Cuidados de Enfermagem em Doenças Tropicais
Por: Juliana Moura Pinto • 14/4/2020 • Seminário • 955 Palavras (4 Páginas) • 287 Visualizações
Disciplina: Cuidados de Enfermagem em Doenças Tropicais.
Professora: Margarida Araújo.
Acadêmica: Juliana de Moura Pinto.
Cuidados de Enfermagem na administração de Anfotericina B em pacientes com Leishmaniose Visceral.
Questão 01. Que condutas de enfermagem devem ser observadas para o manuseio seguro da Anfotericina B na assistência hospitalar?
Sabe-se que a Anfotericina B é um antifúngico, que deve ser administrado apenas pela via endovenosa, é usado de forma rotineira e convencional no ambiente hospitalar para tratar várias infecções fúngicas invasivas, entre outras. A ANVISA considera a Anfotericina B como Medicamentos Potencialmente Perigosos, uma vez que, considerado um medicamento de alto risco, possui um risco peculiar de causar danos ao paciente quando ocorre erro na sua utilização. A responsabilidade do preparo e da administração de medicamentos aos pacientes nos estabelecimentos de assistência à saúde é da equipe de enfermagem (SOARES et al., 2018).
Dessa forma, algumas condutas de Enfermagem devem ser observadas para o manejo seguro da Anfotericina B na assistência hospitalar. O enfermeiro é responsável por administrar a medicação por via parenteral, interceptar e evitar erros visando a integridade física do paciente, liderar a busca pelo avanço técnico e científico, viabilizar mecanismos na promoção da segurança e da qualidade do cuidado, administração e controle das reações infusionais e pós infusionais (SOARES et al., 2018).
De acordo com Mota et al. (2015), deve-se tomar cuidados específicos no preparo e na administração de Anfotericina B Lipossomal. Entre as medidas estão: o uso de técnica asséptica e de água para injeção durante a reconstituição; a utilização de solução glicosada 5% para evitar precipitação do composto e filtros de 5 mícron para evitar a formação de agregados sólidos durante a diluição; a infusão deve ser realizada até 5 horas após a diluição, devendo os sinais vitais serem verificados antes da administração e a infusão deve ser procedida de forma lenta de 30 a 60 minutos. Além desses cuidados, é necessário acompanhar os exames laboratoriais da função renal, hepática e hematopoiética. Alguns cuidados são necessários para a administração do medicamento.
Alguns cuidados com a Anfotericina B são divididos em cuidados pré-infusão, durante a infusão e pós-infusão. Cuidados pré-infusão incluem: não misturar a Anfotericina B com outro medicamento, na mesma solução; não necessita hidratação; pré-medicação: paracetamol 500mg e prometazina 25mg 1cp, 30 minutos antes da infusão; somente infundir soluções em temperatura ambiente, com aspecto homogêneo e sem grânulos ou precipitados.
Cuidados durante a infusão incluem: somente administrar a solução se estiver em temperatura ambiente; a dose diária nunca deverá exceder 1,5mg/kg; reações agudas podem ocorrer de 1 a 3 horas após o início da infusão; em caso de reação, fazer hidrocortisona 100mg, EV direto reconstituído de 2 ml de solução glicosada a 5%; reações mais severas ocorrem com mais frequência nas doses iniciais da Anfotericina B; a administração deverá ser imediata e definitivamente suspensa em caso de ocorrência de reação anafilática; durante a administração o medicamento deve ser protegido da luz; infusão introvenosa rápida, em menos de 1 hora, particularmente em pacientes com insuficiência renal, tem sido associado com hiperpotassemia e arritmias, e deve ser evitada.
Cuidados pós-infusão incluem: a função renal deve ser frequentemente monitorada durante a terapia com Anfotericina B; é aconselhável monitorizar as funções hepáticas, os eletrólitos séricos (principalmente o magnésio e o potássio), leucograma e eritrograma. As doses serão ajustadas de acordo com as respostas laboratoriais.
Questão 02. Cite cinco efeitos adversos da Anfotericina B.
Entre os efeitos adversos no uso da Anfotericina B, encontra-se hipotensão, diarreia, náuseas, perda de apetite e nefrotoxidade.
Questão 03. Para cada efeito adverso citado, apresente dois cuidados de enfermagem com suas justificativas.
Hipotensão:
- Monitorar a pressão arterial para avaliação e assistência adequada.
- Colocar o paciente em posição Trendelemburg para facilitar o retorno venoso.
Diarreia:
- Oferecer, conforme a prescrição, solução de reidratação oral ou líquido leves em pequenas quantidades para evitar desidratação e grande quantidade de eletrólitos.
- Avaliar estado hidroeletrolítico, pois o paciente com diarreia pode ter um desequilíbrio eletrolítico que pode levar a desidratação e a uma acidose metabólica.
Náuseas:
- Administrar medicação, conforme prescrição médica, afim solucionar a náusea e evitar vômitos.
- Promover conforto durante episódio de náusea, afim de evitar bronco-aspiração e garantir segurança ao paciente.
Perda de apetite:
- Orientar sobre a importância de a dieta alimentar para recuperação do estado de saúde, como forma de estimular o paciente a nutrir-se.
- Pesar diariamente o paciente, para avaliar e comparar estado nutricional do paciente durante o atendimento.
Nefrotoxidade:
- Entender a farmacodinâmica da Anfotericina B, como forma de entender e saber diferenciar efeitos adversos de efeitos colaterais.
- Observar sinais e sintomas de dano renal, para que possa ser identificado e tratado o mais precoce possível.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças. Manual de recomendações para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes com a coinfecção leishmania-HIV/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 1. ed., rev. e ampl. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
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