NÍVEL DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DE PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL
Por: Dani Pascotin Alisson Silveira • 7/5/2018 • Artigo • 5.339 Palavras (22 Páginas) • 395 Visualizações
NÍVEL DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DE PROFESSORES DA ESCOLA MUNCIPAL CARLOTA VIEIRA DA CUNHA DE SÃO GABRIEL-RS
PASCOTIN, Daniele da Silva¹
GUTERRES, Rodrigo de Azambuja²
RESUMO
O esforço principal desse estudo está em descrever e analisar o nível de saúde e a qualidade de vida de professores da Escola municipal Carlota Vieira da Cunha da Cidade de São Gabriel (RS). Participaram do estudo 19 professores atuantes na escola. Para a coleta de dados foi utilizados uma pesquisa quantitativa, de caráter descritivo e transversal. Os dados coletados foram tratados como indicadores para determinar as variáveis antropométricas; utilizado às medidas de estatura, massa corporal e percentual de gordura, todos conforme o protocolo de Pollock (1987). Já em relação às questões referentes à Qualidade de Vida, foi utilizado o questionário denominado SF36 adaptado – Pesquisa em Saúde - que abordou questões relacionadas a saúde, a alimentação e aos hábitos diários. Os resultados encontrados revela que os professores apresentam um nível de saúde razoável em todas as dimensões, sendo o percentual mais elevado, e consequentemente mais preocupante, encontrado em relação às dores corporais e, o menor, em relação às dores e a realização de suas tarefas diárias. No que se refere à qualidade de vida, constatou que os professores estão em um possível fator de risco se tratando na relação de gordura corporal e sobrepeso, já que há falta de atividade física contribui de forma negativa na qualidade de vida. O conhecimento dessas evidências poderão contribuir para a construção de medidas para a reorganização da sistemática de vida e trabalho e influenciar diretamente na qualidade de vida dos professores, gerando melhor desempenho na atividade de educar.
PALAVRAS-CHAVE: professores, qualidade de vida, saúde.
1 INTRODUÇÃO
Os noticiários revelam as muitas limitações do nosso sistema educacional, entre elas, a desvalorização da profissão, a falta de estimulo pela docência e outras questões estruturais que limitam o potencial do profissional no processo de ensino do aluno.
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Nem mesmo esse cenário sombrio afasta o interesse de muitos destes profissionais que dedicam seu tempo para o progresso educacional do nosso país.
Sobre o papel do educador é importante refletir sobre o que se afirma:
Ser educador não é outra coisa senão sinônimo de compromisso, responsabilidade e, principalmente, desafio quando se trata de contribuir com o desenvolvimento das capacidades intelectuais do educando, interagindo constantemente através de práticas educativas concisas e construtivas buscando sempre a melhor maneira de transmitir o conhecimento à formação desse docente (PRAXEDES, et al., 2010).
A preocupação em relação à saúde dos profissionais da área Educacional: nossos professores é o foco que cerca a proposta deste trabalho. Com a crescente expectativa pela busca de qualidade de vida, o assunto já era tratado como é revelado:
A cada dia que passa está mais consolidada a relação entre saúde e qualidade de vida. Apesar das relações serem mais amplas, passando o conceito de qualidade de vida por questões que envolvem fatores de ordem social, econômica, física e psicológica, fica evidenciado que apresentar uma boa saúde contribui de forma positiva e direta sobre o conceito de qualidade de vida. (SANTOS, 2008).
Além deste posicionamento, outros autores abordavam o assunto qualidade de vida trazendo-o para discussões, este tema é “objeto de reflexão devido a busca de melhores condições de vida, devendo ser enfatizada a promoção da saúde, englobando diversos fatores que determinam a qualidade de vida da população”. (VISSANI, 2002).
De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no relatório apresentado em 1994, a entidade definiu Qualidade de Vida como sendo a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto cultural e os sistemas de valores nos quais ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Nos últimos 10 anos, é visível o progresso em relação ao conceito de qualidade de vida, sem a delimitação de uma definição única sobre dada sua abrangência. (FLECK, et al.,1999).
Outra definição importante a ser apresentada é a feita por Cardoso (apud SOUZA, et al., 2006), “qualidade de vida é um conjunto harmonioso e equilibrado de realizações em todos os níveis, como: saúde, trabalho, lazer, sexo, família e desenvolvimento espiritual”.
Não é possível abordar o tema qualidade de vida sem estabelecer sua relação com à saúde, pois ambas estão ligadas intimamente. Sendo assim, Santos (2012, p. 81) define o conceito com base pelo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como sendo “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”.
É comum o relato de professores que acumulam dupla jornada de trabalho em instituições de ensino diferente, o que pode vir a gerar uma sobrecarga, levando-o, ainda, a complicações que podem desencadear problemas de saúde.
Sobre o desgaste causado pela tarefa de educar, Esteves e Mattos (apud SILVA e KRUG, 2007) contribuíram com o seguinte pensamento:
A docência é uma das profissões que mais causa desgastes psicológico, emocional e físico. Este trabalho que poderia ser uma fonte de realização pessoal e profissional torna-se penoso, frustrante e todas as situações novas que poderiam servir como uma motivação passa a ser uma ameaça temida e, portanto, evitadas.
Esta dura jornada que estes profissionais são submetidos, associada a hábitos alimentares por vezes inadequados e o sedentarismo poderão promover o aumento de peso, ficando vulneráveis a várias complicações decorrentes.
O princípio básico para libertar-se deste cenário pessimista é o movimento, como bem tratado:
O homem necessita de movimento. Todos os seus sistemas orgânicos e do sentido precisam ser estimulados através do movimento, da atividade física e do esporte para uma formação e um desenvolvimento ótimo, assim como para uma manutenção ou aumento da capacidade de rendimento, principalmente na fase de crescimento infância e adolescência (WEINECK apud SANTOS, 2008).
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