉ, segundo a uma ordem descrescente de seu tamanho. Atualmente , com as inovações realizadas utiliza-se três atabaques, tendo sido suprimido o atabaque contra-run.

O couro para percussão era preparado com a pele dos animais sacrificados nas oferendas aos Orixás. O RUN é o maior dos atabaques, chegando , às vezes ao comprimento de 2 metros, medindo o LÉ, o menor , 30 à 40 cm.

Os atabaques no candomblé são objetos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos blocos de afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.

Os atabaques são encourados com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás, independente da cerimônia que é feita para consagração dos mesmos quando são comprados, o couro que veio da loja geralmente é descartado, o cilindro de madeira só depois de passar pelos rituais é que poderá ser usado no terreiro.

O som é o condutor do Axé do Orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Orixás, são sinfonias africanas sem partitura.

Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo RUM (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no RUM que o Orixá vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda o RUMPI e o LE.

Os atabaques são chamados de Ilubatá ou Ilú na nação Ketu, e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.

Essa é a diferença entre o atabaque do candomblé e do atabaque instrumento musical comprado nas lojas com a finalidade de apresentações artísticas, que normalmente são industrializados para essa finalidade.

Segundo Edison Carneiro, o som do atabaque é o mesmo tam-tam de todos os povos primitivos do mundo. Consiste numa pele seca de animal esticada sobre a extremidade de um cilindro oco.

No tempo de Manuel Querino haviam várias espécies de tabaques como eram chamados na época: pequenos Batá, grandes Ilú e os atabaques de guerra, bàtá koto, que desempenharam grande papél nos levantes de escravos, na Bahia no começo do século XIX, o que determinou a proibição expressa de sua importação desde 1835.

[editar] Bahia

Raul Lody descreve que “os atabaques sempre foram alvo da polícia baiana e estavam terminantemente proibidos durante o Estado Novo. Para tocar os instrumentos, somente na clandestinidade, já que a Delegacia de Jogos e Costumes não costumava dar sopa. Mas um encontro nos bastidores mudaria essa história. Aproveitando uma viagem ao Rio de Janeiro, mãe Aninha, fundadora do Ilê Axé do Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, usou de sua influência e conseguiu uma audiência com o presidente Getúlio Vargas. Ela só queria cultuar a religião dos seus antepassados e Getúlio não teria como resistir ao pedido legítimo de uma criatura tão doce. O encontro de Aninha com o presidente do Brasil resultaria no Decreto 1.202, que permitiu o uso dos atabaques nos terreiros. O acontecimento é considerado um passo importante para a liberação definitiva do controle policial sobre os candomblés, o que só ocorreu em 1976, no governo de Roberto Santos. Na ocasião, a notícia foi recebida com entusiasmo pelo povo de santo da Bahia, em plena festa da Lavagem do Bonfim.”

[editar] Toque

É a percussão dos tambores ou Atabaque que varia de acordo com a nação do Candomblé. Essa percussão pode ser feita com as mãos ou com duas varetas de nome aguidavi, ou por vezes com uma mão e um aquidavi, dependendo do ritmo (toque) e do atabaque que está sendo tocado.

Dobrar os couros – é um repique lento sequencial e cadenciado que é feito para homenagear visitas ilustres que estão chegando no terreiro, praticamente é o convite para a pessoa entrar. Durante a festa, quando chegam os convidados ou sacerdotes e ogans de outras casas, interrompe-se o toque que está sendo executado para os orixás e dobra-se os couros, após a entrada dos convidados o toque é retomado normalmente. Algumas casas de candomblé não usam dobrar os couros para as visitas, mas a maioria considera isso uma honra. Dobra-se os couros também em outras ocasiões, mas sempre para homenagear.

Nas casas de candomblé bantu Angola e Congo são tocados só com as mãos, não se faz uso dos aguidavi.

A palavra também pode ser usada como toque de candomblé referindo-se as festas públicas, ou toque de orixá alguns exemplos:

Hamunha ou Avamunha : Toque que servem para saída e recolhimento de filhos e orixás.

Adarrum ou Adahun : Toque que serve para chamar orixás

Opanijé : Toque para o Orixá Obaluayê

Alujá : Toque para o Orixá Xangô [1]

Ijexá : Toque para o Orixá Oxum

Ilú ou Ylú : Toque para o Orixá Oyá

Agueré : Toque para o Orixá Oxóssi

Igbin : Toque para o Orixá Oxalá

Batá : Toque para o Orixá Oxalá

Bravun : Toque para o Orixá Oxumarê

Sató : Toque para o Orixá Nanã

Barlavento ou Barravento[2] : Toque de Angola e

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