O RESUMO CICLISMO CINESIOLOGIA
Por: Caique Novaes • 15/4/2022 • Trabalho acadêmico • 2.188 Palavras (9 Páginas) • 107 Visualizações
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA – IFBA – CAMPUS ILHÉUS
POLO JEQUIÉ
RESUMO ARTIGO
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA DO CICLISMO: UMA REVISÃO
Atividade avaliativa apresentada à disciplina Cinesiologia, ministrada pela Professora Natália Santana, no curso de Licenciatura em Educação Física do Instituto Federal da Bahia/Universidade Aberta do Brasil, como requisito parcial para aprovação.
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA – IFBA – CAMPUS ILHÉUS
POLO JEQUIÉ
DISCENTE
CAIQUE NOVAES DE SOUZA
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA DO CICLISMO:
REVISÃO
Pedalar é uma atividade que requer movimentos sincronizados de múltiplas articulações em cadeia cinética fechada, visando gerar propulsão por meio da utilização das forças produzidas, principalmente, por músculos da região lombo-pélvica e membros inferiores. Considerando a perspectiva corporal por meio da cinesiologia aplicada ao ciclismo, pesquisadores relatam que é possível aumentar o desempenho a partir do ajuste do complexo ciclista-bicicleta. A incidência de lesões em membros inferiores no ciclismo é alta e historicamente as análises biomecânicas nesta modalidade esportiva dirigia atenção ou à bicicleta ou ao ciclista, relatam Gregor & Wheeler. O objetivo desta revisão foi abordar a relação entre postura e centro de gravidade, o efeito da aerodinâmica sobre a resistência do ar, apresentar a relação da força aplicada perpendicularmente ao pedivela e a reação do solo ao pneu traseiro, função de alguns ligamentos no joelho, a atividade elétrica e a função dos principais músculos do membro inferior envolvidos na produção de força e a assimetria de força durante o ciclo da pedalada.
Foi realizada uma busca na base de dados SciSearch, Embase, Lilacs, Scielo e PubMed com os descritores: ciclismo (cycling), postura (posture), aerodinâmica (aerodynamics), atividade muscular (muscle activity) e assimetria (assymetry).
Ciclo da Pedalada - Considera-se como zero grau do ciclo da pedalada o ponto mais alto alcançado pelo pedivela, posição também conhecida por ponto morto superior. A fase de propulsão vai do ponto morto superior (0º) ao ponto morto inferior (180º), enquanto a fase de recuperação vai do ponto morto inferior ao ponto morto superior, considerando o sentido horário. O centro de gravidade do conjunto ciclista-bicicleta é dependente da altura do movimento central relativo ao solo e é um fator básico para se conseguir um ajuste confortável.
Segundo Matteson, se durante descidas a projeção vertical do centro de gravidade do conjunto ciclista-bicicleta estiver à frente do eixo da roda dianteira o ciclista será projetado à frente.
Resistência do Ar - A importância da aerodinâmica teve primeiro impacto no ciclismo profissional quando Greg LeMond venceu Laurent Fignon na última etapa do Tour de France em 1989, utilizando clip de guidão, capacete aerodinâmico e roda traseira fechada, também denominada de lenticular, enquanto Fignon pedalou sem clip e sem capacete, expondo seus cabelos longos à resistência do ar. A resistência de rolamento é proporcional ao diâmetro da roda, calibragem e tipo do pneu, superfície do solo e atrito dos mecanismos internos da bicicleta, o qual contabiliza menos de 5% de toda a força resistiva por atrito. Broker relata que o aumento de 10% na massa do conjunto ciclista-bicicleta exige do ciclista um aumento da potência produzida em 10%, na intenção de manter a aceleração do conjunto e superar os efeitos gravitacionais e a resistência de rolamento adicionais. Vários autores relatam que dois terços do arrasto aerodinâmico durante competição de ciclismo de estrada é criado pela resistência do ar secundário ao corpo humano, enquanto um terço deve-se à bicicleta. A força de arrasto aerodinâmico é calculada pela equação, onde F é a força de resistência, a densidade do ar, Cd o coeficiente aerodinâmico, Af a área frontal voltada para o movimento e v a velocidade do conjunto ciclistabicicleta. A Cinemática e Cinética - Para Too mudança na altura do selim altera a cinemática do ciclismo, pois modifica a amplitude de movimento articular nos membros inferiores bem como o comprimento e alavanca muscular. Considerando os valores 17, 10, 2,25 e 35 cm como medidas de L1, L2, L3 e L4, respectivamente, é possível reescrever a equação 4 da seguinte forma: Este