Resenha: Artes Plásticas Na América Latina: Do Transe Ao Transitório.
Ensaios: Resenha: Artes Plásticas Na América Latina: Do Transe Ao Transitório.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: anac2012 • 3/11/2014 • 459 Palavras (2 Páginas) • 1.743 Visualizações
Referência Bibliográfica
MORAIS, Frederico. Artes Plásticas na América Latina: Do transe ao transitório. Vocação construtiva (mas o caos permanece) in. R.J.: Civilização Brasileira, 1979.
Apresentação do Autor da Obra
Frederico Morais
Crítico de arte, artista e teórico, organizou inúmeras exposições e manifestações de vanguarda em diferentes Estados. No Rio de Janeiro, foi titular da coluna de artes plásticas do Diário de Notícias (1966) e do Globo (1975-1987). De 1986 a 1987, dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Entre 1962 e 2003, publicou 36 livros sobre arte brasileira e latino-americana no Brasil, Colômbia, México e Cuba.
Síntese da obra
Frederico Moraes, autor do texto "Vocação Construtiva (Mas o Caos Permanece)", começa sua obra discutindo que para se analisar as manifestações construtivas na arte latino-americana, primeiramente, devemos levar em consideração outros fatores, como os históricos, sócio-culturais, políticos e econômicos dos países. O autor traz como dado também que o interesse pela arte construtiva européia é maior nas chamadas "sociedades abertas", ou seja, nações onde a presença do Barroco e do Pré-colombiano era menor.
Começada a reflexão, Frederico Moraes expõe seu pensamento: nossa arte construtiva como algo muito mais profundo e anterior à sua existência em alguns países europeus.
O que Frederico Moraes traz, na verdade, é que em países como Argentina, Brasil, Uruguai, a aceitação da arte construtivista foi grande, pois estavam abertos à cultura e, sobretudo, à transformação e desenvolvimento.
Podemos ter como exemplo nesse caso, nosso próprio país. O Brasil se encontrava em um momento de grandes mudanças, sociais e políticas, com fome de transformação, com Juscelino Kubistchek e seu Plano de Metas, "50 anos em 5".
Como traz o autor, a arte construtivista tinha um desejo utópico de renovar a sociedade, de ser uma arte para desenvolvimento do homem, de uma nova realidade física e ideológica; desejos esses que se encaixavam perfeitamente num país que respirava transformação. "Vocação Construtiva", como Frederico Moraes diz no título de seu texto.
Outro fator muito importante que Moraes analisa é a chamada "retroinfluência". O autor traz o tema como um questionamento, pois, ao mesmo tempo em que éramos influenciados pelos países Europeus, é possível ver em alguns artistas de lá, influências dos nossos artistas latino-americanos, como exemplo do autor, Lygia Clark e Hélio Oiticica, que anteciparam o plurissensorialismo. Mas, podemos afirmar isso?
Moraes fala também das diferenças entre a arte construtivista européia e latino-americana. Segundo o autor, nossa arte era mais vitalista, orgânica, caliente, sensual. Para isso, ele cita os artistas Torres-Aguero, Tomasello e Villamizar, que disseram o mesmo sobre suas obras e o período.
Por fim, o autor expõe que todo esse ideal construtivo e utópico não passou de um momento, pois, apesar do ideal "transformar o caos em cosmos","o caos continua", como diz o título da obra de Frederico Moraes.
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