TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O Processo de produção de corpos cetônicos

Por:   •  8/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.549 Palavras (11 Páginas)  •  483 Visualizações

Página 1 de 11

AD2 BIOQUÍMICA 2 - (MANUSCRITA)

1) Sobre o processo de produção de corpos cetônicos, responda as questões abaixo:

 

a) Em condições de jejum, ocorre um aumento da lipólise, que por sua vez libera ácidos graxos para serem oxidados, principalmente no fígado, formando acetil-CoA. Explique como e porque em condições de jejum temos a produção de corpos cetônicos. (0,5)

Durante o jejum, a concentração de oxaloacetato no fígado é muito baixa, pois, essa molécula é utilizada na formação de glicose pela gliconeogênese. Nesta situação, o acetil-CoA (proveniente da beta-oxidação dos ácidos graxos), forma corpos cetônicos no interior da mitocôndrias. Duas moléculas de Acetil-CoA, pela ação da B-cetotiolase se condensam e formam o acetoacil-CoA, que se condensa com uma nova molécula de acetil-CoA, formando B-hidroxi-B-metilglutaril-CoA  através da enzima HMG-CoA sintase. O composto formado, sofre clivagem por ação da HMG-CoA liase formando o Acetil-coa e o Acetoacetato. A enzima B-hidroxibutirato desidrogenase, reduz  parte do Acetoacetato, formando o B-hidroxibutirato e a outra parte, sofre descarboxilação espontânea gerando acetona. Os corpos cetônicos são lançados na corrente sanguínea e captados pelos tecidos que necessitam de energia (tecido nervoso, pulmão, músculos cardíacos e esquelético) que os transformam de volta em acetil-CoA, que só então, entra no ciclo de Krebs e vão gerar energia para esses tecidos.

Obs: O fígado disponibiliza estes corpos cetônicos, pois, ele não consegue convertê-los em acetil-CoA, pq o fígado não tem a enzima cetoacil-coa transferase.

b) Explique o que é cetoacidose e porque esta condição pode prejudicar o funcionamento do nosso organismo. (0,5)

A cetoacidose é um tipo de acidose metabólica causada por excesso de corpos cetônicos no sangue, proveniente da beta oxidação de ácidos graxos, que diminui o pH sanguíneo.

É comum em pessoas com diabetes mellitus do tipo 1, pois nesse caso, com o déficit de insulina, serão realizadas bastante beta-oxidação, acúmulo de acetil CoA e produção de corpos cetônicos que podem liberar H+ que pode participar da seguinte reação: HCO3- + H+ →  H2CO3 →  H2O + CO2.

As cetonas podem ser usadas como fonte alternativa de combustível, porém, como glicose, elas também precisam de insulina para serem utilizadas como fonte de energia pelas células. Sem insulina, a quantidade de cetonas e glicose no sangue se acumularão e causarão um desequilíbrio a químico. O diabético não controlado poderá apresentar cansaço, hálito cetônico, náusea, vômitos, e se não tratado, poderá ter complicações renais, perda da visão, coma e até a morte.

2) Faça uma comparação entre o rendimento energético do metabolismo oxidativo de uma molécula de glicose e de uma molécula de palmitato, destacando a diferença em termos de saldo líquido de ATP e explique esta diferença. (1,0)

Se comparar uma molécula de glicose com uma de palmitoil-CoA veremos que muito mais ATP será gerado na oxidação do palmitoil, pois, mais coenzimas reduzidas serão geradas.

→ 01mol de glicose gera em torno de 32 ATPs (02 da glicólise + 02 do Complexo PDH + 28 da Fox)

→ 01 mol de palmitato gera no primeiro estágio da B-oxidação: 08 acetil-CoA + 7FADH2 + 7NADH. Esses carreadores reduzidos vão para a CTE e irão gerar 28 ATPs (Fox). Cada acetil-CoA gera 1 FADH2 + 03 NADH + 01 GTP no ciclo de Krebs (segundo estágio), portanto, os 8 Acetil-CoA vai gerar 08 FADH2 + 24NADH + 8GTP (8ATPs). Os carreadores reduzidos irão para a CTE e vão gerar 72 ATPs (Fox), totalizando 108 ATPs (28+8+72).

Descontando o equivalente a 2 ATPs (ATP →AMP) da primeira reação de ativação (onde a coenzima A é “pendurada” no palmitoil e forma o Palmitoil CoA). 108 – 2= 106

3) Sobre o catabolismo de aminoácidos responda as questões abaixo

a) Explique a importância do ciclo da ureia e cite em que órgão ele acontece. (0,5

O principal produto da degradação de aminoácidos é a amônia, que é muito tóxica. Em mamíferos, a amônia é convertida em uréia, através de um ciclo conhecido como “ciclo da ureia” que ocorre dentro dos hepatócitos, no fígado, pois, somente ele possui as enzimas para este ciclo. Esse processo é vital para o nosso organismo e qualquer problema na atividade de enzimas do ciclo, acarreta em níveis elevados de amônia no sangue, que além de alterar o pH sanguíneo,  a amônia pode atravessar a barreira hematoencefálica e no cérebro, ser convertida em glutamato (pela glutamato desidrogenase) fazendo com que o cérebro perca substâncias como o alfa-cetoglutarato, substrato da enzima. Com isso, haverá diminuição dos níveis de oxaloacetato e uma queda na atividade do ciclo de Krebs, comprometendo a respiração celular, causando danos aos tecidos neurais, levando ao coma e a morte. Deficiência parcial das enzimas do ciclo causam retardamento mental, letargia e vômitos. O excesso de glutamato, ativa a formação de glutamina que resultará na queda do estoque de glutamato e esse no tecido neural, é neurotransmissor e um substrato para a síntese de outro neurotransmissor, o y-aminobutirato.

b) Qual ou quais os possíveis destinos do grupamento amina proveniente da degradação de aminoácidos? (0,3) p 10 a 17

No citoplasma, o grupo amina é separado da cadeia de carbonos, logo depois é transferido, pela enzima aminotransferase, para o alfa-cetoglutarato, formando o glutamato (transaminação), esse transporta o grupo amina para dentro da mitocôndria, onde a enzima glutamato desidrogenase, remove o grupo amina do glutamato (isso acontece em duas etapas, acho que é a desaminação). O grupo amina livre se liga a mais um hidrogênio formando o íon amônio.

Se o nitrogênio (acho que na forma de amônio) estiver no fígado, é só entrar no ciclo da uréia, mas, se tiver em outro tecido precisa ser transportado através do sangue para o fígado.

Como o amônio é tóxico, é necessário um carreador que o transporte até os hepatócitos e a estratégia escolhida para esse transporte depende do tecido onde o amônio foi produzido.

Em tecidos como o cérebro, o amônio é ligado ao glutamato formando a glutamina que é encaminhada ao fígado pela corrente sanguínea. Nas células musculares, o grupo amina do glutamato pode ser transferido para o piruvato, pela Alanina aminotransferase, formando a Alanina (que não é tóxica) que entra no sangue e vai para o fígado. No fígado, a Alanina e a Glutamina entram nos hepatócitos que fazem o ciclo da ureia. O glutamato também pode transferir seu grupo amina ao oxaloacetato que se converte em asparatato, que também entra no ciclo.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (17 Kb)   pdf (207.4 Kb)   docx (20.3 Kb)  
Continuar por mais 10 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com