Envelhecimento Ativo

1. INTRODUÇÃO

Sem dúvida, um dos maiores feitos da humanidade foi à ampliação do tempo de vida, que se fez acompanhar de uma melhora relativa dos parâmetros de saúde das populações, ainda que estas conquistas estejam longe de se distribuir igualmente nos diferentes países e contextos sócio-econômicos (© 2002 World Health Organization). “O que era antes o privilegio de poucos, chegarem à velhice, hoje passa a ser a norma mesmo nos países mais pobres.” Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida no País, que alcançava 41,5 anos sete décadas atrás, ¬atualmente ultrapassa os 73 anos.

O aumento da longevidade da população mundial se transforma, no entanto, em um grande desafio para o século que se inicia. O envelhecimento da população é uma aspiração natural de qualquer sociedade, mas não basta por si só. Viver mais é importante desde que se consiga agregar qualidade aos anos adicionais de vida (ASSIS, 2004). Dessa forma, surge o seguinte desafio para a Saúde Pública, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde: como manter e/ou melhorar a qualidade de vida com o envelhecimento?

Encontrar os meios para a inclusão dos idosos em nossa sociedade, mudar conceitos já fixados e fazer com que a sabedoria e a inovação com as novas tecnologias possam trabalhar juntas com a finalidade de facilitar serviços e benefícios que são de direito dessa parcela da população que mais cresce no Brasil atualmente.

O conceito atual de envelhecimento saudável não é uma vida livre de doenças (dificilmente estaremos livres delas), mas sim a capacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida independente. “Sabe aquela avozinha que aos 90 e poucos anos anda, toma banho e se alimenta sozinha? Esse é o objetivo.”

Uma proposta recentemente incorporada pelo país são as Universidades para idosos que atuam, por exemplo, como preenchimento qualitativo do tempo disponível, e ao mesmo tempo gera uma sensação de bem estar já que “o envelhecimento bem sucedido passou a ser associado ao fato de se estar ativamente participando da vida em sociedade” (A Junior, E Drummond – 2004).

O livro A Pastoral do Envelhecimento ativo do autor Edmundo de Drummond Alves Junior sugere ao governo e a saúde pública um modelo de programa que propõem a integração do idoso ao resto da sociedade, possibilitando a sua interação com as outras gerações.

A criação de programas e políticas de envelhecimento ativo deve envolver vários fatores como atividade física, saúde mental, alimentação saudável, promoção de saúde e prevenção de doenças (© 2002 World Health Organization).

O “envelhecimento ativo” deve ser considerado então como uma questão de saúde pública e a formulação de programas que irão propiciar ao idoso melhor qualidade de vida é o que vai ser abordado nesse trabalho.

1.1 Saúde na Terceira idade: Envelhecimento ativo

O envelhecimento é uma situação inexorável que atinge todos os seres vivos. Porém envelher e continuar mantendo os padrões de vida comparável com o de pessoas mais jovens são de máxima importância para os idosos. Para isso a OMS (Organização Mundial da Saúde) criou o conceito de envelhecimento ativo que pode ser explicado como “o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas.”

O termo “ativo” refere-se à participação do idoso nas questões sociais, econômicas, culturais e familiares, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de

fazer parte da força de trabalho. As pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas

que apresentam alguma doença ou vivem com alguma necessidade especial podem

continuar a contribuir ativamente para seus familiares, companheiros, comunidades e países. O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, e para aquelas que são frágeis, que possuem incapacidades quer sejam elas físicas ou mentais e necessitam cuidados.

Ser e estar velho e manter a independência conseguir realizar tarefas diárias simples sem precisar de ajuda, tomar decisões sozinhos saber o horário certo de tomar o remédio, se esse for o caso, ter uma vida ativa na sociedade, etc.Questões como essa são trabalhadas dentro do conceito e fundamento do envelhecimento ativo.

1.2 Programas e Políticas de saúde para o envelhecimento ativo

Programas e políticas de envelhecimento ativo reconhecem a necessidade de incentivar e equilibrar responsabilidade pessoal (cuidado consigo mesmo), ambientes amistoso para a faixa etária e solidariedade entre gerações. As famílias e os indivíduos precisam planejar e se preparar para a velhice, e precisam se esforçar pessoalmente para adotar uma postura de práticas saudáveis em todas as fases da vida. Ao mesmo tempo, é necessário que os ambientes de apoio façam com que “as opções saudáveis sejam as mais fáceis”.

Existem boas razões econômicas para se implementar programas e políticas que promovam o envelhecimento ativo, em termos de aumento de participação e redução de custos com cuidados. As pessoas que se mantêm saudáveis conforme envelhecem enfrentam menos problemas para continuar a trabalhar. Atualmente, a tendência para se aposentar cedo em países industrializados é, em grande parte, o resultado de políticas que incentivaram a aposentadoria precoce. Mas, à medida que as populações envelhecem, vai haver mais pressão para que tais políticas públicas mudem especialmente se mais e mais indivíduos atingirem a 3ª idade gozando e boa saúde, ou seja, ainda aptos para o trabalho. Isso ajudaria a compensar os crescentes custos com pensões e aposentadorias, assim como os custos com assistência médica e social. Em relação aos gastos públicos cada vez maiores com assistência médica, alguns dados disponíveis indicam que a velhice em si não está associada