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A GÊNESE DO ESPORTE MODERNO

Por:   •  1/5/2017  •  Resenha  •  1.745 Palavras (7 Páginas)  •  4.515 Visualizações

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A GÊNESE DO ESPORTE MODERNO

Surgido no âmbito cultural europeu por volta do século XVIII, o esporte moderno refere-se a uma atividade corporal de movimento com caráter competitivo difundindo-se pelo mundo. Sendo ele um resultado de modificações da cultura corporal das classes populacionais, os quais estavam na maioria das vezes ligados as festas populares, colheita e a religião. Estes jogos populares entram em declínio, com o processo de industrialização, urbanização e tecnologização, gerando novos padrões e novas condições de vida, transformando o cotidiano.

 O esporte pode ser visto e dividido em: esporte de alto rendimento ou espetáculo e esporte enquanto atividade de lazer, essas duas vertentes com características bem diferentes, enquanto uma abrange a busca de “satisfação”, seja por meio de competições, vitórias, campeonato, buscando até mesmo melhorias financeiras o outro está em busca do “prazer”, é feito buscando uma forma saudável de se viver, está ligado a saúde e a socialização.

AS CRÍTICAS PIONEIRAS AO ESPORTE

Desde que se desenvolveu o esporte despertou várias reações críticas. Critica essa, antes da sistematização da critica ao esporte, ou seja, ele nos mostra como as criticas tiveram uma estrutura assistemática, para depois se sistematizar. Existem cinco pontos as críticas ao esporte, Segundo Bernett (Bernett, 1982) citado por Bracht (1997): Emancipação do “esporte dos senhores”, Os princípios da competição, do rendimento e do recorde, Mentalidade esportiva capitalista, O esporte como arma dos dominantes, Esporte “burguês” a serviço do militarismo e do fascismo. Essas críticas revelam que não só os sistematizadores dos métodos ginásticos faziam criticas ao esporte e como ele era praticado, também as organizações de ginastica e esportivas de trabalhadores europeus faziam suas criticas ao esporte “burguês” e criavam princípios próprios para suas atividades esportivas.

A CRÍTICA DE ORIENTAÇÃO FRANKFURTIANA

 

Até a década de 60 o esporte só aparecia em textos na literatura como um mundo a parte, reduto do mundo privado, espaço apolítico da vida, em que a sociologia e a filosofia pouco se preocupavam com o espaço esportivo. Contudo a partir dessa década, esta realidade se modifica. E isto se deve em partes a Escola de Frankfurt (Teoria Critica), que critica duas vertentes: a tese da coisificação ou alienação e a tese da repressão e manipulação, em que resumindo seus significados, prega que as sociedades não desenvolvem todo o seu potencial, pois as relações sociais são conduzidas pelo mundo do trabalho que dita regras e maneiras de se pensar, representando um sistema de manipulação mesmo sendo uma sociedade tecnológica, industrializada e desenvolvida

O CORPO DISCIPLINADO: CORPO E PODER EM M. FOUCAULT

A disciplina sobre o corpo tem por finalidade produzir indivíduos dóceis e submissos a determinados sistemas, ao mesmo tempo, estes devem oferecer uma mão-de-obra de qualidade que ajude o desenvolvimento econômico da sociedade. A disciplina tem seu aspecto político ao produzir indivíduos submissos ao poder do Estado, garantindo o “equilíbrio” e a “ordem”.

O poder e a disciplina sobre o corpo possibilitam o funcionamento de instituições e grupos sociais. Desta forma, Foucault nos mostra que o corpo passa a ser considerado um objeto possível do controle disciplinar. A nova organização política e social, exige também novas formas de disciplina. A experiência decorrente dos movimentos de revolução ocorridos na Europa, demonstrou que o exercício do poder através da violência se tornou ineficaz.

O controle sobre o corpo e sobre o modo de vida dos indivíduos, de forma sutil, evitava possíveis levantes e protestos, mostrando-se mais eficiente. A teoria de Michel Foucault, em que o esporte é visto como uma instituição disciplinadora e controladora do corpo, que pode ser de forma negativa (quando reprime o individuo) ou positiva (quando manipula e estimula o ser). 

ESPORTE E REPRODUÇÃO CULTURAL EM P. BOURDIEU

A teoria de Pierre Bourdieu retrata que a pratica esportiva na expressão corporal é um campo de lutas simbólicas pela legitimidade e monopólios, seja entre o amador ou profissional, o esporte de elite e o popular, o participativo e o de espetáculo, sendo a pratica esportiva parte do processo de reprodução das diferenças de classe. Deste modo, vislumbra-se uma teoria sociológica do esporte em Pierre Bourdieu enquanto um prolongamento de seu método de investigação reflexivo e praxiológico. Também se reitera a importância de não estender e transferir mecanicamente as ferramentas conceituais bourdieusianas (habitus, campo, capital) para potencializar a análise do esporte, o que talvez contribua para que se “reproduza” no universo acadêmico a ideia de que seu modelo analítico direcionado à leitura do fenômeno esportivo não se trata de uma teoria sociológica do esporte, mas de um esquema rígido de investigação isolado de um conjunto de habitussociológicos que orientam e guiam, de maneira mais profunda, a construção de seu pensamento e de sua obra.

O MARXISMO ORTODOXO32 E A TESE DA REPRODUÇÃO                                     DA FORÇA DE TRABALHO

A analise do esporte enquanto meio de reprodução de força de trabalho desenvolvido por autores adeptos ao marxismo ortodoxo ou economista, os quais trabalham com a questão da hegemonia, onde o esporte é considerado um elemento de dominação, mas pode ser também um meio de resistência cultural ou politica. No marxismo ortodoxo utilizamos a tese da reprodução da força de trabalho “o esporte nesta perspectiva de analise é considerado na verdade, como um dos componentes do tempo livre ou do lazer, abrangendo a problemática mais ampla da relação trabalho lazer”. De acordo com essa teoria, o esporte teria se desenvolvido em estreita ligação com as necessidades da reprodução da força de trabalho, para o sistema de produção capitalista, já que a certo tempo, ele foi e continua sendo oferecido como forma de lazer nos setores trabalhistas, onde a partir das suas características racionalizadas surgem os dois tipos de reprodução: Reprodução simples ou física e Reprodução ampliada da força de trabalho. Dentre as características mais marcantes adquiridas pelo indivíduo a partir de esporte seria persistência, disciplina, pontualidade, dedicação, submissão às ordens, mas tudo isso seria conseguido através da utilização do esporte em sua versão “lazer” para ludibriar o verdadeiro objetivo dos grandes empresários, os quais estão somente voltados ao faturamento e ao lucro da produção.

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