OS BENEFÍCIOS FÍSICOS E MENTAIS DE UM ENVELHECIMENTO ATIVO
Por: IsadoraGrade • 1/5/2018 • Resenha • 3.705 Palavras (15 Páginas) • 352 Visualizações
OS BENEFÍCIOS FÍSICOS E MENTAIS DE UM ENVELHECIMENTO ATIVO [1]
ISADORA GRADE BIASIBETTI[2]
DOUGLAS FILIPIN[3]
1 INTRODUÇÃO
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatista (IBGE), o número de idosos com 60 anos ou mais, superou a média de 14,8 milhões de 1999, para aproximadamente 20,6 milhões no ano de 2010, constituindo 11% da população. Entre os mais velhos o aumento é mais significativo, em 1999, o Brasil registrava que a sua população era constituída por 6,4 milhões de pessoas com mais de 70 anos, no ano de 2010 está população atingiu 5,1 % da população, ou seja, 9,3 milhões de idosos. Todavia, não é somente a proporção de idosos que está aumentando de forma progressiva em todo mundo, como também estes estão vivendo cada vez mais. (IBGE, 2011)
Certamente o incremento na quantidade de anos vividos foi uma das maiores conquistas da humanidade. Porém também sabemos da importância da qualidade de vida nestes anos a mais de vida. E está voltada principalmente para uma boa capacidade funcional, pois a mesma está associada à independência e autonomia na velhice. Com base neste quesito, constatamos que a capacidade funcional é um atributo fundamental do envelhecimento humano, pois está habilidade engloba interação entre as capacidades físicas e psicognitivas para a realização de atividades diárias e as condições de saúde. A funcionalidade na idade avança também sofre influência pelo processor natural de envelhecimento fisiológico do ser humano, características de gênero, faixa etária, nível socioeconômico, escolaridade, saúde, cognição, ambiente e história de vida (PERRACICINI, 2011).
A inversão da pirâmide populacional, foi decorrente de vários fatores, alguns deles são redução das taxas de fecundidade, fertilidade, natalidade e mortalidade infantil, outros apectos que influenciaram neste aumento foram melhoria de condições socioeconômicas e saneamento básico, assim, demonstrando um grande aumento de longevidade do ser humano. Porém, isto nem sempre significa algo positivo, pois, nem sempre viver mais significa viver melhor. Pelo contrário, muitas vezes o envelhecimento está associado a mais anos de sofrimento, com um aumento da dependência física, declínio funcional, isolamento social, depressão entre outros aspectos fisiológicos relacionados ao envelhecimento. (VIELA, 2016).
Todavia, sabemos que é possível ter um envelhecimento saudável, com uma maior qualidade de vida, buscando um envelhecimento com autonomia e independência, com boa saúde física e mental, enfim um envelhecimento bem-sucedido. Temos que ter consciência que envelhecer é inevitável, o ser humano envelhece desde seu nascimento, viver é envelhecer, devemos estar preparados para a velhice, para assim mantermos nossa qualidade de vida. (VIELA, 2016).
De acordo com Coelho e Júnior (2015), a saúde mental é fundamental para uma boa qualidade de vida na velhice, e ainda, pode ser entendida como um elevado número de atividades relacionadas ao bem-estar mental, incluso na própria definição de saúde como “ um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença”. Apesar do termo saúde mental ser significativamente abrangente, o declínio cognitivo e os sintomas de depressão, se destacam na literatura como transtornos mentias de forte entre si, porém, pode ser evitado com a prática de atividades físicas regularmente e acompanhadas de um profissional. Coelho e Júnior 2015, ainda citam em sua pesquisa que existem estimativas que 10% a 30% da população idosa brasileira possui algum tipo de comprometimento das funções cognitivas, ou ainda, apresentam sintomas depressivos. (COELHO & JÚNIOR, 2015)
Com o passar dos anos, os estudiosos começaram a notar os efeitos neuroprotetores da atividade física, e a mesma têm ganhado destaque na temática de saúde mental. A primeira evidência notada pelo qual a atividade física poderia sim modificar as funções cognitivas foi abordada pelo estudo clássico de Van Praag et al., no qual, animais submetidos a prática de atividade física de forma voluntária apresentaram uma estimulação e aumento da neurogênese e da proliferação de células do hipocampo. Todavia, após está pesquisa, houve um relativo aumento de estudos envolvendo animais e seres humanos. (VAN et al., 1999)
A qualidade de vida é outro quesito que os indivíduos em qualquer idade buscam, e é particularmente importantíssimo na terceira idade, e, sobretudo, em idosos em situação vulnerável. O estado de saúde tem influenciado significativamente na sua qualidade de vida, bem como também influencia no funcionamento cognitivo e social. Os seres humanos dividem o tema qualidade de vida em alguns termos como por exemplo satisfação com a vida, bem-estar social, também existem modelos baseados em conceitos de independência, controle, competências sociais e cognitivas (SOUSA, GALANTE & FIGUEREDO, 2003).
O treinamento físico é de suma importância para o esquema terapêutico e age no tratamento e prevenção de eventos cardiovasculares. A qualidade de vida é um fator diretamente ligado a esse contexto, sendo um dos responsáveis pelo aumento da longevidade da população. Buscar manter um estilo de vida ativo irá garantir uma velhice saudável, desta forma marcando uma nova etapa de conscientização. As atividades físicas são importantes para o indivíduo atinja o padrão desejado em certos aspectos da qualidade de vida e autonomia funcional nesses idosos. A prática de atividades físicas apresenta inúmeros benefícios amplamente divulgados, o sedentarismo envolve a maioria dos idosos. As pesquisas abordam que os níveis de atividade física influenciam na autonomia funcional e qualidade de vida (MATSUDO, 2001).
Manter um estilo de vida ativo na velhice não é tarefa fácil, por este motivo os profissionais buscaram formas de garantir um envelhecimento de qualidade, desta forma, incentivando ações que visam a promoção da saúde junto a está população especifica. Conforme diz a Carta de Ottawa (1986), promoção da saúde é “processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo”. O documento produzido em Ottawa, exibe construções políticas públicas saudável, busca envolver o incentivo da criação de ambientes favoráveis à saúde, ainda, o documento aborda a importância da ação comunitária, do desenvolvimento de habilidades funcionais e orientações dos serviços de saúde como os principais eixos de ação cabíveis para trabalhar o esboço “promover a saúde” (OTTAWA, 1986).
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