Estagio em Educação Física I

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, a Educação Infantil vem avançando em grande expansão, obtendo intensidade maior após a nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n°. 9394/96), que estabelece a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, direito da criança de zero a seis anos de idade e dever do Estado. Desde então se iniciou um debate de questões referentes ao processo de maturação e construção social da criança de zero a seis anos, suas necessidades, sua especificidade, currículo a ser trabalhado, formação dos profissionais envolvidos dentre outros aspectos em diversos campos do conhecimento cientifico. Dentre os saberes colocados em pauta, a Educação Física tem sido alvo de constantes pesquisas, buscando-se investigar a contribuição desse componente curricular como área de conhecimento na Educação Infantil.

Toda criança ao iniciar a freqüência na escola, desenvolve uma espécie de formato/esquema que avança conforme sua etapa de desenvolvimento.

Para se compreender a infância e as crianças em suas múltiplas dimensões, é necessária uma investigação multidisciplinar. Nesse sentido percebemos a importância de atravessar a fronteira entre disciplinas e perspectivas, que deve ser considerada quando se almeja elaborar uma análise mais profunda a respeito das crianças. E para isso é preciso transitar pelas diversas áreas do conhecimento alimentando-se de suas contribuições científicas. (MARTINS FILHO, 2005).

A criança aprende a viver em casa, levando para a escola o seu cotidiano de vivencia com a família.

A escola é o local responsável pela construção e divulgação do conhecimento, promovendo o processo de ensino-aprendizagem e, durante as aulas, o professor cria oportunidades para que o aluno assimile de forma prazerosa esse conhecimento, desenvolvendo habilidades e atitudes que possibilitem a criatividade e o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas. (ROCHA, 2009).

Gallahue e Ozmun (2005) apresentam que os primeiros anos são um período de desenvolvimento cognitivo importante e foram denominados de ‘Fase do raciocínio pré-operacional’ por Piaget. Nesse período, as crianças desenvolvem funções cognitivas, que eventualmente resultarão em raciocínio lógico e em formulação de conceitos.

De acordo com Gallahue e Ozmun (2005), as crianças da Educação Infantil, freqüentemente parecem ser briguentas e relutantes em compartilhar objetos e em socializar-se com outras, geralmente têm medo de situações novas, são tímidas, introvertidas e não desejam deixar a segurança do que lhe é familiar. Nesta fase de conhecimento sobre o mundo, as crianças são egocêntricas e supõem que todas as pessoas raciocinam da mesma maneira que elas. É neste período que aprendem a distinguir o certo do errado e começam a desenvolver sua consciência.

O movimento precisa ser trabalhado de uma maneira que desenvolva o indivíduo integralmente, principalmente na Educação Infantil, para que a criança possa conhecer a si própria, testar seus limites, modificar seus gestos, compreender a função de seus movimentos e criar novos movimentos que a auxiliem a superar suas dificuldades. Para isso, é imprescindível que os professores de Educação Física realizem um trabalho consciente, para que se passe a valorizar essa área e, principalmente, se acredite efetivamente na sua importância.

 Para Ayoub (2001) a Educação Física na Educação Infantil pode configurar-se como um espaço em que a criança brinca com a linguagem corporal, com o corpo, com o movimento, alfabetizando-se nessa linguagem.

Ayoub (2001) afirma que Brincar com a linguagem corporal significa criar situações nas quais a criança entre em contato com diferentes manifestações da cultura corporal (entendida como as diferentes práticas corporais elaboradas pelos seres humanos ao longo da história, cujos significados foram sendo tecidos nos diversos contextos sócioculturais), sobretudo aquelas relacionadas aos jogos e as brincadeiras, às ginásticas e às danças, sempre tendo em vista a dimensão lúdica como elemento essencial para a ação educativa na infância. Ação que se constrói na relação criança/adulto e criança/criança e que não pode prescindir da orientação do(a) professor(a).

