Multiculturalismo e educação: Desafio para a prática pedagógica

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho pretende analisar a abordagem de esporte de lutas ou artes marciais. As lutas e as artes marciais apresentam, em sua origem, características atribuídas à sobrevivência, ao exercício físico, ao treinamento militar, à defesa e ao ataque pessoal, além das implicações culturais, religiosas e filosóficas. Com o surgimento de outras necessidades e o desenvolvimento de novas técnicas, o ser humano atribuiu outro significado às lutas, e hoje assistimos a um processo de esportivização das mesmas.

Alguns aspectos podem ser utilizados para diferenciar lutas e artes marciais. As artes marciais são práticas corporais de ataque e defesa, podendo ser também caracterizadas como lutas. A principal diferença entre as duas é que os praticantes de artes marciais, principalmente as de origem oriental, consideram que os conteúdos da cultura de origem da atividade teriam uma orientação filosófica que determinaria a sua diferença com as lutas. E o mestre, por sua vez, possui uma postura de educador, e ensina aos seus “discípulos” vários preceitos que vão além da própria prática da luta, ou seja, lições que serviriam para a vida.

Ao falar em Educação Física, resgata-se o desenvolvimento de três níveis de conhecimento: sócio-afetivo, que visa a desenvolver o indivíduo como pessoa, estimulando a formação de uma personalidade estável e equilibrada; cognitivo, ligado ao desenvolvimento intelectual e à operação dos processos reflexivos; e motor, que trata diretamente do movimento e do seu desenvolvimento.

O homem, para ser completo, precisa ser visto como um ser físico-cognitivo-emocional. Esses campos desenvolvem-se simultaneamente, com ou sem a intervenção de um facilitador (o professor, por exemplo). No entanto, se há uma intervenção correta e de forma eficaz, isso ocorre de forma mais significativa.

2. DESENVOLVIMENTO:

Parte 1: Aspectos técnicos/táticos e físico:

Aspectos Técnicos/Tático e Físico específicos das modalidades de lutas e artes marciais. As lutas e as artes marciais apresentam uma modalidade de treinamento de exercícios físicos a qual se caracteriza a sobrevivência, à defesa e ao ataque pessoal, as quais devem ser pautadas na disciplina e educação do esporte, em que se põe ao desenvolvimento necessário de técnicas e táticas para o ser humano. No ambiente escolar o termo esporte luta e artes marciais, devem ser reverenciadas em sua proposta curricular metodológica com conteúdo pedagogicamente organizados nas aulas de Educação Física, onde os professores possam tematizar esses esportes no ambiente escolar.

Para melhor compreensão, entendemos que as modalidades de lutas que fazem parte dos jogos olímpicos são: Boxe, Esgrima, Judô, Luta Olímpica (Greco Romana ou Livre) e o Taekwondo.

Os aspectos técnicos das lutas se associam no âmbito esportivo a interação, ou seja, o atleta procura ter dimensão a seu redor, como a altura, distância, velocidade, massa, e outros, levando-o a deslocar-se rapidamente para atingir o alvo, que possam afastar ou aproximar ou até mesmo imobilizar o adversário, com chutes, socos, pegadas, projeções, defesas, esquivas, etc.

Contudo, os aspectos táticos das lutas se inserem a superação diante do oponente, onde possa elaborar a estratégia de executar golpes, executar projeção, submissão ou finalização, (Judô, Luta Olímpica), atingir o oponente com socos, (Boxe), ou atingir o oponente com chutes e socos em determinadas regiões do adversário, (Taekwondo), ou utilizando algum incremento como espada para atingir o adversário, (Esgrima). Assim, a tática se associa a estratégia do atleta, em que o planejamento e as decisões são imediatos na hora da ação. Nas lutas há tática em defesa e tática em ataque, onde ambos centralizam a mesma ação da atividade, pois um ataque pode representar uma forma de defesa.

Parte 2 - ENTREVISTA AO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

1. Quais esportes de lutas e artes marciais olímpicas e não olímpicas desenvolvidas na escola?

R.: Nossa escola não oferece essas atividades na prática da Educação Física.

2. Quais são as metodologias para o desenvolvimento dessas modalidades?

R.: Nenhuma metodologia.

3. Como é a aceitação dos alunos na prática da modalidade de lutas nas aulas de educação física e principalmente o envolvimento de meninos e meninas?

R.: Os alunos não praticam modalidades de luta na EFI.

4. Qual é a estrutura e quais são os materiais disponíveis na escola para o desenvolvimento da modalidade de lutas?

R.: A escola não dispõe de meios físicos ou logísticos para tais práticas.

5. Quais são as principais dificuldades encontradas para realização da modalidade lutas e artes marciais nas aulas de educação física?

R.: Bom, penso que para essa modalidade é necessária um estrutura funcional, ambiente e interesse dos alunos.

6. A respeito das capacidades motoras, procure através de um questionamento ao professor, qual ou quais capacidades motoras são mais relevantes e mais utilizadas na infância e adolescência para as modalidades de lutas e artes marciais que ele trabalha na escola (força, velocidade, resistência, flexibilidade ou coordenação).

R.: Bom a prática de Artes Marciais é muito benéfica em todos os sentidos, porém, devido ao número de alunos atendidos, tempo de aula disponível e espaço físico a escola não tem a mínima condição de implantar a modalidade, exceto na contextualização e teorias aplicadas.

Parte 3 – Analise da entrevista

Há tanto recursos para uma aula de luta e ou artes marciais, mas o professor entrevistado não acha viável, ele acha que apesar de o conteúdo de lutas ser pertinente ao contexto da Educação Física, o que nos permite dizer que há um entendimento compartilhado de que é necessário trabalhar com a ampliação da cultura de movimento, rompendo com a Educação Física tradicional, baseada no esportivismo e no tecnicismo. Porém, o professor não atua com luta na escola, por que não há recursos para isso, e que o espaço não é propicio, que