Resenha Sobre a Abordagem Crítico-emancipatória de Elenor Kunz

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Anabelle Helena Rodrigues de Aguiar

Graduada no curso de Licenciatura em Educação Física; Mestranda em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação, Mestrado Profissional em Educação (PPGEdu) /Unipampa

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RESUMO

ABORDAGEM CRÍTICO- EMANCIPATÓRIA

A abordagem crítico-emancipatória surge a partir dos estudos realizados por Kunz no ano de 1991 e se torna uma das principais referências de concepção crítica pedagógica da educação física no Brasil (SOUZA; MARIN; IORA, 2019). A maioria das construções teórico práticas dessa abordagem tem como objetivo, tensionar a forma tradicionalista e institucionalizada com que a educação física aborda o esporte, vinculando seus objetivos ao alto rendimento (KUNZ,2004).  Para o autor, a permanência da forma tradicionalista e institucionalizada não contribui para o ensino das especificidades do esporte, bem como, para a finalidade da escola, visto que essa tem como compromisso, promover o conhecimento e não formar atletas.

Dessa forma, o ensino do esporte na Educação Física Escolar na proposta crítico-emancipatória, deve possibilitar a instrumentalização dos alunos para além do esporte institucionalizado, que lhes possibilitem a praticar o esporte como instrumento para o desenvolvimento da capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar os sentidos e significados da vida. Sendo assim, a proposta crítico-emancipatória proporciona a formação crítica, autônoma e emancipada do aluno (KUNZ, 2004).

Essa formação crítica, autônoma e emancipada, pode ou não transformar a realidade na qual o aluno está inserido, através de uma educação de natureza crítica e reflexiva baseada em três competências: 1) competência objetiva, que objetiva desenvolver a liberdade do  aluno através da técnica; 2) competência social, que consiste no esclarecimentos e conhecimentos que ao aluno deve adquirir para compreender suas relações no contexto sócio-cultural; e 3) competência comunicativa, ocorre através da comunicação da linguagem verbal e do movimento corporal, desencadeando o pensamento crítico (KUNZ, 2004).

Segundo Kunz (2004), conduzir o processo de ensino-aprendizagem por meio dessas três competências propiciará aos alunos um entendimento para além do esporte institucionalizado. É por meio desses três processos que o aluno toma consciência de que o esporte é uma invenção social e não um fenômeno natural, e por ser uma instituição social acaba reproduzindo normativas e padrões propostos pela sociedade moderna. Além disso, também possibilitam aos alunos uma permanente busca por soluções individuais e coletivas, transformando-os nos sujeitos de suas ações (KUNZ, 2004). Dessa forma, o aluno adquire um saber de maior importância para sua emancipação.

REFERÊNCIAS

Souza, M. da S., Marin, E. C., & Iora, J. A. (2019). Proposta crítico-emancipatória: com a palavra o autor. Pensar a Prática, 22. Disponível em: < https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/49281> Acesso em: 16 de março de 2021.

KUNZ, Elenor. Transformação Didático-Pedagógica do Esporte. 6 ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2004.