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A Enterobiose, Entorobíase, Oxiuriose, Oxiuríase

Por:   •  25/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.802 Palavras (8 Páginas)  •  858 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho serão discutidas as causas, formas de transmissões, prevenção e tratamento da doença Enterobiose. Doença causada por verminose que afeta as pessoas de todas as classes sociais, sendo mais frequentes na infância, podendo afetar mais de um membro da família.

Raramente provoca quadros graves e óbitos, porém causa repercussões no estado de humor dos infectados pela irritabilidade ocasionada pelo prurido, levando a baixo rendimento, estresse, insônia e até mesmo lesões e infecções.

DEFINIÇÃO

           A Enterobiose, Entorobíase, Oxiuriose, Oxiuríase, ou ainda Cazeira, é uma infecção intestinal causada por vermes nematelmintos que medem menos de 15mm de comprimento e que parasitam no intestino. É uma doença contagiosa, com fácil transmissão, tendo maior incidência nas regiões de clima temperado, com alta prevalência nas crianças em idade escolar. Acredita-se que esta verminose tenha sido originada no continente africano, disseminando-se com as migrações ocorridas no passado para outros continentes.

AGENTE CAUSADOR

Oxyurus vermicularis ou Enterobius vermiculares é o agente etiológico, ou seja, o agente que provoca essa doença. Ele é um verme que pertence ao filo nematódea, sendo assim, possui o corpo cilíndrico e alongado, ele é da família Oxyurida que tem diversas espécies importâncias veterinárias, porém a espécie que afeta o homem é o Enterobius vermiculares. A morfologia desse verme possui dimorfismo sexual, ou seja, em uma mesma espécie conseguimos diferenciar o macho da fêmea através de características especificas que são elas: diferença de tamanho, de cauda e de fisiologia. O macho pode medir 0,2 de diâmetro e até 5MM de comprimento, possui apenas 01(um) testículo e sua cauda é fortemente curvada no sentido ventral, já na fêmea, podemos perceber uma cauda mais longa e pontiaguda, a vulva na porção média anterior, a vagina curta, 02(dois) úteros e um comprimento bem maior do macho, com diâmetro de até 2,4MM e comprimento de até 1CM. Lembrando-que eles possuem características comuns também, ou seja, ambos são brancos, filiformes, possuem asas cefálicas próximas a boca, boca pequena e esôfago típico, terminando no bulbo cardíaco. Vale lembrar que a fêmea tem o tamanho maior devido á centenas de ovos que ela abriga. Os ovos são resistentes e incolores, tem um formato que lembra a letra D, ao sair da fêmea já sai com a larva e o ovo infectante que transmite o parasita é o ovo determinado L3.

CICLO BIOLÓGICO

O ciclo do Enterobius Vermiculares é monoxênico, ou seja, ele necessita apenas de um hospedeiro, que no caso é o Homem. Ele se dá inicio á ingestão de ovos L3, esses ovos passam pelo esôfago, estomago e chegam no intestino delgado. Chegando no intestino delgado a larva eclode, vai migrando até chegar ao intestino grosso, aonde já na sua fase adulta, acasala. O acasalamento acontece no intestino grosso na região bem próxima a apêndice, conhecida como ceco, após o acasalamento o macho morre e sai com as fezes, já a fêmea com centenas de ovos, migra para a região perianal, onde a membrana do corpo dela se rompe e libera os ovos, os mesmos caem no ambiente e levam de 4 a 6 horas para se tornarem l3, ou seja, infectantes e se outra pessoa ou a mesma pessoa que eliminou os ovos, ingeri-los, dá origem novamente ao ciclo. É interessante saber que, desde que você ingere os ovos até a fêmea estar repleta de ovos e deposita-los na região perianal, dura uns 02(dois) meses, se a pessoa ficar parasitada e não ingerir novamente o ovo nesse período, mesmo sem tratamento, ela fica sem a parasitose.  

SINAIS E SINTOMAS

Essa infecção pode ser assintomática, ou pode apresentar sintomas. Sua característica principal, é o prurido retal, frequentemente no período noturno, que causa irritabilidade, falta de sossego, desconforto e sono conturbado. As escoriações provocadas pelo ato de coçar podem resultar em infecções secundárias em torno do ânus, com congestão na região anal, ocasionando inflamação com pontos hemorrágicos, onde encontram-se frequentemente fêmeas adultas e ovos.

Além deste sintomas, temos também os inespecíficos do aparelho digestivo que são: cólicas, vômitos, tenesmo, e esporadicamente fezes sanguinolentas. Outras manifestações como, Vulvoginites, salpingites, ooforite e granulomas pelvianos ou hepáticos, são consideradas uma complicação da doença, eles tem chance de acontecer devido às proximidades dos órgãos genitais, o prurido pode levar o indivíduo à masturbação e erotismo, principalmente em meninas, aumentando assim a possibilidade de migrar para a vagina, alcançando o útero, ovários e determinando inflamações, porém tem sido registrado raramente. Vale lembrar que, a sintomatologia aparece quando existe um grande número de vermes resultante de infecções sucessivas, que ocorre alguns meses depois da infecção inicial.

DIAGNÓSTICO

Em geral, o diagnóstico determinante para construção do mesmo, é o clínico, devido ao prurido anal característico da doença. Através desse sintoma, o caso desse paciente torna-se suspeito, tendo sua confirmação através também do diagnóstico laboratorial, que reside no encontro do parasito e de seus ovos. Como dificilmente é conseguido nos parasitológicos de fezes de rotina, sendo achado casual quando o parasitismo é muito intenso, deve-se pesquisar diretamente na região perianal, o que deve ser feito pelo método de Hall (swab anal) ou pelo método de Graham (fita gomada).

No método de Hall é feito a coleta do material da região peri-anal colhido em 3 dias diferentes, com espátula própria fornecida pelo Laboratório, aonde os ovos aderem aos bastões de colheita e são posteriormente observados ao microscópio. Para realização desse exame é informado ao paciente que ele evite defecar ou fazer higiene pessoal antes da coleta, e é recomendável colher preferencialmente à noite ou pela manhã antes de defecar e da higiene pessoal. Não usar pomadas ou talco na região peri-anal. Guardar em lugar fresco até enviar ao laboratório. 

Já no método de Graham a coleta é feita através de uma pressão. Uma fita adesiva é colocada ao fundo de um tubo de ensaio com a parte colante voltada para fora. A prega anal do paciente é então aberta e assim é encostada diversas vezes a parte colante naquela região perianal, ao coletar pingar uma gota de toluol ou xileno e pressionar novamente a fita contra a lâmina. A preparação ficará clara ou levemente corada, tornando os ovos bem visíveis, é indicado realizar logo pela manhã, antes da pessoa ir ao banheiro ou tomar banho, caso não seja possível, pode-se fazer a colheita após o paciente se deitar.

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