Os Exercícios Físicos X Dislipidemia
Por: brunaferreeiiraa • 25/2/2024 • Trabalho acadêmico • 1.389 Palavras (6 Páginas) • 66 Visualizações
Exercícios Físicos X Dislipidemia
A dislipidemia por possuir um nível elevado de lipídios tem alterações metabolismo que aumentam as concentrações das lipoproteínas na circulação sangüínea, bem como sobre as concentrações dos seus diferentes componentes. Essa doença pode ser origem genética, que são as dislipidemias primarias ou dislipidemia secundaria causada por doenças côo diabetes melitos, insuficiência renal crônica, obesidade, alcoolismo e também pelo uso excessivo de remédios como diuréticos, betas bloqueadores, corticosteróides e anabolizantes.
As dislipidemias com níveis anormais de colesterol total, triglicerídeos, lipoproteínas de alta densidade ligada ao colesterol (HDL - colesterol), lipoproteínas de baixa densidade ligada ao colesterol (LDL - colesterol) e lipoproteína plasmática, estão diretamente associadas à gênese e evolução da aterosclerose. A elevada concentração de LDL - colesterol e lipoproteína, assim como a baixa concentração de HDL-colesterol plasmática, têm sido considerados como fatores de risco independentes para o desenvolvimento da aterosclerose. Além dessas alterações lipídicas, o estilo de vida sedentário é outro fator de risco que concorre para o desenvolvimento da placa aterosclerótica. A prática de exercícios físicos é estimulada atualmente como parte profilática e terapêutica de todos os fatores de risco da doença arterial coronariana. O combate à dislipidemia através de exercícios físicos tem sido alvo de inúmeros estudos e debates científicos em todo o mundo e, atualmente, está sendo recomendado como parte integrante de seu tratamento 5,6. Sabe-se que esta discussão surgiu devido à existência de um grande número de pessoas com alterações lipídico-lipoprotéicas sujeitas à doença arterial coronariana e às conseqüências socioeconômicas causadas pelos milhares de internações por doenças cardiocirculatórias existentes em todo o mundo, com grandes repercussões financeiras. Desta forma, a busca de alternativas que pudessem ser menos onerosas, coloca atualmente, o exercício físico como um grande aliado no combate a essas doenças. Porém, as melhores formas de se exercitar, a fim de promover alterações benéficas no perfil lipídico, ainda constituem um desafio a toda comunidade científica. Assim, a intenção desta revisão é fazer uma abordagem atual sobre as alterações e os efeitos no perfil lipoprotéico (HDL - colesterol, LDL - colesterol e subfrações), além da lipoproteína provocada pelos exercícios físicos, tanto aeróbios quanto de força, em indivíduos dislipidêmicos e normolipidêmicos, a fim de obter-se através dos achados, embasamento científico para uma melhor conduta profilática e terapêutica.
Exercícios aeróbios, HDL - colesterol e LDL - colesterol
A maior parte dos estudos tem demonstrado modificações benéficas nos níveis e composição química das frações e subfrações da HDL - colesterol (HDL2-colesterol, principal subfração antiaterogênica e HDL3-colesterol) e LDL - colesterol (transformação de LDL - colesterol pequeno e denso, considerado mais aterogênico, em grandes e menos denso), após um programa de exercícios aeróbios com diferentes intensidades, durações e freqüências, realizadas por indivíduos de variadas faixas etárias e níveis de aptidão cardiorrespiratória. Poucos foram aqueles que não encontraram mudanças significativas nos níveis de HDL - colesterol e LDL - colesterol com o exercício aeróbio.
Em recente estudo, entre 40 indivíduos idosos saudáveis normolipidêmicos, sendo que 20 realizavam treinamento aeróbio a 50% do VO2máx, com duração de uma hora por dia, quatro dias por semana e 20 sem treinamento aeróbio, as modificações no HDL - colesterol total foram de 9,3%; HDL2-colesterol, 21,6%; e, 39,9% para a relação HDL2-colesterol/HDL3-colesterol, após cinco meses de programa, observando-se mudanças significativas em relação aos indivíduos que não treinavam. Porém, nenhuma mudança significativa da HDL2-colesterol aconteceu nesses momentos. Em alguns estudos, a melhora dos níveis de HDL - colesterol parece depender da intervenção associada da perda de massa corporal.
Modificações benéficas na LDL – colesterol, foram encontradas em homens com idades entre 30 e 64 anos e mulheres na pós menopausa, com idades entre 45 e 64 anos, todos com baixos níveis de HDL - colesterol e moderadamente elevados de LDL - colesterol, quando praticavam exercícios aeróbios associados a uma dieta. Divididos em quatro grupos que realizaram: apenas exercício aeróbio, somente dieta, exercício aeróbio mais dieta, e um grupo controle que não recebeu nenhum tratamento, verificou-se que os níveis de LDL - colesterol foram significativamente reduzidos entre homens e mulheres do grupo de exercício físico mais dieta, quando comparados com o grupo controle e entre homens desse mesmo grupo (dieta mais exercício), quando comparados com homens do grupo que realizou apenas exercício físico. Nenhuma mudança significativa dos níveis da HDL - colesterol foi encontrado entre os grupos que receberam tratamento para ambos os sexos.
. Os resultados mostraram que a LDL dos atletas era mais resistente às modificações oxidativas do que a dos sedentários, não encontrando, assim, aumento oxidativo da LDL em atletas por aumento de radicais livres, além de esses apresentarem um nível mais elevado de HDL - colesterol. Igualmente, 104 sedentários (34 homens e 70 mulheres) que participaram de um programa de exercício aeróbio durante 10 meses, três a cinco vezes por semana, com intensidade moderada, a LDL - oxidada declinou 23% nos homens e 26% nas mulheres.
A explicação para essas alterações lipoprotéicas benéficas nos níveis plasmáticos da HDL - colesterol, LDL - colesterol e suas subfrações, além da LDL - oxidada, com o exercício aeróbio em suas diferentes intensidades, durações e freqüências, reside no melhor funcionamento dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo lipídico, mais especificamente, no aumento da atividade enzimática da lípase lipoprotéica, que favorece um maior catabolismo das lipoproteínas ricas em triglicerídeos, formando menos partículas LDL aterogênicas e elevando a produção de HDL nascente, além do aumento da lecitina-colesterol-acil-transferase e diminuição da atividade da lípase hepática, ambas favorecendo a formação de subfrações HDL2-colesterol.
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