Lazer e Idosos
Por: Guilherme Martins • 4/6/2016 • Trabalho acadêmico • 3.197 Palavras (13 Páginas) • 419 Visualizações
INTRODUÇÃO
É considerada idosa a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos conforme a lei 10.741 sobre o Estatuto do Idoso. Segundo o IBGE, a população brasileira é composta por 190.755.799 habitantes, sendo 20.588.890 são idosos (CENSO 2010). Pesquisa realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)[1] de 2013, afirma que no Brasil o número de pessoas acima de 60 anos passou para 13%, comparado com o ano anterior que foi 12,6%, no país a população idosa ultrapassa 26,1 milhões de habitantes.
Ser idoso vai além da contagem cronológica da idade, mas também é estar passando, de forma natural, pelo processo de envelhecimento, atingindo a idade inicial para se considerar idoso, gozar dos seus devidos direitos e gradativamente continuar passando pelo processo de envelhecer. Schneider e Irigaray (2008) escreveram sobre o envelhecimento na atualidade e afirmaram que o envelhecimento é visto como um processo complexo onde estão inseridos diferentes tipos de idade, a cronológica, referente a contagem de tempo decorrido em dias, a idade biológica, definida pelas modificações corporais e mentais, a idade psicológica, referente as capacidades psicológicas, como a memória, e por fim, a idade social, definida pela obtenção de hábitos e status social pelo indivíduo.
O envelhecimento é experimentado por cada indivíduo de formas diferentes, porém é natural passar por esse processo de declínio. Nóbrega, et al. (1999) coloca ser um processo contínuo onde ocorre progressivo declínio em todos os processos fisiológicos do corpo e destaca em sua publicação as alterações estruturais cardíacas e as músculo - esquelética. Figliolino, et al. (2009) atribui a esse processo natural de envelhecimento, modificações funcionais e estruturais que geram redução da vitalidade e favorece o aparecimento de doenças, e que prevalece as alterações sensoriais, doenças ósseas, cardiovasculares e diabetes.
Concomitante ao processo natural de envelhecer, de forma geral, pois há exceções, acontece também o processo de aposentadoria. De acordo com a lei nº 8.213 sobre a Previdência Social, os principais requisitos para a aposentadoria são pela regra 85/95 progressiva, onde a soma da idade mais o tempo de contribuição deva somar 85 anos para mulher e 95 anos para homem, a regra 30/35 anos de contribuição, 30 anos para mulher e 35 para homem, e por idade, a mínima é, sendo trabalhador urbano, 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher). Além dos 180 meses efetivamente trabalhados, para efeito de carência. Se aposentar não significa apenas estar livre das obrigações com o trabalho e ter tempo livre. Estar aposentado significa passar por adaptações naturais a esse processo.
Alvarenga, et al. (2008) coloca que a aposentadoria pode ser assimilada de forma negativa e de forma positiva, negativa quando é expressivamente prejudicial afetando a estrutura psíquica do individuo, e positiva quando proporciona uma reorganização de vida. E ainda coloca que aposentar-se pode ser vivenciar uma ruptura imposta pelo externo e pode gerar frustração e sentimento de esvaziamento, já que o trabalho está ligado a identidade pessoal. Mori e Silva (2010) colocam que em alguns casos o idoso aposentado opta ou necessita continuar trabalhando para se manter independente financeiramente, mas que quando podem ou conseguem parar de trabalhar não sabem atribuir valor ao tempo-livre e aos benefícios que esse tempo pode lhes proporcionar com variadas vivências.
No momento de aposentadoria ou diminuição dos afazeres domésticos, resultantes do processo de envelhecimento, deveria se tornar primordial a ocupação do tempo livre com atividades benéficas para o idoso. O lazer pode proporcionar uma vida mais descontraída, uma maior socialização em diferentes ambientes e uma melhor interação com outras pessoas e culturas. O melhor uso do tempo livre pode levar o idoso a participar ativamente da vida social, adquirindo novos hábitos e enriquecendo de forma criativa sua inserção no meio sociocultural (MORI e SILVA 2010).
Uma das diversas formas de ocupação do tempo livre é a prática de atividade física e social que pode contribuir de forma positiva para processo do envelhecimento. Salvador et al. (2009) expõe que a atividade física leva ao idoso a oportunidade de uma vida mais ativa e independente e que contribui para manutenção da autonomia, promovendo uma melhor qualidade de vida. O estudo introduz que a atividade física é uma das principais estratégias para a prevenção de doenças crônicas provenientes do envelhecimento. Figliolino, et al. (2009) em seu estudo sobre a influencia do exercício físico em idosos coloca que a prática de exercício físico pode retardar, melhorar ou prevenir a atividade de vida diária, o equilíbrio e a marcha dos idosos, além de diminuir os riscos de queda.
Embora a prática de exercício físico venha contribuir de forma benéfica, com efeitos positivos no aspecto fisiológico e mental, ao processo de envelhecimento, somando para um processo mais saudável e de qualidade. Para Palma (2000), saúde não é apenas ausência de doenças, ultrapassa esse sentido, é um completo bem estar, físico, mental e social. Para Antunes, Mazo e Balbé (2011) a prática de exercício físico, pode ser considerada como positiva para a autoestima de idosos uma vez que a autoestima elevada propicia que o indivíduo se sinta seguro, independente, respeitado e reconhecido. E consideram que uma boa autoestima pode ser vista como uma forma apropriada de entender e vivenciar o processo de envelhecimento, pois a autoestima tende a diminuir com o avançar da idade.
Portanto, partindo do pressuposto de que haja uma relação entre lazer, atividade física e idosos, o objetivo deste trabalho é averiguar se idosos pertencentes a um programa de atividade física consideram essa prática um momento de lazer.
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Esta pesquisa é caracterizada como teórico-empírico, uma vez que, além da pesquisa bibliográfica foi realizada uma coleta de dados. (LÜDORF, 2004). A coleta aconteceu em diferentes lugares que oferecem programas de exercício físico para idosos. Como instrumento de coleta, com a finalidade de atingir o maior número possível de participantes, foi utilizado um questionário[2] desenvolvido especificamente para esta pesquisa. O questionário continha oito perguntas, sendo seis perguntas fechadas para obtenção de respostas diretas e objetivas e duas abertas para ampliar a possibilidade de obter informações dos participantes.
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