A PARALISIA SUPRANUCLEAR PROGRESSIVA DIFICULDADES DE DIAGNÓSTICO E DIFERENCIAÇÃO DA DOENÇA DE PARKINSON

PARALISIA SUPRANUCLEAR PROGRESSIVA – DIFICULDADES DE DIAGNÓSTICO E DIFERENCIAÇÃO DA DOENÇA DE PARKINSON

Gabryele Rodrigues Paulino - Biomedicina, Renato Jose Teixeira - Biomedicina, Nayara W. Alves de Oliveira - Enfermagem 6° período, Emylly de Godoi Araujo - Enfermagem 6° período, Carla Sales Cardoso Ribeiro - Enfermagem 6° período, Gabryelle Gomes Lopes - Enfermagem 7° período, Guilherme Escobar Pereira - Enfermagem 7° período, João Luiz C. de Oliveira - Enfermagem 7° período, Wanessa Soares de Morais – Enfermagem 8° período9, Dhenner Borges Lima - Enfermagem 8° período, Edneia Elane da Silva Galdino - Enfermagem 8° período, Karoline Canuto R. dos Santos - Enfermagem 8° período, Bruna Eloarda de A. Sobral - Fisioterapia ES I, Neli Santos Silva - Fisioterapia ES I, Mikael Batista Silva - Fisioterapia ES II, Paola Franciele Pavi - Fisioterapia ES II, Natália Cândida Borges - Fisioterapia ES III, Neiriane Sousa de Sousa - Fisioterapia ES III, Isabella Cristina de Sousa Frota - Psicologia, Johnathan Nunes dos Santos – Psicologia

RESUMO

Com o objetivo de revisar informações a respeito da rara doença de Paralisia Supranuclear Progressiva, o presente artigo cita sobre conceito, histórico, principais sintomas, tempo de sobrevida, semelhança com doença de Parkinson, bem como as características que diferenciam o diagnóstico e terapêuticas aplicadas. Também relatamos as dificuldades de um paciente diagnosticado com PSP, e orientamos quanto a base de cuidados desses portadores.

Palavras-chave: paralisia supranuclear progressiva, demência, parkinsonismo.

ABSTRACT

In order to review information about the rare Progressive Supranuclear Palsy disease, this article cites the concept, history, main symptoms, survival time, similarity with Parkinson's disease, as well as the characteristics that differentiate the diagnosis and applied therapies. We also report the difficulties of a patient diagnosed with PSP, and provide guidance on the basis of care for these patients.

Keywords: progressive supranuclear palsy, dementia, parkinsonism.

1. INTRODUÇÃO

Sabemos que se tratando de doenças neurológicas, existe grande complexidade de diagnóstico, e que algumas patologias necessitam de investigação específica. Em geral, doenças que afetam a mobilidade geram muitos transtornos a qualidade de vida em pacientes idosos, tornando necessário monitoramento e acompanhamento para diversas atividades do dia-a-dia. A Paralisia Supranuclear Progressiva é considerada um tipo de Parkinsonismo atípico, ou seja, é um subgrupo que não apresenta resposta significativa a Levodopa. Seus sintomas se assemelham a doença de Parkinson, porém existem características específicas que diferenciam e possibilitam esse diagnóstico.  

O objetivo do presente estudo é a analise de um caso clínico, com apoio da literatura publicada, correlacionando o os principais aspectos sobre a patologia. A seguir faremos considerações mediante tratamento aplicado, bem como seus efeitos em relação a evolução da patologia.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um relato de caso baseado na literatura publicada, sintetiza informações de diferentes fontes, e contribui para ampliação do conhecimento do tema abordado. Como fonte primária de pesquisas foram realizadas buscas nos principais canais de informação on-line da área da saúde, revisando artigos publicados nas bases SciELO. Também foram consultadas publicações de revistas eletrônicas como Manual MSD e Biblioteca Virtual De Saúde. Foram considerados estudos que abordam conceito e etiologia do tema e artigos acadêmicos, publicados nos idiomas português, inglês e espanhol.  Somente fontes confiáveis foram selecionadas, prezando pela integridade verídica do estudo, sendo assim, teses e dissertações foram descartadas. Através da leitura na íntegra de diversos artigos, foi possível a sintetização de forma resumida dos principais aspectos sobre o assunto.

3. PARALISIA SUPRANUCLEAR PROGRESSIVA: CONCEITO, HISTÓRICO, CAUSAS E SINTOMAS.

A Paralisia Supranuclear Progressiva ou Síndrome de Steele Richardson Olszewski trata-se de uma doença neurodegenerativa de difícil diagnóstico rara e fatal, descrita pela primeira vez em 1963 por J. Clifford Richardson, podendo ser considerada uma doença relativamente nova devido sua raridade, predomina em pessoas de meia idade ou idosos, com prevalência de 6 a 7 casos a cada 100 mil indivíduos (Silva, P. V. 2013).

Os picos de incidência são de pessoas acima de 60 anos, não tendo predileção racial com ligeira prevalência no sexo masculino, apesar de dados mais recentes sugerirem não existir diferença sexual significante. Não há relatos de pacientes com idade inferior a 40 anos. (Silva, P. V. 2013).

Do ponto de vista histopatológico a PSP pertence ao grupo de doenças que se relacionam com a fosforilação anormal da proteína tau, fenômeno que ocorre também em doenças como Alzheimer, Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, entre outras (Bruin VMS, Lees 1994).

De acordo com os estudos analisados a PSP é caracterizada pela morte de neurônios gradualmente até a fatalidade, sendo a causa mais comum de morte a úlcera de pressão ou broncopneumonia, o tempo médio de sobrevida é em média entre 4 a 6 anos desde a aparição dos sintomas, e de 1,8 anos após o diagnóstico. (Trevisol-Bittencourt, 1992).

3.1 DIAGNÓSTICO, E DIFERENCIAÇÃO DE PSP E DOENÇA DE PARKINSON

A síndrome de PSP acomete o cérebro e funções cognitivas com sintomas muito semelhantes a outras doenças neurológicas em seu início, como desequilíbrio, quedas, rigidez muscular, demência, distúrbios de marcha, entre outros, por isso é muito comum que pacientes com PSP sejam diagnosticados com doença de Parkinson nessa fase, os sintomas inicias são inespecíficos, sendo necessário observar sua progressão ao decorrer do tempo, e confirmação histopatológica para conferir um diagnóstico correto (Trevisol-Bittencourt, 1992).

Inicialmente um fator observado é se o paciente responde ou não as medicações utilizadas para conter Parkinsonismos, geralmente, pacientes diagnosticados com Parkinson apresentam resultados positivos e melhora de qualidade de vida com esses medicamentos, já nos casos de PSP não existe melhora significativa dos sintomas (Trevisol-Bittencourt, 1992).

Outro fator característico da PSP é a paralisia vertical dos olhos, na maioria dos casos os portadores dessa síndrome apresentam dificuldade ou não conseguem realizar o movimento ocular vertical, este é um fator essencial para caracterização da doença (Daroff RB,1987).