Rompimento Celula: Separação e Purificação de Produtos Biotecnológicos
Por: Sérgio Goularth • 4/9/2018 • Relatório de pesquisa • 1.492 Palavras (6 Páginas) • 805 Visualizações
Universidade Federal de São João Del-Rei[pic 1]
Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos
Disciplina: Separação e Purificação de Produtos Biotecnológicos
ROMPIMENTO CELULAR POR MOINHO DE BOLAS
Priscilla Amaral Nascimento – Matrícula: 154250001
Thamires Furtado Ribeiro – Matrícula: 164200071
02-09-2016
1. Introdução
Diversas operações unitárias são necessárias para separar e purificar componentes biotecnológicos, cada produto de interesse passará por procedimentos específicos afim de obter um melhor resultado final. A aplicação da biomolécula e sua localização são especificações necessárias para a escolha do melhor procedimento.
Quando a molécula de interesse está no meio intracelular, a primeira operação necessária é o rompimento da parede celular ou membrana celular. O mecanismo adotado para romper células depende do tipo de microrganismo empregado e ocorre após a etapa de separação e lavagem das células obtidas ao final do cultivo (PESSOA & KILIKIAN, 2005).
Para escolher o método de rompimento celular mais adequado, é necessário ter conhecimento da morfologia e tamanho da célula, ou seja, ter conhecimento sobre sua estrutura (CARNEIRO, 1996). A Saccharomyces cerevisiae é um fungo unicelular que apresenta parede celular rígida e altamente complexa, por possuir polissacarídeos, o que geralmente está relacionado às condições de cultivo em que foi submetida (RIO, 2004). Os Beta-glucanos e a quitina são os maiores responsáveis pela rigidez da parede celular e definem sua forma (GOMES, 2009). Conhecendo tais características, torna-se possível definir o método para rompimento da célula.
Os métodos de rompimento celular são divididos em métodos mecânicos como homogeneizador de alta pressão, moinho de bolas, prensa francesa e ultrassom e os não-mecânicos. Esses últimos subdividem-se em métodos químicos, como ação de detergentes e solventes, e físicos, como congelamento/descongelamento e choque osmótico (MONKS, 2015).
No entanto, os métodos mais abordados em escala laboratorial e industrial são os mecânicos e os métodos de rompimento químico, pois o enzimático é de difícil ampliação de escala, devido à dificuldade de monitoramento dos parâmetros adotados. (NEVES, 2003).
O método abordado no experimento foi o moinho de bolas. O moinho de bolas é um método de rompimento o mecânico que consiste na utilização de esferas de vidro em um recipiente cilíndrico contendo a suspensão celular (GARCIA, 2006). O choque das esferas com a biomassa promove transferência de energia e consequentemente o rompimento celular. Alguns fatores como tamanho das esferas, velocidade de agitação do moinho e a concentração de células interferem neste processo (LUCI et al., 2015).
2. Materiais e Métodos
Para realizar a prática de rompimento celular, utilizou-se um moinho de bolas com
Página 2 de 6
câmara horizontal, uma suspensão de 2 g de células de Saccharomyces cerevisae em 2 mL de solução tampão, obtendo uma concentração de 50% de células do volume da câmara. Em seguida, foram retiradas duas amostras (Amostra 1 e Amostra 2) de suspensão de células com diluição de 100 µL e adicionadas em dois tubos para dosar atividade proteica e contagem de células. Dessa forma, montou-se as câmaras do moinho de bolas utilizando a suspensão em questão com 70% do volume de esferas (2,85 gramas) e 30% do volume de solução de células (1,2 gramas). Ao pesar as câmaras, ambas obtiveram mesmo peso de 391, 7 gramas.
As Amostras 1 e 2 foram diluídas, obtendo uma concentração de 3,125% de Saccharomyces cerevisae, onde foi medida a absorbância a 600nm para definir a concentração celular e para determinar a quantidade de proteína total antes do rompimento acontecer.
Após o rompimento, as soluções das câmaras foram diluídas em uma concentração de 2,381% e posteriormente centrifugadas. Com o auxilio de uma pipeta, o extrato bruto foi transferido para tubos cônicos. Esta amostra foi centrifugada durante 8 min a 14000 rpm, em temperatura ambiente. Por fim, retirou-se o sobrenadante, que foi lido em espectrofotômetro a 280nm.
3. Resultados e Discussão
Tabela 1 - Parâmetros utilizados para rompimento de células de Saccharomyces cerevisiae em moinho de bolas pelos grupos 1 e 2.
Parâmetro | Grupo 1 | Grupo 2 |
Tempo de rompimento (min) | 7 | 8 |
Frequência (hertz) | 20 | 15 |
Concentração de células (g/mL) | 2 | 2 |
Volume adicionado a câmara (mL) | 1,2 | 1,3 |
Volume de esferas (g) | 2,85 | 2,88 |
Tabela 2 – Absorbância medida a 280 nm e a 600 nm, concentrações de proteínas e concentração de biomassa, correspondentes a absorbância.
Grupos | A 280 nm | Concentração de Proteínas (g/L) | A 600 nm | Concentração de Biomassa (g/L) |
A R + Grupo 1 | 2,486 | 4,143 | 0,503 | 0,213 |
A R + Grupo 1 | 2,363 | 3,938 | 0,466 | 0,197 |
Página 3 de 6
D R + Grupo 1 | 2,838 | 4,730 | 0,450 | 0,194 |
D R + Grupo 1 | 2,749 | 4,581 | 0,392 | 0,164 |
A R + Grupo 2 | 0,742 | 1,236 | 0,452 | 0,190 |
A R + Grupo 2 | 2,689 | 4,481 | 0,356 | 0,148 |
D R + Grupo 2 | 2,194 | 3,656 | 0,539 | 0,229 |
D R + Grupo 2 | 2,858 | 4,763 | 0,412 | 0,173 |
*A R: antes do rompimento; D R: depois do rompimento.
Tabela 3 – Rendimento de biomassa.
Grupos | Concentração de proteína total liberada (g/L) | Concentração de biomassa residual (g/L) |
Grupo 1 | 1,141 | 0,089 |
Grupo 1 | 1,105 | 0,167 |
Grupo 2 | 2,957 | -0,205 |
Grupo 2 | 1,062 | -0,168 |
...