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TERAPIA LARVAL - UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Por:   •  3/10/2018  •  Projeto de pesquisa  •  1.609 Palavras (7 Páginas)  •  440 Visualizações

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TERAPIA LARVAL

UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

                                                                               PINTO, Adriane Gonçalves

KOTHWITZ, Andreyna Lays

                                                                                               BONAPAZ, Rubia  

                                           

RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar o procedimento de terapia larval. Em que consiste em uma retirada de tecido necrótico de uma lesão com a finalidade remover os microrganismos que retardam a cicatrização. A metodologia utilizada foi de pesquisa bibliográfica. Com ela, podemos perceber que apesar dos grandes benefícios desta técnica, ainda há grandes dificuldades na realização de tal procedimento, como a falta de larvas suficientes para o tratamento dos pacientes, o apoio necessário dos gestores, aceitação do público alvo e dominínio do assunto pelos profissionais responsáveis, pois é através deles que haverá aceitação ou não da população.

Palavras-chave: Larvas. Tratamento. Terapia. Desbridamento. Pacientes.

1 INTRODUÇÃO

       A necrose é a morte celular, que ocorre quando uma agressão interfere na estrutura ou função vital de uma célula. Neste caso, não há desencadeamento da cascata enzimática da apoptose, que é a morte celular fisiológica. (FRANCO, 2010).

      Os fatores relacionados ao surgimento de necroses, podem ser através de agentes físicos; agentes químicos ou agentes biológicos (BRITO, 2009).

      A retirada de tecido necrótico de uma lesão, ou desbridamento, tem como finalidade remover exsudato, eliminar microrganismos e resíduos metabólicos nocivos que retardam a cicatrização e exacerbam a dor, mantendo o meio ideal para que a cicatrização ocorra em menor tempo e com o menor custo (FRANCO, 2010).

      Com isso, esse trabalho tem como objetivo, apresentar o procedimento de terapia larval. Em que consiste em uma retirada de tecido necrótico de uma lesão com a finalidade remover os microrganismos que retardam a cicatrização. É uma bioterapia utilizada a vários séculos, onde se faz a utilização de larvas vivas de moscas, no tratamento de feridas de diversas origens.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 MATERIAL E MÉTODOS

2.2 DISCUSSÃO

     A utilização de organismos vivos ou seus produtos para benefício do ser humano e animal, mediante o tratamento de doenças, denomina-se bioterapia. Entre as principais bioterapias empregadas estão: terapia com sanguessuga, abelhas, protozoários, bactérias, helmintos, cães, cavalos e larvas (SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOTERAPIA, 1996; FRANCO, 2010).

     A terapia Larval é a utilização de larvas de moscas vivas de forma estéril, para promover o tratamento de diferentes tipos de lesões e pode ser considerada uma limpeza biológica utilizada em úlceras crônicas com a finalidade de desbridá-las, reduzir o número de microrganismos nelas existentes e seu odor desagradável e, desse modo, iniciar a cicatrização (FRANCO, 2010).

     Para aplicação das larvas de moscas na cicatrização de feridas, primeiramente é realizada a seleção da mosca mais adequada e disponível na região onde será feito o tratamento. Somente as espécies de moscas que se alimentam de tecido necrosado, podem ser utilizadas no processo de desbridamento . Bastante utilizadas e encontradas no Brasil, estão às moscas da família Muscidae -Musca doméstica e Calliphoridae, em especial Phaenicia sericata, um parasita facultativo, que atua de maneira seletiva nos tecidos, ou seja, degradando tecido necrótico e preservando tecido saudável (PINHEIRO, 2014).

     É um procedimento conhecido há séculos. Civilizações antigas como tribos aborígenes da Austrália, habitantes do Norte de Mianmar e os Maias na América Central já utilizavam os benefícios desta técnica (LABORATÓRIO DE ESTUDOS DE DIPTÉROS, 2010).

     Em 1829 o cirurgião Dominic Larrey, do exército de Napoleão Bonaparte, observou que as larvas que se desenvolviam em feridas de alguns soldados favoreciam o processo de cicatrização. Anos depois, nos Estados Unidos, em 1931 foi repetida de forma intencional a mesma observação por William Baer, cirurgião ortopédico no Hospital Johns Hopkins. Durante a primeira Guerra Mundial, Baer observou que feridas infestadas por larvas de moscas nos soldados que eram recolhidos nos campos de batalha apresentavam melhora significativa em relação aos outros, devido à ação de desbridamento, realizada naturalmente por essas larvas (MARCONDES, 2006; LABORATÓRIO DE ESTUDOS DE DIPTÉROS, 2010, FRANCO, 2010; PINHEIRO, 2014).

      Alguns anos mais tarde, devido as suas observações, Baer repetiu o procedimento com pacientes acometidos com osteomielite. Apesar do êxito em 90% dos casos, a utilização dessa técnica foi interrompida, pois alguns pacientes apresentaram tétano. Foi então que começou pesquisas visando a desinfecção das larvas e a esterilização de ovos das moscas (LABORATÓRIO DE ESTUDOS DE DIPTÉROS, 2010; FRANCO, 2010; PINHEIRO, 2014).

      Após está conclusão, vários estudos foram desenvolvidos e anos mais tarde Johns Hopkins, médico cirurgião, desenvolveu um método de descontaminação das larvas, oque contribuiu para o sucesso desta técnica, especialmente nos Estados Unidos (MARCONDES, 2006, FRANCO, 2010).

 A primeira aplicação, oficialmente documentada, foi realizada por John Forney Zacharias, um cirurgião de Maryland, durante a Guerra Civil Americana,no período de 1861 a 1865 (PINHEIRO, 2014).

     Após 1945, com o desenvolvimento de antibióticos e o aperfeiçoamento das técnicas de desbridamento cirúrgico, desenvolveram-se certa euforia e arrogância, deixando-se de lado o uso desta técnica para o tratamento de feridas (MARCONDES, 2006).

Com base em trabalhos realizados nos Estados Unidos e no Reino Unido, numa feliz associação entre médicos e biólogos, a terapia larval passou a ser utilizada, com grande sucesso. Atualmente, dezenas de milhares de pacientes com feridas de várias origens (diabetes e/ou escaras de leito, queimaduras, fasciite necrotizante etc.) já foram tratados nos Estados Unidos e em vários países da Europa, principalmente no Reino Unido, Alemanha, Holanda e Suécia. Já há produção de moscas em vários países, com empresas e institutos obtendo bom rendimento com esta técnica de biotecnologia (MARCONDES, 2006)

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