Filosofia da Ciência e Pensamento Crítico Trabalho de adaptação
Por: Kawan Willyan • 9/10/2020 • Trabalho acadêmico • 1.004 Palavras (5 Páginas) • 308 Visualizações
ESTRUTURA DAS REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS – THOMAS KUHN
A Estrutura das Revoluções Científicas (Thomas Kuhn, 1962) é uma análise sobre a história da ciência. Sua publicação estabelece um marco na sociologia do conhecimento, popularizando os termos paradigma e mudança de paradigma.
Thomas Kuhn começou sua carreira acadêmica como físico teórico, interessando-se depois por história da ciência. Ao longo de seus estudos acerca das teorias científicas passadas, realizadas segundo uma nova perspectiva, que procurava compreender uma teoria a partir do contexto de sua época, e não do ponto de vista da ciência de hoje, Kuhn se deu conta de que a concepção de ciência tradicional não se ajustava ao modo pelo qual a ciência real nasce e se desenvolve ao longo do tempo. Essa percepção da inadequação histórica sobre as ideias da ciência o conduziu à filosofia da ciência.
O conceito de paradigma científico de Kuhn é visto como um marco histórico da ciência. Em sua obra “A Estrutura das Revoluções Científicas”, de 1962, ele marca o início de um período no qual se começou a questionar o que realmente é a ciência. Esse trabalho viria a exercer uma influência decisiva nos rumos da filosofia da ciência. Devido a isso e ao fato da comunidade científica se ater a um único paradigma, a, antes desorganizada, ciência passa a demonstrar indícios do que se tornaria nos dias atuais.
Embora em uma linguagem aparentemente acessível, Kuhn discorre em sua obra teses bastante sofisticadas sobre o conhecimento científico e o conhecimento em geral, que receberam críticas filosóficas.
Um paradigma é composto de suposições teóricas e leis para a sua aplicação. Os que trabalham dentro de um paradigma praticam aquilo que Kuhn chama de ciência normal. Os cientistas normais organizarão e desenvolverão o paradigma, buscando explicar e acomodar o comportamento de alguns aspectos relevantes do mundo real. Ao fazê-lo, se depararão, inevitavelmente, com dificuldades e encontrarão erros aparentes. Se as dificuldades desse tipo fugirem ao controle, um estado de crise se manifestará. Uma crise é resolvida quando surge um paradigma inteiramente novo, que atrai a adesão de um número crescente de cientistas até que eventualmente o paradigma original, problemático, seja abandonado. A mudança contínua constituí uma revolução científica. O novo paradigma, cheio de promessas e aparentemente sem dificuldades supostamente insuperáveis, orienta uma nova atividade científica normal até que este também encontre problemas sérios e o resultado seja realizar outra revolução. Ou seja, a espinha dorsal da obra de Kuhn consiste na tese de que o desenvolvimento típico de uma disciplina científica se dá ao longo da seguinte estrutura:
Fase pré-paradigmática → Ciência normal → Crise → Revolução →
Nova ciência normal → Nova crise → Nova revolução → ...
FASE PRÉ-PARADIGMÁTICA
Representa a pré-história de uma ciência, ou seja, é o período no qual reina uma ampla divergência entre os pesquisadores sobre quais fenômenos dever ser estudados, e como o devem ser, sobre quais devem ser explicados, e segundo quais princípios teóricos, entre outras divergências que surgem nessa fase. Enquanto predomina essa fase, a disciplina ainda não alcançou o status de ciência genuína.
CIÊNCIA NORMAL
Uma disciplina se torna uma ciência quando adquire um paradigma, encerrando-se a fase pré-paradigmática e iniciando-se uma fase de ciência normal.
Um paradigma fornece os fundamentos sobre os quais a comunidade científica desenvolve suas atividades. As pesquisas firmemente assentadas nas teorias, métodos e exemplos de um paradigma são chamadas por Kuhn de ciência normal.
Kuhn propôs que a transição para a maturidade, ou seja, para a fase científica, de uma disciplina envolve o reconhecimento, por parte dos pesquisadores, de uma realização científica exemplar, que defina de maneira razoavelmente clara os principais pontos de divergência da fase pré-paradigmática.
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