A Enfermagem Cirúrgica

Introdução 

Cirurgia (ou procedimento cirúrgico) é qualquer tipo de procedimento no qual o cirurgião (especializado em uma determinada área ou não) realiza uma intervenção manual ou instrumental no corpo do paciente visando o diagnóstico ou tratamento de doenças ou traumatismo, ou para melhorar o funcionamento ou aparência de determinada parte do corpo.

Cirurgia do Baço: a Esplenectomia é a cirurgia de retirada total ou de uma parte do baço, sendo que esse órgão é responsável por produzir, armazenar e eliminar algumas substâncias do sangue e produzir anticorpos, mantendo o equilíbrio do organismo e evitando infecções. Essa cirurgia é indicada em casos de doenças no sangue quando há doença no baço (como câncer) e, normalmente, o procedimento é feito por laparoscopia, sendo realizado pequenos furinhos no abdômen (o que produz cicatrizes mínimas, o que contribuem para uma recuperação e alta mais rápida do paciente).

O baço se situa no lado superior esquerdo do abdômen, e em caso de ter que realizar algum procedimento cirúrgico, é preferível fazer uma esplenectomia parcial, em vez de retirar totalmente o baço, porém existe vários fatores que devem ser verificados e decididos pelo médico responsável.

Preparo para a Cirurgia:

Antes da cirurgia, o médico irá solicitar ao paciente que realize exames de sangue, um ultrassom (para avaliar a presença de cálculos na vesícula) e também tomar a vacina anti- pneumocóccica duas semanas antes da cirurgia. Em uma grande maioria dos casos, é prescrito ao paciente doses de antibióticos (como cefalosporinas) antes da cirurgia para evitar possíveis riscos de infecções.

Indicações:

Esse tipo de cirurgia é indicada pelo médico em situações como:

• Câncer no baço;
• Trauma abdominal que tenha atingido o baço;
• Ruptura espontânea do baço, em caso de leucemia, principalmente;
• Esferocitose (tipo de anemia hereditária, caracterizada pela presença de hemácias microcíticas e hipercrômicas);
• Anemia Falciforme;
• Púrpura trombocitopênica idiopática;
• Abcesso esplênico;
• Anemia hemolítica congênita;
• Estadiamento de linfoma de Hodgkin (um tipo de câncer da parte do sistema imunológico chamado sistema linfático).

Levando em conta que o baço pode ser removido parcialmente ou totalmente.

Procedimento:

Em grande parte dos casos, é indicada a vídeo laparoscopia, na qual são feitos pequenos furos no abdômen por onde passará tubos e instrumentos necessários para a remoção do baço, descartando assim a necessidade de cortes de tamanho maiores. É realizada a anestesia geral no paciente, sendo que esse procedimento pode durar, em média 3 a 4 horas, e tendo um pós-operatório de internação (de dois a três dias).

Essa técnica cirúrgica é menos invasiva, sendo assim, causa menos dores ao paciente, seu tempo de recuperação é menor e suas cicatrizes são também menores.

Sendo que em determinados casos, existe a necessidade de se fazer uma cirurgia aberta, com o corte maior.

Riscos e Possíveis Complicações:

É comum após esse tipo de procedimento que o paciente apresente dores e alguns tipos de limitações em suas atividades diárias sozinho, necessitando de auxílio para realizar algumas delas, como por exemplo realizar seus cuidados de higiene pessoal.

A cirurgia de laparoscopia pode trazer complicações como: hematomas, sangramento e derrame pleural. Já a cirurgia aberta pode ocasionar riscos maiores. Pessoas com malária podem ter casos de piora depois de retirar o baço.

Cuidados Pós-Operatórios:

Após a remoção do baço, a capacidade do corpo de combater infecções fica menor, e outros órgãos (principalmente fígado), aumentam sua capacidade de produzir anticorpos para proteger o organismo e combater possíveis infecções que o fosse submetidos.

Sendo assim, a pele fica mais propensa a ter infecções e septicemia por pneumococo, meningococos e H influenza e por isso necessita de cuidados como:

• Tomar vacinas polivalente contra pneumococos e vacina conjugada para H influenza tipo B e meningococo tipo C entre duas semanas e duas semanas após cirurgia;
• Tomar vacina para pneumococo a cada cinco anos (ou em intervalos mais curtos em casos de anemia falciforme ou doenças lifoproliferativas);
• Tomar antibióticos em dose regrada e baixa por toda a vida ou tomar penincilina benzatina a cada três semanas.

Sendo sempre bom lembrar que também é importante ter uma alimentação saudável, evitando alimentos ricos em açúcar e gordura; praticar exercícios regularmente; evitar as mudanças bruscas de temperatura para assim evitar possíveis gripes e resfriados, e evitar se automedicar.

Cirurgias Urológicas

É uma especialidade cirúrgica da medicina que cuida do trato urinário de homens e mulheres e do sistema reprodutor masculino (testículos, epidídimos, ducto deferente, vesículas seminais, próstata e pênis). Sendo assim, destacamos:

• Nefropexia:

Em pessoas abaixo do peso ou que tenham facilidade de perder peso, existe grande propensão dos rins se deslocarem para uma parte inferior por redução do coxim gorduroso lombar quando estão em posição ortostática (de pé). Sendo assim conhecido como "Rim Caído", que pode acometer dificuldades de drenagem da urina para a bexiga pela formação viciosa de dobra uretral, causando dilatação renal, tendo como principal queixa a dor lombar. A Nefropexia é uma cirurgia utilizada para tratar essa enfermidade, que consiste na fixação cirúrgica do rim na parede posterolateral da cavidade retroperitoneal, podendo ser realizada através da videolaparoscopia uma técnica inovadora, com o tempo operatório médio em torno de 60 minutos de permanência hospitalar em apenas um dia.

Esse procedimento é minimamente invasivo, e os pacientes acometidos a esse procedimento apresentam completo restabelecimento em tempo bastante curto, retornando rapidamente aos seus afazeres do dia a dia.

 

• Nefrectomia

Como é realizado tal procedimento (Nefrectomia Parcial): Pode ser realizada de forma convencional (cirurgia aberta) ou minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica). O método será decidido dependendo do tamanho do tumor renal, de sua localização e da experiência do cirurgião quanto a técnica escolhida. Para remoção do tumor, o fluxo sanguíneo no rim é cortado (por 25 minutos, que é considerado tempo ideal para isso), nesse tempo deve ser mais que suficiente para a remoção total do tumor e síntese (costura) da ferida renal existente após a retirada do tumor.