Contudo, este projeto visa trabalhar de forma lúdica e recreativa, jogos, brincadeiras, movimentos que possibilite a criança o desenvolvimento da coordenação, linguagem corporal de maneira prazerosa, de maneira que encaminhe a criança a construção do conhecimento.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Adquirir o desenvolvimento da coordenação, socialização e companheirismo, de maneira que a aprendizagem valorize seu próprio corpo, compreender sua possibilidades e perceber a origem de cada movimento.

1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Desenvolver atividades recreativas com alunos do Jardim II.
• Desenvolver equilíbrio e esquema corporal.
• Desenvolver coordenação motora.
• Proporcionar diversão, interação, participação e cooperação.
• Desenvolver noção de espaço e lateralidade.
• Estimular a percepção das atividades.
• Desenvolver agilidade, velocidade, atenção.
• Estimular o conhecimento corporal.
• Proporcionar prazer em brincar por parte dos alunos.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1        EIXOS NORTEADORES

            A Educação Física na escola e principalmente nos anos iniciais tem uma importância muito significativa, pois a criança nesta faixa etária depende de estímulos e situações que envolvam o movimento do corpo como um todo, afetivo – social, motor e cognitivo. Ao nascer, o primeiro contato que a criança tem com o mundo é por meio de seus pais, ela vai se interagindo com meio em que vive, tendo vivência com vários tipos de linguagens e situações, por intermédio dos acontecimentos do dia-a-dia é que a cultura vai sendo desenvolvida. As crianças acabam construindo a sua cultura, por meio do convívio familiar, situações que às vezes elas enfrentam e também pela própria cultura infantil. A escola tem o papel de transpassar aquela cultura que veio com a criança para a cultura escolar, uma forma de aproveitar e continuar essa construção adquirida no meio familiar.        
              A criança é culturalmente desenvolvida por meio de diferentes formas de agir, (diferentes formas) de linguagem e também no convívio com pais e familiares. De forma inconsciente a cultura vai sendo adquirida, seja no âmbito familiar, contato com as pessoas ao seu redor ou no contexto cultural em que vive. Nessas interações que a criança se envolve e também é envolvida é a forma que ela entra em contato com o mundo simbólico da cultura. (SARMENTO, 2007, P.6).        Na escola é preciso que as crianças sejam vistas como produtoras, seja de cultura ou de diversas linguagens, podendo ser oral, musical ou corporal. As crianças são capazes de construir movimentos desde que haja um mínimo estímulo, e esse papel a escola assume, os professores tem que ter consciência do que será trabalhado com elas, do que será desenvolvido e formado. Além disso, as crianças trazem consigo a cultura, experiências, linguagens adquirida no contexto familiar. Por meio dos movimentos e caracterizações feitas pelas crianças há uma assimilação com a nova realidade, com a nova cultura que elas estão aprendendo. Oportunizar esses movimentos faz com que as crianças formem ideias, concepções, expressões, comunicações e várias outras interações que favorecem para construção sociocultural da criança. É preciso que os professores tenha a capacidade de sempre estar estimulando o desenvolvimento da criança, principalmente nesse aspecto, a escola também precisa estar disposta para favorecer este desenvolvimento.        
             Ao trabalhar com a Educação Física Infantil, três principais eixos devem ser seguidos na forma de prática pedagógica, são eles: autonomia e identidade corporal, socialização, ampliação do conhecimento de práticas corporais (GARANHANI, 2004). Esses eixos precisam estar interligados nas aulas de Educação Física dos Anos Inicias do Ensino Fundamental, não devem ser trabalhados separadamente, pode até ser que em algum momento um ou outro tenha predominância na aula por causa do tema proposto, esses eixos têm uma ligação entre si. Os três se complementam, dão suporte uma para outro, as crianças precisam de uma pedagogia na qual os eixos se encaixem e ajudem no desenvolvimento das mesmas.