HIPONATREMIA ASSOCIADA AO EXERCÍCIO
Por: brunoeefe • 28/6/2016 • Artigo • 1.459 Palavras (6 Páginas) • 700 Visualizações
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE – USP
HIPONATREMIA ASSOCIADA AO EXERCÍCIO
Bruno José Barros, 9303911
Daniel Henrique Santos Silva, 9366850
João Alexandre Peluso, 9304116
Data: 27 de Abril de 2016
INTRODUÇÃO:
A hiponatremia é definida como uma baixa concentração de sódio sérico (< 136 mmol/L), e é a mais comum desordem eletrolítica em pacientes hospitalizados.
Existem várias causas para hiponatremia, uma delas é a hiponatremia associada ao exercício, que na maioria dos estudos é causada pelo exagerado consumo de líquidos em provas de longa duração.
DEFINIÇÃO:
É definida como a concentração de sódio sérico menor que 136 mmol/L.
TIPOS DE HIPONATREMIA:
Para o melhor entendimento da hiponatremia e como ela ocorre é necessário definir alguns tipos de hiponatremia.
A hiponatremia hipotônica indica excesso de água em relação ao soluto no fluido extra celular. Isso pode ocorrer por aumento do volume de água ou por diminuição de soluto
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A pseudohiponatremia é causada por um aumento de lipídios e/ou proteínas no plasma que devido ao espaço ocupado por eles causa uma diminuição na concentração de sódio, esse tipo de hiponatremia não necessita de tratamento.
A hiponatremia isotônica ou hipertônica ocorre quando outros solutos eficazes estão presente na água (soluto eficaz é aquele impermeável a membrana da célula e permanecem relativamente compartimentado criando gradiente osmótico através da membrana celular).Esses solutos provocam um deslocamento osmótico do fluido intracelular para o fluido extra celular gerando a diminuição da concentração de sódio no plasma.
HIPONATREMIA ASSOCIADA AO EXERCÍCIO.
Como já dito acima a hiponatremia associada ao exercício está bem descrita na literatura como sendo uma concentração de sódio sérico abaixo da gama normal de referência 136 mmol/L que ocorre durante ou até 24 horas após o exercício, esse distúrbio é na maior parte das vezes gerado pelo consumo excessivo de água em relação as perdas totais de fluídos corporais, porem, inicialmente se pensava que a hiponatremia ocorria por depleção de volume resultando na perda de sódio pelo suor, por tanto seria classificada como uma hiponatremia hipovolêmica, no entanto, a hiponatremia hoje é na maior parte dos casos classificada como hiponatremia euvolêmica ou hiponatremia hipervolêmica causada pelo consumo excessivo de água e aumento da secreção de arginina vasopressina (AVP) que reduz a capacidade de excreção renal máxima, aumentando assim a propensão de reter líquidos ingeridos, diminuindo o volume da urina e deixando-a mais concentrada.
Sendo a sobre hidratação o principal fator de risco para o desenvolvimento de hiponatremia associada ao exercício devemos conhecer a quantidade de líquidos que podemos ingerir antes de desenvolver essa hiponatremia dilucional.
Indivíduos com função renal normal é capaz de excretar entre 500 a 1000 ml de água por hora, juntando esse volume com o volume que pode ser perdido por ações não renais como suor, e as perdas de fluídos não sensíveis, atletas podem consumir de 1000 a 1500 ml de água por hora antes de desenvolver hiponatremia dilucional.
Um mecanismo possível para a manutenção de sódio mesmo com ganho de peso a partir do consumo excessivo de água é a mobilização de reservas internas de sódio, 25% do sódio está no osso e pode ser recrutado para a manutenção das concentrações normais de sódio sérico.
O exercício físico intenso é capaz de inibir a supressão de arginina-vasopressina, podendo reduzir significativamente a capacidade dos rins em excretar água juntando isso ao consumo excessivo de água ocorrerá a hiponatremia dilucional. Nem toda secreção de arginina vasopressina deve ser tida como ruim, pois ela é importante quando há uma grande perda de líquido e sódio pelo suor, esse mecanismo evita que o atleta tenha uma hiponatremia hipovolêmica.
Existem estudos apresentando outros fatores de risco como tempo de corrida superior à quatro horas, o uso de anti-inflamatórios não-esteroidais , porem os dados ainda são conflitantes, e ainda o índice de massa corporal parece influenciar no desenvolvimento de hiponatremia, quando se fala que o risco de mulheres desenvolverem hiponatremia sintomática devemos antes corrigir os dados pelo índice de massa corpórea e tempo de corrida, assim não parece haver relevância estatística para tal afirmação.
Os estudos acerca da hiponatremia associada ao exercício é relativamente novo, em 1985 foi publicado o primeiro estudo sobre o tema, descrevendo o ocorrido em uma ultramaratona nos Estados Unidos em 1982. Após esse estudo vários outros foram publicados buscando elucidar seus mecanismos que até hoje não são completamente compreendidos devido sua infinidade etiológica e sintomatologia, assim sendo é difícil traçar um tratamento ideal e bem definido.
Até hoje artigos de revisão e consenso internacionais tem relatado fatores de risco, fisiopatologias, sinais e sintomas, prevenção e estratégias de gestão de pacientes.
A hiponatremia associada ao exercício tem sido mais comumente observada em provas de resistência, por exemplo em ultramaratonas e triatlos, podendo ser sintomática ou assintomática, essa última é a mais comumente observada sendo diagnosticada somente por análises bioquímicas, a hiponatremia sintomática é a mais severa e podendo apresentar quadros de edema cerebral e pulmonar nos quadros mais sérios, outros sintomas são: dor de cabeça, vômitos, diarreia, alteração no humor, dores abdominais e etc. Como esses sintomas não são específicos da hiponatremia e igual aos sintomas de complicações que ocorrem em atividade física extenuante fica difícil seu diagnóstico.
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