EDUCAÇÃO FÍSICA, DANÇA, O TRABALHO DE INCLUSÃO E PRIMEIROS SOCORROS
Por: Elip1977 • 22/9/2019 • Trabalho acadêmico • 4.406 Palavras (18 Páginas) • 266 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
A educação na contemporaneidade precisa abarcar as diferenças como forma de respeito, de integração e de democracia. As experiências, a maneira de viver e as ideologias de cada um necessitam estar atreladas aos conteúdos escolares e às metodologias de trabalho do professor, elencando novos enfoques para se compreender o espaço social e as ações necessárias para que haja mais possibilidades de direitos igualitários entre os indivíduos.
A escola do século XXI não pode estar fechada em suas “paredes”, e sim incluir os anseios da coletividade e todos os indivíduos que, de alguma forma, podem contribuir para o enriquecimento do espaço da sala de aula e para o redimensionamento do valor da educação na vida do ser humano.
Assim, a Educação Física, assim como as demais disciplinas, precisa trabalhar de forma eficaz com o múltiplo, com a diversidade de necessidades sejam elas de aprendizagem ou de necessidades especiais.
Por meio da dança, é possível trabalhar com os mais diferentes tipos de alunos, sem que haja qualquer tipo de exclusão. É preciso, para tanto, que o professor tenha criatividade em seu trabalho, para que nenhum aluno fique de fora.
Também será revelado no decorrer do trabalho, como o professor de Educação Física necessita ter conhecimento de primeiros socorros, não somente para prestar os primeiros cuidados a alunos especiais em caso de acidentes, mas, como maneira de prestar ajuda a qualquer aluno que eventualmente necessite de cuidados diante de um acidente nas aulas de Educação Física.
O trabalho trará uma entrevista com um professor de Educação Física de uma escola pública de cidade de Cachoeiro de Itapemirim, na qual serão perguntados pontos sobre o trabalho com alunos portadores de necessidades especiais e sobre o conhecimento acerca de primeiros socorros que alunos necessitem.
Então, o trabalho aconteceu por meio de uma pesquisa de campo e pesquisa bibliográfica.
2 DANÇA ENQUANTO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
A Educação Física possui conteúdos e conhecimentos específicos a serem trabalhados pedagogicamente, de forma sistematizada dentro do contexto escolar. Um desses conteúdos é a dança. Segundo Verderi (2000, p. 59(:
A dança pode criar condições para que se estabeleçam relações interativas, propiciando o conhecimento do próprio corpo e de suas possibilidades como forma de compreensão crítica e sensível do mundo que nos rodeia. No entanto, o trabalho com este conteúdo na escola, muitas vezes, se restringe as apresentações em festividades escolares, “as dancinhas”, ou seja, coreografias elaboradas exclusivamente pelos professores a serem incorporadas de forma “mecânica”, as quais não têm significado para os alunos, pois são tratadas de forma superficial.
Como descreve Marques (2007, p. 101):
[...] um repertório de dança bem ensaiado não cumpre o papel artístico e educativo. A dança na escola tem o compromisso de “ampliar a visão e as vivências corporais dos alunos em sociedade a ponto de torná-lo um sujeito criador-pensante de posse de uma linguagem artística transformadora”.
É indispensável ressaltar a importância da dança como patrimônio histórico e cultural da humanidade e, inclusive, como linguagem artística que dá a possibilidade de desenvolver a criatividade, por meio de expressão poética de idéias, visão de mundo. A dança representa uma maneira de viver de uma população de um determinado local. Como afirma Hasse (in GRANDO, 2005, p. 02-03)as manifestações da dança não acontecem por acaso:
Elas intervêm a par de outros preparativos onde as relações sociais se intensificam, a vontade de fazer parte é favorecida, a sensibilidade aguçada para os mais pequenos pormenores desde as cores, os odores, os gostos, os ritmos e, também, o conhecimento do bem e do mal que atravessam
cada instante e depuram atos e pensamentos. É na experiência social, onde um e outro, que a aprendizagem de uma maneira de ver o mundo [...] é
integrada em cada indivíduo de forma a inscrever, nos modos de agir e de pensar, as maneiras que são consideradas como as mais apropriadas a
este ou aquele grupo.
A dança faz parte do contexto os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais, tanto no que tange ao ensino de Educação Física como o ensino de Arte. A dança, dentro dos Parâmetros é tida como uma prática cultural de expressão corporal que deve ser desenvolvida de maneira interdisciplinar no contexto escolar. (BRASIL, 1997, 1998).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, então, são uma forma que os professores, que não possuem conhecimento acerca da dança e sua importância, possam conhecer as suas especificidades dentro dessa área e, assim, tenham condições de atuar, de maneira que não comprometam em demasia a qualidade do trabalho realizado dentro do âmbito artístico-educativo em sala de aula.
Contudo, Marques (2007, p. 23) declara que:
[...] na maioria dos casos os professores não sabem o que, como ou até mesmo por que ensinar dança na escola, refletindo as lacunas na formação profissional em Educação Física. Portanto, admite-se que as propostas pedagógicas na área da dança-educação deverão propiciar metodologias não-diretivas que possibilitem aos alunos a expressão corporal, a criatividade, a autonomia, a fim de que possam a partir da vivência desta manifestação compreender e ampliar seus conhecimentos sobre a realidade em que vivem.
A dança é entendida dentro da área de Educação Física como uma forma de possibilidade de socialização de conhecimentos, de socialização entre os pares, uma forma de expressar a corporeidade dos alunos. Laban (1990, p. 108) afirma que “[...] quando criamos e nos expressamos por meio da dança ao executarmos e interpretarmos seus ritmos e formas, preocupamo-nos exclusivamente com o próprio movimento.” Assim, pensar na importância do ensino do movimento e explorar a capacidade do aluno se movimentar é essencial.
Existem diferentes motivos para que a dança faça parte da formação global do aluno contemporâneo. A dança auxilia no autoconhecimento do aluno, estimula as vivências do corpo dentro do espaço escolar, proporciona aos alunos um relacionamento estéticos com seus pares e com o mundo, provoca incentivos à expressividade dos alunos, possibilita a comunicação não verbal por meio do movimento e do diálogo corporal,
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