Salvando a historicidade do processo de saúde / doe NCA
Seminário: Salvando a historicidade do processo de saúde / doe NCA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jvmaia1997 • 28/9/2014 • Seminário • 2.265 Palavras (10 Páginas) • 228 Visualizações
1. Resgatando a historicidade do processo saúde/doe
nça
Na maioria das vezes, quando perguntamos sobre a sa
úde de alguém,
escutamos como resposta que tudo está bem se a pess
oa a quem nos referimos
não ficou doente, não precisou tomar medicamentos e
nem utilizou os serviços de
saúde. Caso contrário, a resposta será que nada an
da bem.
Temos definido saúde como o oposto da doença, algo
que somente
percebemos quando sentimos sua ausência. Por pensar
mos desta maneira é que
esquecemos que saúde significa os momentos da vida,
nos quais somos capazes
de pensar, sentir e assumir nossos atos e decisões
- “um estado de completo bem
estar físico social e mental” como diz a Organizaçã
o Mundial de Saúde.
Mas, será que este estado existe mesmo? Às vezes, t
udo parece tão bem
e...de repente, acontece um imprevisto...um acident
e, por exemplo. Outras vezes,
o corpo está bem, mas as preocupações com os proble
mas do dia-a-dia são tão
grandes e se mostram tão complicados que não nos se
ntimos bem, vem
desânimo, falta de coragem, tristeza... Outras veze
s ainda, estamos nos sentindo
dispostos e alegres, mas vamos doar sangue e no exa
me que é feito
rotineiramente nesse caso, o laboratório encontra u
m resultado que revela algo
que nem sabíamos que existia e aí temos que passar
por mais exames, tomar
remédio, assumir que temos uma doença que desconhec
íamos.
Existem coisas que nos fazem sentir doentes e que l
ogo identificamos qual
foi a causa. Isto acontece no caso do acidente come
ntado acima, ou quando
percebemos que alguma coisa agrediu diretamente nos
so corpo, como no caso na
dengue, que a gente logo associa ao mosquito.
Mas, também existem fatores que perturbam nosso est
ado de saúde que
não temos consciência deles e nem podemos identific
ar de forma clara quais
1
Texto escrito originalmente para compor o material
de apoio didático do Curso de Facilitadores em
Educação Permanente para o SUS. Ministério da Saúde
, 2005
2
Médico, Doutor em Saúde Coletiva. Professor Adjunt
o da UFPI
2
foram suas causas. Essa dificuldade existe porque n
ão percebemos nenhuma
alteração na nossa vida, como no caso do exame de d
oação de sangue; porque
não associamos diretamente preocupações com filhos,
família, casa, comida e
trabalho como causas de determinados problemas ou p
orque são tantas as
causas, que fica difícil dizer quem é quem, como no
caso da desnutrição das
crianças que está relacionada a fatores que vão des
de a política econômica do
governo que tem a ver com a falta de recursos para
obter os alimentos e com a
pouca disponibilidade no mercado até à falta de ori
entação da mãe para cuidar da
criança.
Estas situações nos fazem pensar que existe uma def
inição a respeito de
saúde e doença dada pelas pessoas, outra que é dada
pelos profissionais que
atuam nos serviços de saúde e outra ainda que é o m
odo como a sociedade
identifica os indivíduos que são “fortes e saudávei
s” e aqueles que não possuindo
tais características são considerados “não saudávei
s” ou que vivem em risco de
adoecer e morrer.
Para as pessoas a idéia de doença e de saúde encont
ra-se muito próximo
do que cada um considera “sentir-se bem”. E, isto v
aria de pessoa a pessoa e
depende de sua cultura, do meio em que está inserid
o e do modo como sua
relação com o mundo define seu modo de vida.
Em algumas comunidades pobres do Nordeste do país,
onde, às vezes o
...