Autismo Introdução Alimentar
Por: kellycrispecian • 17/6/2022 • Projeto de pesquisa • 2.266 Palavras (10 Páginas) • 172 Visualizações
Autismo[pic 1]
Introdução
É caracterizado como uma síndrome ou um transtorno neurobiológico complexo que acomete o comportamento de seu portador, podendo ser diagnosticado a partir dos 12 meses e pode comprometer de diversas maneiras o desenvolvimento mental do paciente, afetando assim, negativamente a sua saúde e o seu bem-estar
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos e restritos.
Sendo assim, são caracterizados por distúrbios de fala e linguagem, padrões restritos de estresse, disfunções motoras e deficiências tanto intelectuais, quanto de aprendizagem.
Dentre os sintomas apresentados no autismo, as dificuldades de comunicação têm maior visibilidade em comparação com as alterações sensoriais. Porém, as alterações sensoriais são bastante frequentes nessas crianças, e geralmente passam despercebidas.
O autismo tem uma alta variabilidade em relação à presença e a intensidade de seus sintomas, podendo indicar que tenham subtipos adicionais.
Para o diagnóstico da doença necessita-se de uma avaliação mais abrangente, integrada por uma abordagem passo a passo do paciente para que se tenha sua história detalhada e completa, bem como um exame bem detalhado e aplicação de critérios de diagnóstico para TEA do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
Em todo o mundo, estima-se que 1 em cada 160 crianças apresenta algum grau de Transtorno do Espectro Autista (TEA), com prevalência quatro vezes maior em meninos do que em meninas.
Com seu início na infância e a tendência a persistir até a vida adulta, o TEA se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento na interação social, na comunicação, na linguagem e por padrões repetitivos de comportamento.
Há algumas décadas, acreditava-se que o TEA seria majoritariamente (90%) relacionado a fatores genéticos e hereditários. Porém, estudos recentes descrevem uma herdabilidade genética de 50% e uma forte relação com fatores ambientais.
Alguns portadores desse transtorno podem viver de forma independente, porém outros necessitam de cuidados e apoio ao longo da vida em decorrência de várias incapacidades, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Seletividade Alimentar[pic 2]
Crianças com autismo tem seletividade alimentar e dietas limitadas devido ao cheiro, sabor, cor e temperatura dos alimentos.
Dessa forma, são determinadas rotinas alimentares e padrões de ingestão alimentar que influenciam a recusa de alimentos com consequente deficiência ou até mesmo excessos de alguns nutrientes.
As crianças possuem uma forte preferência por alimentos ricos em amidos, lanches e alimentos processados e rejeição de frutas, vegetais ou proteínas, podendo levar a um ganho de peso excessivo, com as consequentes altas taxas de obesidade em crianças com autismo.
Logo, uma ingestão nutricional adequada representa um desafio para crianças com TEA devido a comportamentos alimentares problemáticos, mas também em decorrência de sintomas gastrointestinais, suscetibilidade a alergias alimentares e anormalidades metabólicas.
A microbiota intestinal, hospedada pelo trato gastrointestinal, é definida como uma população complexa e específica de possuindo grande importância na homeostase e aparecimento de distúrbios, assim como o TEA.
A microbiota mantém a barreira da mucosa produzindo nutrientes (como vitaminas) e defendendo o organismo de patógenos.
Logo, é necessária uma microbiota saudável para melhorar o desenvolvimento dos sistemas metabólicos e neurológicos .
A microbiota intestinal pode ainda afetar o neurodesenvolvimento por meio da via bidirecional entre o cérebro e o intestino. Esses microrganismos estimulam a diferenciação celular do trato gastrointestinal e, a partir disso, ocorre a liberação de neurotransmissores e hormônios, além da produção de metabólitos. neuroativos que prejudicam o sistema nervoso central ou influencia o nervo vago. Com isso, o comportamento do indivíduo será afetado, representando uma ligação entre as áreas emocionais e cognitivas do cérebro com as funções intestinais periféricas, sugerindo sua influência na patogênese do autismo .
Ressalta-se ainda que a prevalência de sintomas gastrointestinais é quatro vezes maior em crianças com TEA do que em crianças com desenvolvimento típico (DT).
Os portadores de TEA possuem problemas gastrointestinais significativos e estudos revelam que esse distúrbio está fortemente associado à disbiose, ou seja, uma alteração na microbiota intestinal dessas crianças, contribuindo para deficiências cognitivas e comportamentais. Essa mudança da microbiota em comparação com as crianças em desenvolvimento típico ( é caracterizada por baixo nível de Bifidobacterium, firmicutes e alto nível de clostridium, bacteroides, desulfovibrio e lactobacillus.
Esses pacientes também podem portar uma série de outras doenças associadas, como hiperatividade, epilepsia, distúrbios do sono e gastrointestinais.
Os distúrbios gastrointestinais em crianças com TEA pode gerar uma associação ao agravamento dos sintomas do transtorno. Fatores como ranger os dentes, caretas faciais, compressões abdominais, soluços, mastigação excessiva, gritos, entre outros.
Crianças com TEA que apresentem dores estomacais ou desconforto abdominal pode ser um indicativo de excitação motora, que pode acabar tendo efeito em fatores comportamentais do paciente, como irritabilidade, agitação súbita, distúrbios do sono e restrições alimentares diversas hipóteses sobre as possíveis etiologias dos sintomas como a menor tolerância à digestão de carboidratos, aumento da permeabilidade intestinal, presença de estado inflamatório sistêmico com ocorrência de gastrite e enterocolite, alergias alimentares, doença do refluxo gastroesofágico e dismotilidade intestinal.[pic 3]
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