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A Morte da Enfermagem

Por:   •  23/9/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.195 Palavras (5 Páginas)  •  142 Visualizações

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A morte silenciosa da enfermagem  

Luana Grade 

Acadêmica do curso de Enfermagem da UNIPAR - Universidade Paranaense. Unidade de Francisco Beltrão. 

-Resumo 

     Os enfermeiros possuem um alto risco para cometer suicídio, sendo esse um problema de saúde pública. Vale ressaltar que este ato pode estar relacionado com o baixo nível de serotonina. 

     A depressão é o principal quadro que os acometem, e levam a tendências suicidas, pois já não possuem esperança nem perspectiva de melhora, e na maioria dos casos, costumam se auto medicar e se tratarem sem a devida ajuda, pois acreditam que vão conseguir melhorar sozinhos por serem profissionais da saúde. 

-Introdução 

     A exigência emocional e física da enfermagem é bastante elevada, mesmo com tanta tecnologia, não foi possível utilizá-la a favor da saúde desses profissionais, os quais apresentam um índice de risco elevado de desenvolver depressão e tendências suicidas. Esses profissionais possuem considerável vulnerabilidade a apresentar esses problemas, pois lidam diariamente com o sofrimento, dor, e a morte dos indivíduos sob sua responsabilidade.      

     O suicídio não é um fenômeno contemporâneo, já existe na sociedade há muito tempo, e é compreendido como um acontecimento multidimensional. Atualmente, constitui-se um sério problema de saúde pública, causando prejuízos individuais, sociais, econômicos e nos fatores biopsicossociais, genéticos, culturais, filosóficos e ambientais.                               

     A depressão e o suicídio são fenômenos que coexistem e se influenciam. Sobre o suicídio, ainda, vale reportar a constatação, feita em pessoas que o cometeram, no que tange aos níveis séricos de serotonina, foram encontrados baixos níveis desse neurotransmissor, e possivelmente, o ato suicida esteja relacionado a essa baixa carga, e ao retardo da interação celular que impede que um estímulo nervoso celular seja conduzido. Então, é como se o cérebro aflito pela comunicação retardada, canalizasse toda sua energia residual para encorajar o sujeito a acabar com aquela agonia.                                      

-Objetivo 

     Realizar, por meio de revisão bibliográfica, o impacto do transtorno depressivo e as tendências suicidas da enfermagem frente a este agravo. 

-Desenvolvimento      

     Inúmeros fatores estressores característicos do ambiente de trabalho foram relatados por profissionais de enfermagem depressivos, entre esses: clima negativo, ausência de entendimento nas tarefas realizadas, longas jornada de trabalho, poucos profissionais na equipe, pouco espaço físico e  falta de materiais e equipamentos, diminuição das expectativas de crescimento profissional, desenvolvendo efeitos ruins na saúde desses profissionais, e ainda soma-se, os plantões noturnos e de fim de semana, os quais impõem restrição ao espaço de tempo para aproveitar a convivência  em família. Assim, a pressão no trabalho, conflito de interesses e a sobrecarga, colaboram para a deterioração da saúde mental.                                  

     Algo que merece ser frisado, diz respeito ao acesso pelos profissionais da enfermagem aos medicamentos de uso hospitalar. Isso influencia a automedicação, e mesmo que conheçam os riscos e danos causados pela utilização dessas drogas, muitos deles acabam fazendo o uso com o objetivo de se livrar de incidentes incômodos e aguentar a difícil jornada de trabalho. 

     A depressão não possui causa especifica para seu surgimento, mas estudos mostram que pode ter relação com fatores como frustrações, perdas significativas, climas negativos no trabalho, baixa expectativa profissional, conflitos de interesses, conflitos familiares, sobrecarga, síndrome de burnout, baixa realização pessoal e profissional, ansiedade, estresse, plantões noturnos, relações interpessoais, insegurança no trabalho, renda familiar e inexperiência, desesperança, mudanças de humor de forma negativa, diagnóstico de determinadas doenças e alterações hormonais.                                    

     Este quadro clínico, leva a pessoa ao comportamento suicida, sendo visível na mudança de atitude, como escrever ameaças de cometer o ato e até tristeza profunda. Em relação ao comportamento suicida, ocorre principalmente em momentos de fragilidade emocional e psicológica, seguida de uma vitimização existencial, a partir do sentimento de onipotência, fracasso ou desesperança diante do presente contexto real, que levam a configuração e planejamento do ato. Trata-se de uma conduta que almeja uma conclusão, um encerramento de algo que se traduz em sofrimento para o indivíduo, sem possibilidades de solução nos padrões convencionais.                           

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