resultado mostra que a força reativa do solo sobre a roda traseira é igual a 11% da força aplicada ao pedal. Sentado à bicicleta, o ciclista pode aplicar ao pedal uma força de aproximadamente metade de seu peso corporal durante a fase de propulsão, enquanto que em pé, segurando ao guidão, a força aplicada pode ser até três vezes maior que seu peso corporal. A força aplicada ao pedal (FA) gera um componente vetorial denominado de força efetiva, tangente à trajetória realizada pelo eixo do pedal. Outra força atuante no membro inferior do ciclista é o torque rotacional, proveniente da rotação axial da tíbia durante o ciclo da pedalada. A força efetiva aumenta à medida que o pedivela se aproxima de 90º do ciclo da pedalada, ângulo que corresponde ao pico de atividade do quadríceps. Algumas vezes as forças aplicadas pelos membros inferiores se somam para aumentar o torque propulsor, porém é possível em algumas ocasiões que um dos membros inferiores gere torque negativo. Para que o torque negativo (força descendente) sobre o pedal na fase de recuperação não ocorra, duas forças devem ser superadas: a força da gravidade sobre o membro inferior e a força inercial ou tendência do peso dos membros inferiores em resistir ao movimento do pedal. Quando estas duas forças não são superadas o peso do membro inferior na fase de recuperação aplica uma força descendente no pedal, produz um torque negativo ao pedivela e reduz a eficiência do torque gerado pelo membro contralateral na fase de propulsão. Cavanagh & Sanderson relatam que segundo pesquisa realizada com ciclistas recreacionais e profissionais, alguns dos participantes não realizaram descarga de peso sobre o pedal durante a angulação de 315 a 360°. Para Gregor, Conconi & Broker ciclistas profissionais reservam essa técnica para aclives ou sprint, pois segundo Cavanagh & Sanderson o gasto energético relacionado à esta prática é talvez o principal motivo pelo qual ciclistas geralmente não puxam o pedal na fase de recuperação. A Artrocinemática - O cicloergômetro é um aparelho utilizado como recurso terapêutico para aumentar a amplitude de movimento das articulações do quadril, joelho e tornozelo bem como para fortalecer músculos dos membros inferiores. Além da cápsula articular e dos componentes músculo-tendíneos que transpassam o joelho, os ligamentos colaterais medial, colateral lateral, cruzado anterior e cruzado posterior também ajudam a manter a estabilidade do joelho durante o movimento articular. Chaudhari, Dyrby & Andriacchi relatam que aos 78º de flexão do joelho ocorre uma translação ântero-posterior do fêmur em relação à tíbia com média de 1,4 0,06 cm na fase de recuperação e média de 0,9 0,02 cm na fase de propulsão. O torque desenvolvido na articulação do tornozelo é proporcional à distância entre o ponto de fixação da sapatilha ao pedal à articulação do tornozelo. Consequentemente, menos estresse é imposto ao tendão de Aquiles e ao tríceps sural e menos força é exigida para estabilizar o pé no pedal, desde que a força aplicada ao pedal não aumente para compensar a redução do braço de alavanca. A razão para execução de trajetória elíptica é devido ao fato do quadril sofrer adução durante a extensão do joelho decorrente do valgismo fisiológico e da disparidade entre os raios de curvatura dos côndilos femorais. O raio de curvatura do côndilo lateral é maior que o do côndilo medial, crescendo de póstero-anteriormente de 17 para 38 mm no côndilo medial e de 12 para 60 mm no côndilo lateral, gerando a curva evoluta. Em decorrência do pé e quadril trabalharem em cadeia cinética fechada o joelho se movimento no plano frontal para compensar esta disparidade, resultando em medialização do joelho ao movimento póstero-anterior da tíbia à superfície distal do côndilo femoral durante a extensão do joelho. Ericson & Nisell realizaram um estudo cujo objetivo foi mensurar alterações das forças de compressão fêmoro-patelar causadas por mudanças na carga, cadência, altura do selim e posição do pé relativo ao pedal. A referência adotada pelos autores foi 120 W, 60 rpm, altura do selim correspondendo a 113% da distância da tuberosidade isquiática ao maléolo medial e cabeça do segundo metatarso posicionado sobre o eixo do pedal. A força Fcq teve pico aos 30º, enquanto Fcp apresentou pico médio igual a 905 N a 83º de flexão de joelho, angulação na qual os picos de Fp e Fq apresentaram valores de 661 N e 938 N, respectivamente.
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