CUIDADOS COM DRENOS DE TÓRAX

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1. CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM O DRENO DE TÓRAX

1. DEFINIÇÃO

A drenagem de tórax ou drenagem torácica é um procedimento médico que visa manter ou restabelecer a pressão negativa normal do espaço pleural favorecendo a remoção de líquido, ar e sólidos (fibrina).

Tal procedimento é feito por meio da inserção de um dreno na cavidade pleural, após anestesia local, vedado na extremidade oposta, abaixo do nível do tórax. Desta forma, ar, fluidos ou sólidos presentes no espaço pleural, possam sair sem retornar.

1. ANATOMIA

        Os pulmões são órgãos que ocupam parte da cavidade torácica, estendendo-se do diafragma até a porção superior da clavícula.

        Cada pulmão é formado por:

• Um ápice;
• Uma base;
• Três faces (costal, medial e diafragmática);
• Três bordas (anterior, posterior e inferior);

        Os pulmões além de serem formados pelas partes citadas acima, existe uma membrana que permite que os pulmões movam-se suavemente durante cada ciclo respiratório, chamada de PLEURA.

        Entre as pleuras, existe um espaço onde contém um liquido seroso que facilita a aderência da superfície pleural e permite que estas deslizem uma sobre a outra e sem fricção.

1. FISIOLOGIA

        Existe uma homeostase entre os líquidos da cavidade pleural e quando ocorre alteração neste equilíbrio, acontece um prejuízo na mecânica pulmonar e geralmente as alterações são os acúmulos de líquidos no espaço pleural.

1. INDICAÇÕES

        A drenagem pleural está indicada nos seguintes casos:

• Pneumotórax: é um acúmulo anormal de ar na cavidade pleural. Podemos classificar o pneumotórax em espontâneo primário ou secundário, hipertensivo, traumático ou iatrogênico.
• Hemotórax: é um acúmulo anormal de sangue na cavidade pleural. Podemos classificar o hemotórax em traumático e residual.
• Derrame Pleural:
• Drenagem Profilática: é utilizada para a retirada de enfisema subcutâneo nos pacientes com fraturas.

1. PROCEDIMENTO – TROCA DO SELO D’ÁGUA

• Lavar as mãos corretamente;
• Calçar luvas estéril;
• Vestir máscara cirúrgica;
• Proteger a inserção do dreno com campo estéril;
• Pinçar o intermediário realizar assepsia com álcool 70% na conexão do dreno e intermediário;
• Pegar o novo frasco de drenagem;
• Colocar soro ou água estéril dentro do frasco;
• Instalar a tampa do frasco, de modo que a haste fique submersa cerva de 1,5 a 2cm na água (cerca de 500ml);
• Desconectar o intermediário e encaixá-lo ao frasco limpo;
• Retirar as pinças dos drenos;
• Colar na altura-limite da água, o rótulo com a hora, dia e nome de quem realizou a troca do frasco de drenagem e quantos ml de água foram colocados;
• Encaminhar o frasco usado para a sala de utilidades, desprezar o conteúdo e colocar o frasco em lixo infectante, se descartável, ou para a limpeza e esterilização, se de vidro;
• Anotar no prontuário do paciente o aspecto e o volume drenado.

1. CUIDADOS DE ENFERMAGEM

A permeabilidade e integridade do sistema de drenagem são cruciais para a preservação do desempenho cardiopulmonar e da saúde e bem-estar do paciente.

1. Transporte do Paciente

• Fazer o transporte sem pinçar o sistema;
• Mantê-lo abaixo do ponto de inserção do dreno no tórax;
• Cuidar para não ficar preso ou arrancar o dreno quando passar por outra maca;
• Observar se a extremidade do sistema não vai ficar fora d’água.

1. Controle dos Líquidos

• Volume;
• Aspecto;
• Coloração;
• Material drenado.

• Todas essas informações devem ser levadas em conta e serem evoluídas para posterior avaliação do funcionamento do sistema.

1. Troca do Selo d’água

• Pinçar o dreno por alguns minutos enquanto realizamos a troca para que o ar não entre na cavidade pleural;
• Solicitar ao paciente que inspire profundamente e segure o ar por alguns segundos para prevenir a entrada de ar;
• Checar o posicionamento correto do dreno e do sistema de aspiração para assegurar pressão gravitacional apropriada e selo d’água negativo;
• Não fixar a extensão do dreno no berço ou na cama do paciente para evitar acidentes durante a movimentação;
• Monitorar o sistema de drenagem por oscilação no controle de aspiração da câmara para saber se a aspiração está intacta;
• Checar a flutuação no selo d’água com as respirações para saber se existe obstrução no tubo.

1. COMPLICAÇÕES

        A incorreta manipulação do dreno de tórax pode acarretar em uma série de complicações que podem resultar em:

• Aumento da morbidade;
• Prolongamento da hospitalização;
• Óbito.

        Um ponto importante para se levar e conta é que os cuidados com o dreno é de responsabilidade da equipe de enfermagem e que muitas vezes o pessoal que vai fazer a manipulação deste dreno são pessoas que não possuem conhecimento técnico e/ou habilidade para este tipo de cuidado.

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