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A Prática sanitária, Processo Saúde-Doença-Adoecimento e Paradigmas de Saúde.

Por:   •  14/3/2022  •  Resenha  •  539 Palavras (3 Páginas)  •  188 Visualizações

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Devido ao Movimento da Reforma Sanitária a chamada pratica sanitária vêm passando por transformações ao longo das últimas décadas. A assistência já não é fornecida através do modelo hospitalocêntrico que atende apenas a demanda de quem procura enaltecendo o hospital e desconhecendo os outros níveis de atenção e sim de forma ampla e integral a qual visa não só o tratamento da doença e sim a prevenção e proteção à saúde. Dessa forma, a implementação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) se consolida como uma estratégia crucial no que diz respeito ao abandono do modelo biologicista, que enfatiza apenas o indivíduo doente e não o seu contexto social.

Paralelamente, as mudanças das práticas sanitárias acompanham a reviravolta também no conceito de saúde o qual era visto apenas como à ausência de doenças. E passa a ser entendido como um completo bem estar físico, mental, social e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade. Nesse novo cenário, outro ponto de grande é a ascensão de uma equipe multidisciplinar em detrimento do cuidado médico-centrado pouco resolutivo.

No século XX, surgem várias concepções que correlacionam saúde com condições de vida. O Relatório de Lalonde, por exemplo, produzido na década de 70, interpreta a saúde como um conjunto dos determinantes: ambiente, estilo de vida, biologia humana e organização dos serviços de saúde, portanto, a saúde de uma população consegue refletir a qualidade de vida da mesma.

Um paradigma é um modelo ou padrão a ser seguido. Kunh aponta que tal conceito abrange conhecimentos culturais, teóricos, técnicos e metodológicos compartilhados pelo corpo social de uma mesma comunidade científica. Na âmbito da saúde, o Paradigma Flexneriano (1910), idealiza como padrão de atenção à saúde uma assistência biologicista, mecanicista e individualista. Dessa forma, a tecnificação do ato médico é exercida em prol de uma medicina meramente curativa, onde esse profissional, aliado ao hospital e aos medicamentos, se tornam os protagonistas da prática sanitária. Em contradição, o Paradigma da Produção Social da Saúde centra-se no ser humano e não apenas na técnica e nos procedimentos. Além disso, reconhece que a saúde dos indivíduos depende de coisas que o homem criou/faz, da interação social, da política governamental, da educação, etc. Nesse sistema, a equipe multidisciplinar e a APS são enaltecidas e existe uma maior ênfase nos cuidados de prevenção e promoção e recuperação da saúde.

O direito a saúde foi uma conquista do movimento da Reforma Sanitária, que refletiu na criação do Sistema Único de Saúde. No Brasil, a Constituição Federal de 1988, instituiu o SUS nos moldes do Paradigma da Produção Social de Saúde. A saúde passa a ser um direito universal e igualitário, onde ser saudável está relacionado também a possibilidade que o indivíduo tem de atuar e produzir a própria saúde, exercendo autonomia, empoderamento e libertação.

O processo saúde-doença-adoecimento no século XXI é norteado por uma visão holística, a qual, considera a dimensão psíquica, social e comportamental da atual sociedade. A criação da Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais de Saúde (CNDSS) desenvolveu atividades que contribuíram para o debate nacional sobre a problemática dos DSS e seus impactos sobre a saúde, já que há fatores

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