TRABALHO DE MICROBIOLOGIA
Por: julianecastilhos • 22/6/2016 • Trabalho acadêmico • 1.796 Palavras (8 Páginas) • 1.164 Visualizações
Universidade Federal do Rio de Janeiro
JULIANE LOUZA DE CASTILHOS
VÍVIAN REBUÁ DE ARAÚJO
TRABALHO DE MICROBIOLOGIA
MACAÉ
2016
Introdução
As bactérias anaeróbias obrigatórias, se diferenciam das que são facultativas em pontos muito importantes. Tais bactérias não realizam a fosforilação oxidativa, não produzem a enzima peroxidase, a qual quebra por exemplo o peróxido de hidrogênio e além disso, morrem se estiverem na presença de oxigênio.
Já as bactérias anaeróbicas facultativas não possuem tantas limitações como as anteriores, uma vez que não morrem na presença de ar, podendo na verdade utilizá-lo para suas funções. Realizam tanto a fermentação quanto a respiração, porém a primeira opção é a mais utilizada pelas mesmas.
Bacteroides
Etiologia: bacter, “bastão” ou “bacilo”; idus, “forma” (em forma de bacilo ou bastão).
É um gênero de bactérias gram-negativas e são anaeróbicas obrigatórias. São conhecidas por serem uma das principais bactérias que compõem a flora intestinal do homem, sendo considerado de grande importância seu conhecimento. São organismos imóveis e que não formam endosporos, uma característica comum às atuais espécies remanescentes do gênero Bacteroides é a estimulação do crescimento geniturinário por 20% de bile.
A espécie mais importante deste gênero é a Bacteroides fragilis, que apresenta caráter pleomórfico em forma e tamanho, lembrando uma população mista de organismos comuns na coloração de Gram, na qual responde fracamente, de modo que amostras coradas devem ser cuidadosamente examinadas.
Bacteroides possuem uma estrutura de parede celular característica de bactéria Gram negativa, que pode estar envolvida por uma cápsula polissacarídica. Contém uma camada externa de lipopolissacarídeos (LPS), entretanto, o LPS de Bacteroides apresenta pouca ou nenhuma atividade de endotoxina, pois a porção A do LPS não apresenta grupamentos fosfato nos resíduos de glicosamina, e o número de ácidos graxos ligados aos açúcares aminados é reduzido; ambos os fatores estão correlacionados com a perda da atividade de pirogênio, afetando, assim, sua função.
Patogênese
Muitas são as variedades de espécies anaeróbias que colonizadoras do corpo humano, contudo, poucas são responsáveis por causar doenças em seus hospedeiros. A maioria das infecções intra-abdominais está associada a B. fragilis, que aparece em menos quantidade na microbiota gastrintestinal. A virulência aumentada destes microrganismos anaeróbios é atribuída a uma variedade de fatores de virulência que facilitam a aderência do organismo aos tecidos do corpo, proteção contra a resposta imune e destruição tecidual.
Os principais fatores de virulência presentes em Bacteroides são:
Adesinas
Cepas de B. fragilis aderirem de forma eficiente à superfície peritoneal que outros anaeróbios, já que sua superfície está coberta com uma cápsula polissacarídica. B. fragilis e outras espécies de Bacteroides podem aderir a células epiteliais e moléculas extracelulares como, por exemplo, fibrinogênio com o auxílio de fímbrias.
Proteção contra Fagocitose
O polissacarídeo capsular destes organismos tem efeito antifagocitário e os ácidos graxos de cadeias curtas como, por exemplo, o ácido succínico produzidos durante o metabolismo anaeróbio são fatores inibitórios de fagocitose e, também, destruição intracelular.
Proteção contra a Toxicidade do Oxigênio
Grande parte dos anaeróbios capazes de causar doença toleram a exposição ao oxigênio devido à presença de catalase e superóxido dismutase, que inativam o peróxido de hidrogênio e radicais livres superóxido (O2).
Destruição Tecidual
Uma variedade de enzimas citotóxicas tem sido associadas a anaeróbios Gram negativos. A eficácia destes organismos em causar destruição tecidual, inativar imunoglobulinas e resistir à toxicidade de oxigênio fornece um papel importante na patogênese de infecções desse tipo.
Produção de Toxina
Cepas enterotoxigênicas de B. fragilis podem ocasionar doenças diarreicas por meio da produção de uma toxina termolábil da classe das metaloproteases dependentes de zinco (B. fragilis toxina [BFT]), que provoca alterações morfológicas do epitélio intestinal, devido ao rearranjo de actina F, com consequente estimulação de secreção de cloreto e perda de fluidos. A enterotoxina também induz a secreção de IL-8 por células epiteliais intestinais, contribuindo para dano inflamatório no epitélio.
Dessa forma, o gênero pode causar doenças clínicas que, geralmente, ocasionam alguns tipos de infecções em locais associados como:
Infecções do trato gastrintestinal
Apesar da diversidade de populações de bactérias que colonizam o trato gastrintestinal, poucas espécies associam-se a infecções intra-abdominais. Anaeróbios são isolados em praticamente todas estas infecções, sendo B. fragilis o mais comum. Nesse caso, também há outros anaeróbios importantes como, por exemplo, B. Thetaiotaomicron.
Infecções Ginecológicas
Misturas de anaeróbios são frequentemente a causa de infecções na região genital feminina como, por exemplo, doença inflamatória pélvica, abscessos, endometrite e infecções de feridas cirúrgicas. B. fragilis é geralmente responsável por formação de abscessos.
Infecções da Pele e de Tecidos Moles
Bactérias Gram negativas anaeróbias não fazem parte da microbiota normal da pele, mas podem ter como porta de entrada no hospedeiro humano uma mordida ou contaminação de uma superfície traumatizada. Em alguns casos, os microrganismos podem colonizar uma ferida sem produzir doença; em outros casos, a colonização pode ter um progresso rápido para doença grave, como mionecrose. B. fragilis é a espécie mais associada a doenças significativas como, por exemplo, Fasciite Necrotizante Retroperitoneal.
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