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A VISITA A DOMICÍLIO. GENERALIDADES

Por:   •  8/5/2017  •  Ensaio  •  5.572 Palavras (23 Páginas)  •  360 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

DISCIPLINA: ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA 1

A VISITA A DOMICÍLIO. GENERALIDADES[1]

Francisco Megías Lizancos. In. MARTIN, I. López. Atención Domiciliaria. Diagnósticos de enfermeria. Madrid : McGraw-Hill - Interamericana de España. 1994. p.1-60

CONCEITOS

O indivíduo e seu meio ambiente

Aproximar-se do indivíduo e da comunidade, bem como do seu ambiente é um desafio para a organização dos serviços sanitários. Conceitualmente, é a atenção primária de saúde que se aproxima assistência integral ao ambiente do homem.

A atenção primária de saúde se concebe como uma atividade sanitária que contempla o indivíduo dentro do seu ambiente social. As pessoas sofrem influências dos fatores sociais, econômicos, de infra-estrutura e outros que, além dos fisiopatológicos, favorecem o surgimento da enfermidade.

A atenção domiciliar tem sua origem na concepção ecológica da doença. A saúde, como equilíbrio do homem e seu meio, nos leva a investigar este ambiente gerador de saúde ou doença.

O lar, núcleo primário, se transforma em objeto dos estudiosos da saúde, especialmente da enfermagem, ocorrendo, as vezes que, por dificuldades do seu estudo, este se centre mais no ambiente comunitário, mais acessível à pesquisa e que, de uma ou outra forma, se obtém dados com relativa facilidade.

O lar, sendo o lugar onde o homem se alimenta, descansa, ocupa seu tempo livre e se relaciona com seu grupo primário, é de importância como geradora de saúde/doença.

A visita domiciliar é o instrumento para conhecer este ambiente familiar que influi na saúde de quem nela vive. Além disso, é uma necessidade sentida e vivida por amplos setores da população, na medida em que pode dar resposta a problemas que representa manter um enfermo ou incapacitado no domicílio, com todas as complicações de tipo assistencial e organizativo que desta situação deriva, tanto para o usuário como para sua família e também para a equipe de saúde.

Os profissionais de saúde devem prevenir, educar, orientar etc., para conseguir um lar saudável. Podemos concluir que a atividade domiciliar é um esquema relacional “paciente-meio” e não um esquema de tratamento individualizado.

Aspectos positivos da interação enfermeira-família- meio

O indivíduo, o grupo familiar, observados em seu ambiente natural, manifesta um maior controle sobre seu meio que aumenta sua sensação de segurança. Quando um membro da família apresenta problemas de saúde, e para que esta sensação de segurança e domínio da situação se desenvolva, é importante o assessoramento e apoio dos profissionais, de maneira que, diante das dificuldades que possam surgir, a família pode atuar por si mesma ou saber aonde e a quem pedir ajuda. A comunicação que se estabelece no domicílio á mais fluida e espontânea, e em um clima de maior liberdade, sendo possível um conhecimento imediato dos sucessos cotidianos, o que é muito importante para que a enfermeira realiza uma avaliação completa e realista do meio físico, familiar e social. Sucessivas visitas facilitarão o conhecimento de vida da família, de suas relações interpessoal que ocorrem, assim como sua capacidade para o auto-cuidado, podendo descobrir estruturas familiares que influem negativamente no estado de saúde do indivíduo ou do grupo.

Através da avaliação direta do ambiente familiar, a enfermeira poderá detectar precocemente problemas de saúde ou situações potencialmente geradoras dos mesmos. É possível que a enfermeira visite o domicílio por uma demanda familiar ou por um problema detectado ou identificado por outros profissionais, e em sua avaliação descubra a existência de problemas não sentido ou expressos, que podem ser abordados através dos cuidados de enfermagem ou a partir da intervenção de outros profissionais.

Se trata de uma oportunidade única para observar como se desenvolve a família em seu lar, que hábitos e condutas desenvolve, o que supõe uma questão dificilmente identificada na consulta no centro de saúde.

Trabalho com a família e desde a família

Para a consecução dos objetivos do plano de cuidados, os membros da família devem sentir-se comprometidos diretamente, de forma que entendam, aceitem e participem nos cuidados individuais e familiares. Este plano comporta, portanto, não só os cuidados aos membros enfermos como também o auto-cuidado simultâneo do resto da família. Desta forma, se aumenta a segurança do grupo familiar, se possibilita que cada um dos seus membros se sinta responsável por sua saúde, e se estimula a independência a partir do ponto de vista da promoção à saúde, prevenção da doença e aprendizagem de medidas de proteção. A enfermeira aproveita, desta forma, os conhecimentos e hábitos positivos da família, e desenvolve habilidades em seus membros para práticas que promovam a prevenção, cura e reabilitação.

A visita a domicílio favorece um acompanhamento direto e contínuo dos cuidados prestados pela enfermeira e pelos familiares. A avaliação é contínua, dinâmica e se retroalimenta, e a partir dela pode-se medir a eficácia da intervenção dos profissionais e do cuidado que a família se dá a si mesma.

Dar continuidade aos cuidados prestados no domicílio supõe manter o apoio constante nos momentos críticos, e um segmento periódico como atividade puramente preventiva e de detecção precoce de novos problemas.

Os cuidados que se presta a própria família durante sua vida vêm precedidos de aprendizagem e assimilação de informações  recebidas na própria família. na escola, nos centros de trabalho, etc. A enfermeira, por meio da educação para a saúde, ajuda a melhorar o nível de bem-estar.

A educação para a saúde deve ser realista, adequada ao seu nível sócio-cultural e econômico; a dificuldade de acesso aos serviços sócio-sanitários, assim como as características geográficas da zona em que vivem podem limitar os instrumentos que a enfermeira e a família têm para dar cuidados. Além disso a educação deve ser personalizada: um mesmo plano de cuidados não pode ser aplicado a diferentes pessoas ou famílias, ainda que partindo de um problema de saúde semelhante.

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