A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO, DA SOCIALIZAÇÃO E DA CULTURA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO
Por: Julineide Gadelha • 11/5/2022 • Trabalho acadêmico • 1.704 Palavras (7 Páginas) • 172 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
DISCIPLINA: Crescimento e Desenvolvimento Humano
SEMESTRE: 2020.2
Professor Benedito Carlos Libório Caires Araújo
IMPORTÂNCIA DO TRABALHO, DA SOCIALIZAÇÃO E DA CULTURA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO
Autor: Julineide Gadelha Silvestre Coêlho
Luiz Alberto Macedo da Silva
RESUMO
Este trabalho faz parte da primeira avaliação da disciplina de crescimento e desenvolvimento humano, nele consta um desenvolvimento textual com referências acerca dos assuntos discutidos em sala de aula, como: desenvolvimento humano, papel do trabalho na transformação do homem, socialização e cultura e o seu importante papel no desenvolvimento do homem, é válido salientar que as referências citadas no texto foram frutos de uma leitura minuciosa sobre os temas e a relação com o que foi exposto durante as discussões em aula síncrona e assíncrona, as citações apresentam o pensamento de alguns autores que são referências sobre os assuntos abordados, por fim, este trabalho foi de extrema importância para a obtenção de conhecimento sobre a evolução do conhecimento, das ferramentas, da cultura, a linguagem e do trabalho na vida do homem.
Palavras-chave: desenvolvimento, transformação, evolução, humano, trabalho
Apresentação
Diante de tão diversas formas de inserção humana no mundo, produto e origem de diferentes histórias, culturas, valores, crenças, explicar o que constitui o "ser humano" é uma forma de buscar compreender o que nos faz tão semelhantes e tão únicos, tão universais e tão singulares ao mesmo tempo, compreender esses processos é uma maneira para entender a essência humana desde o início, começando pelo trabalho (MORETTI, 2011).
Pode-se definir o trabalho como o processo que realiza a mediação entre o ambiente e o homem, quando este põe em ação as forças de que seu corpo está dotado – braços, pernas, cabeça, mãos –, transformando os elementos que encontra disponíveis na natureza em produtos, suprindo assim suas necessidades, não importando “se elas se originam do estômago ou da fantasia” (MARX, 1985, p. 45). Será a partir desse trabalho útil, então, que a atividade humana transformará a natureza segundo as suas vontades, gerando valores de uso e se constituindo como alicerce fundamental na compreensão do uma terceira esfera: a do “ser social” (VIEIRA,2018).
Após o surgimento do trabalho muitas foram as transformações produzidas e através do trabalho consolidaram se por meio dos processos evolucionários do desenvolvimento, com isso promovendo mudanças na constituição do cérebro e demais órgãos externos e internos relacionados à essa atividade. Ao mesmo tempo, essas transformações criavam condições para a realização do trabalho, formando um processo singular de desenvolvimento e diferenciando, em essência, o homem que se formava, das demais espécies animais (LEONTIEV, 1978).
No processo de buscar a satisfação de suas necessidades e a produção de sua existência por meio do trabalho, o ser humano lida com dois elementos interdependentes, segundo Leontiev (1978), a fabricação de instrumentos e sua efetuação coletiva, esta referência nos permite afirmar que a consciência humana vai muito além do mero papel de instrumento de adaptação e interação com o ambiente.
Pela sua atividade, os homens não fazem senão adaptar-se à natureza. Eles modificam-na em função do desenvolvimento de suas necessidades, criam os objetos que devem satisfazer as suas necessidades e igualmente os meios de produção desses objetos, dos instrumentos às máquinas mais complexas, o movimento da história, só é, portanto, possível com a transmissão às novas gerações, das aquisições da cultura humana, isto é, com educação. (LEONTIEV, 1978).
A partir do trabalho, os seres humanos organizam a produção da sua vida em sociedade, interagindo, influenciando-se mutuamente, a fala foi característica essencial para a evolução do homem, pois como viviam coletivamente, precisavam se comunicar e comunicar o que aprendiam e observavam, originando, deste modo, o desenvolvimento de toda a história humana, a organização da vida em sociedade de forma cada vez mais complexa, com mediações e legalidades inerentes ao convívio em sociedades também cada vez mais complexas, uma infinidade de possibilidades de produção do novo, de transformação da realidade e de criação de valores e convenções. Se há uma essência humana, esta é, portanto, nada além do que a construção, pelos seres humanos, de sua própria história, sendo os homens os únicos responsáveis pela construção da sua história e de seu destino (PINTO, 2011).
Engels ao discutir o papel do trabalho na transformação do macaco em homem foi um dos primeiros a apontar que foi por meio da apropriação dos instrumentos, começando pela própria mão, que o ser humano conseguiu se desenvolver, saindo dos estágios mais primitivos, como o dos australopitecos e do homem de Neanderthal até chegar ao Homo sapiens (VALE, 2011). Dessa forma foram adquirindo habilidades criativas, o homem não se limita a repetir ações e processos, como os outros animais, mas desenvolve técnicas e tecnologia que lhe são úteis. Ou seja, o homem se diferencia pois cria suas próprias ferramentas e sua ação não se limita a modificar os materiais que encontra disponíveis na natureza. Para a melhor compreensão do assunto é recomendado assistir ao filme: “Os Croods”, com a direção de Chris Sanders e Kirk de Micco, (2013), a fim de que se pudessem fazer as associações do filme mediante ao conteúdo aplicado em aula.
MORETTI (2011) Afirma que ao agir intencionalmente sobre a natureza, visando transformá-la de modo a satisfazer às suas necessidades, produzindo o que deseja e quando deseja, o homem ao mesmo tempo em que deixa sobre a natureza as marcas da atividade humana, também transforma a si próprio constituindo-se humano.
Diante das diversas interfaces da realidade, refletir sobre como se dá o processo de inserção dos indivíduos no seu meio social é algo de grande relevância, devendo-se, para tanto, decifrar e compreender a totalidade dos fatos que os cercam, buscando a essência dos fenômenos a partir do imediato.
Utilizando o exemplo de Kaspar Hauser filme assistido durante as aulas, onde o homem não passou pelo processo de inserção no meio social, onde exercitaria a compreensão através da prática social, e mesmo assim o homem não consegue atribuir significado às coisas, mesmo tendo adquirido a linguagem encontra muitas dificuldades. Dessa forma, fica evidente que a ‘‘humanização’’ do homem, entendida como socialização, não é uma decorrência biológica da espécie, mas consequência de um longo processo de aprendizado com o grupo social. Assim, analisando o caso de Kaspar Hauser, somos levados a pensar que não apenas o sistema perceptual, mas as estruturas mentais e a própria linguagem são resultantes da prática social, ou seja, as práticas culturais "modelam" a percepção da realidade e o conhecimento por parte do sujeito (SABOYA,2001).
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