USO COTIDIANO DA ÁGUA ENTRE OS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DO IFPA

 USO COTIDIANO DA ÁGUA ENTRE OS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DO IFPA, CAMPUS BELÉM.

Simone Machado ROCHA^[1]; Evelize Cristina RODRIGUES^[2]; Márcio Dayvid Fernandes da COSTA3; Elias Fernandes MEDEIROS JUNIOR4; Helen Nazaré Domiciano da SILVA5; Jeferson Murici PENAFORT6

Resumo

 O crescimento populacional tem implicado em uma crescente utilização dos recursos naturais entre eles a água. A ocupação desordenada de muitos centros urbanos tem contaminado os lençóis freáticos, poluindo mananciais, acabando com a fauna aquática entre outras consequências desse devasto desenvolvimento.  A água é um bem de domínio público e dotado de valor econômico, dessa maneira a correta gestão do uso dos recursos hídricos tende a contribuir para a utilização correta e racional desse recurso. O objetivo do presente trabalho foi averiguar de que forma os alunos do ensino médio fazem uso da água e se são conscientes quanto a sua utilização. Foi aplicado um questionário semiestruturado a cinquenta alunos do Instituto Federal do Pará, no âmbito na disciplina de Biologia cujo assunto era os ciclos hidrológicos. Os alunos mostraram ter consciência de que a água é um recurso não renovável, necessitando de uma correta utilização, e que realizam racionamento desse recurso durante as atividades diárias, no entanto, essa preocupação só é observada quando eles estão em suas residências, não havendo preocupação quando ao desperdício de água em vias públicas. Sendo assim, a escola é o ambiente mais propício a tomada de consciência quando ao uso da água.

Introdução

O crescimento populacional e o desenvolvimento tecnológico e econômico vêm acarretando, nas últimas décadas, um aumento da utilização da água e da pressão sobre as fontes existentes. Muitos interesses passaram a ser conflitantes, e a urgência em aumentar a disponibilidade de água, passa a ser uma preocupação latente (THAME, 2000).

Deste modo, um lugar interessante e que merece destaque para discutir as questões relacionadas ao consumo de água, é o ambiente escolar, pois trata-se de um dos meios mais importantes de formação de cidadãos, no qual permite a sensibilização e mudanças de percepção e de atitude dos alunos.

O presente trabalho se deu ao longo da disciplina de Biologia para os alunos do ensino médio durante as aulas de Ciclos Biogeoquímicos, mais especificadamente o ciclo da água, pois sabendo que a água é uma substância essencial para a manutenção da vida no planeta Terra, algumas das preocupações fundamentais do contexto atual devem ser com relação à forma como este recurso tem sido utilizado e à sua conservação em condições adequadas de uso para as gerações futuras (OLIVEIRA, 2013).

Assim, consumo e cidadania são aspectos da sociedade que estão relacionados, pois o consumo envolve coesão social, produção e reprodução de valores. Desta forma, não é uma atividade neutra, individual e despolitizada. Ao contrário, trata-se de uma atividade que envolve a tomada de decisões políticas e morais praticamente todos os dias. Há, portanto, uma conexão entre valores éticos, escolhas políticas, visões sobre a natureza e comportamentos relacionados às atividades de consumo (CONSUMO SUSTENTÁVEL, 2005)

Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi fazer um levantamento do hábito de consumo da água no cotidiano dos alunos, a fim de averiguar a conscientização que os mesmos apresentam para utilização deste recurso.

Material e Métodos

 O trabalho consistiu em entrevistas à 50 alunos do IFPA-Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará- campus Belém, no período de novembro de 2013, por meio de questionários com perguntas semi-estruturadas, durante as aulas de Biologia, no qual era explanado o assunto Ciclo Hidrológico e a importância dada ao referido assunto.

As questões utilizadas implicavam principalmente em perguntas referentes ao hábito de consumo, sendo que utilizou-se de estatística descritiva básica e do anonimato dos entrevistados para análise das respostas.

Resultados e Discussão

A análise dos dados foi precedida de verificação de consistência e integridade das respostas, tendo sido todos os questionários considerados, uma vez que não houve nenhum incompleto.

No que diz respeito ao conhecimento e consciência da água como recurso natural não renovável nota-se que quase a totalidade dos entrevistados tem consciência.

Quanto as perguntas que aferem os hábitos de uso cotidiano da água observou-se que 58% consideram usar a água de forma racional, 54% tomam banho com tempo acima de 10 minutos, enquanto que 46% ficam entre 5 a 10 minutos e, apenas uma minoria toma banho em até 5 minutos. 88% afirmam não escovar os dentes com a torneira aberta, 96% afirmam fechar a torneiras se as encontram pingando e 60% afirmam tentar corrigir imediatamente vazamentos em casa.

Vale frisar que é imprescindível a substituição de equipamentos convencionais por modelos economizadores e que a detecção e a eliminação de vazamentos em pontos de utilização incluem não só a regulagem e substituição de comandos hidráulicos (válvulas de descarga, registros e torneiras), mas também a eliminação de vazamentos nas tubulações internas (SILVA; TAMAKI; GONÇALVES; 2006). Oliveira (1999) e Nunes (2000), entre outros autores, comprovam que a economia de água advinda da implantação de um programa de uso racional desse insumo, através do conserto de vazamentos, instalações de tecnologias economizadoras e campanhas de sensibilização dos usuários, é usualmente significativa.

Segundo Silva, Tamaki e Gonçalves (2002), ao estudar um programa de conservação de água com alunos da USP, observou que 73% têm consciência da escassez de água potável, 98% afirmam economizar água (evitando banhos demorados e/ou fechando a torneira).

Quando indagados sobre vazamentos na rede pública 78% dos alunos mostraram-se indiferentes, assim como também não reutilizar a água em suas tarefas domésticas diárias.

Souza et al. (2010) ressaltam que a escassez da água vem ocorrendo por diversos fatores e que o uso irracional de água  pela população e o grande desperdício nos sistemas públicos são um dos principais motivos da escassez.

O selo verde é um instrumento de certificação ecológica que informa ao consumidor estar a empresa trabalhando com gestão sustentável e, portanto, preocupada em colocar no mercado produtos economicamente úteis, socialmente justos e que atuem em prol do meio ambiente de modo responsável Deste modo, o etiquetamento ecológico certifica por exemplo, produtos e sistemas que ajudam a economizar água (torneiras, chuveiros, limitadores de fluxo para banheiros) (VIEIRA; VIEIRA, 2012).

Com relação ao conhecimento e uso de produtos economizadores de água, 70% afirmam não conhecer e nem utilizar e, quanto a contratação de empresas portadoras do selo verde aproximadamente a metade dos entrevistados afirmam não se importar.