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BASES FILOSOFICAS E SOCIOLOGICAS DO MOVIMENTO HUMANO

Por:   •  18/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.130 Palavras (5 Páginas)  •  739 Visualizações

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Disciplina: Bases Filosóficas e Sociológicas do Movimento Humano

Tarefa: atividade do ciclo 1

Nome: Raimundo Nonato Pereira Sales

RA: 1146604

Turma: DGEFB1401BAPA0S

Parecer do Tutor:

Descrição da atividade

Com base nas leituras propostas, responda às questões a seguir:

1). Analise as frases motivacionais a seguir e que são utilizadas para estímulo à prática esportiva. Logo depois, selecione aquela que melhor exemplifica o conceito de ágon ou areté e justifique sua escolha.

2) Leio o texto “Corpo ativo e Filosofia”, produzido por Silvio Gallo e, logo depois, redija uma síntese apresentando as abordagens que o autor identificou como defensoras do corpo ativo e as abordagens que não realizam essa defesa. Ao fazer sua síntese, apresente uma citação oriunda desse texto na qual o autor justifica o seu posicionamento a respeito desse tema.

[pic 2]

Respostas:

1) Escolhi a frase número 2, pois nela está embutida um dos conceitos de Areté que é “superação, o aperfeiçoamento de si mesmo ou de uma situação”.

2) Vivemos em uma era de “superexposição” de tudo, onde a cada vez mais padronizamos a beleza, estética e, quase tudo vira objeto de marketing ou mercadoria, como falar de um corpo ativo sem relaciona-lo ao mercado onde a beleza pode ser comprada em centros de estética e clinicas?

Vários filósofos abordaram o tema do corpo ativo desde a origem da filosofia, muitos acreditavam que um corpo ativo, sadio, forte, era separado da alma, enquanto outros não acreditavam que um não poderia dissociar do outro.

Aristóteles pensava que a alma é aquilo que anima o corpo, ou seja, um completa o outro, o corpo executa o movimento, mas, isso só é possível, pela ação da alma.

Sendo assim, Aristóteles já corroborava com visão de um corpo ativo, pois o corpo é necessariamente um local de atividade, o que garante o dinamismo da vida.

Em sua obra A política, Aristóteles disse sobre a importância da atividade corporal na educação das crianças, e faz as seguintes recomendações:

(...) há dois tipos de hábitos, uns apaixonados, ou provindos da sensibilidade, outros intelectuais. E, assim como o corpo é gerado antes mesmo da alma, a parte carente de razão o é, igualmente, antes da razoável. Isto se observa pelos rasgos da cólera, pelos desejos e pelas vontades mostradas pelas crianças tão logo nascem. Mas o raciocínio e a inteligência só lhes vêm naturalmente com a idade. Convém, portanto, dar as primeiras atenções ao corpo, as segundas aos instintos da alma, recorrendo-se, todavia, ao intelecto ao tratar dos apetites e a alma, ao tratar do corpo.

(1991,p.50)

Platão também faz alusão a um corpo ativo, quando diz que devemos exercitar o corpo, antes mesmo da alma, de forma que isso possa exercer controle racional sobre ele.

Em sua última obra, As leis, Platão dá muita importância a educação no processo de construção social e, nessa educação o cuidado com o corpo sempre está em evidencia.

Seguem a seguir, trechos que confirmam tal importância.

Quando dizemos que a nutrição correta tem que ser decididamente capaz de tornar corpos quanto almas em todos os aspectos os mais belos e melhores possíveis falamos, presumo, imbuídos de verdade? (...) E suponho que, tomando o mais elementar dos aspectos, os corpos mais belos devem já dá mais tenra infância se desenvolverem com a maior normalidade possível? (...), Mas nós sabemos, não é mesmo, que quando o crescimento ocorre rapidamente desacompanhado de muito exercício adequado produz no corpo males incontáveis? (...) E que corpos que recebem o máximo de alimento requerem o máximo de exercício.

(Platão 1999, pp. 275-276

Já Descartes acreditava no dualismo, ou seja, corpo e alma separados, e para ele não fazia sentido a ideia de um corpo ativo, no máximo, um “corpo ativado”, que é movido, mas que não se move por si mesmo, o que de alguma forma nos remete a atitude contemporânea de tratar o corpo como “vitrine viva”, ou seja, tudo pode ser moldado de acordo com padrões impostos pela sociedade.

O trecho a seguir relata esse pensamento:

Alguns padres da Igreja estabelecem uma distinção, pelo menos no que se refere ao ser humano, entre corpo e matéria. Os mais influenciados pela tradição platônica e neoplatônica viram na matéria uma espécie de “mal”, muito afastado, se não infinitamente afastado, do “Ser”. O corpo humano, em contrapartida, pode ser transformado e, no limite, “transfigurado”. São Paulo falara (1 Cor. 15, 44) do “corpo espiritual”, não submetido à matéria. Essa noção de corpo espiritual foi objeto de especulação por parte de muitos teólogos cristãos. A maioria dos escolásticos concebeu o corpo como uma matéria formada, ou in-formada. O corpo é união de matéria e forma. Alguns falaram da corporeitas – corporeidade – como uma forma, ainda que uma forma “acidental”. (Ferrater Mora 2000, p. 584)

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