DEBATENDO SOBRE AFETIVIDADE E SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA COM FOCO NAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Por: Ramón Rodrigues • 14/9/2017 • Artigo • 1.279 Palavras (6 Páginas) • 368 Visualizações
DEBATENDO SOBRE AFETIVIDADE E SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA COM FOCO NAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
SANTOS, Gustavo Mendes dos[1]; VASCONCELOS, Viviane de Oliveira[2]; SOUZA, Cristina Ionácy Rodrigues e[3]; RODRIGUES, Ramón Souza Silva[4]
INTRODUÇÃO
A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano caracterizada pela passagem à juventude e que começa após a puberdade. Nessa fase os adolescentes passam por diversas mudanças nos contextos biológicos, físicos e psicológicos e é quando, geralmente, se inicia a vida sexual do indivíduo. Diante disso, Bottega et al (2016) destaca que os adolescentes se tornam mais vulneráveis em diversos aspectos de sua vida, como por exemplo a precocidade em relacionamentos afetivos e sexuais sem estarem de fato preparados, ficando assim, mais expostos as Infecções Sexualmente Transmissíveis - ISTs. Dados do Ministério da Saúde (2014) alertam para o aumento das ISTs nos adolescentes ao revelar que de 2004 a 2013 houve um aumento na taxa de detecção do Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV (Human Immunodeficiency Virus) de 53,2% em adolescentes do sexo masculino e 10,5% em mulheres, ambos com idade de 15 a 19 anos.
As ISTs são doenças causadas por vírus, bactérias ou microrganismos e seus meios de transmissão variam conforme a patologia. Segundo Bottega (2016) a transmissão ocorre por meio de fluidos de sangue, saliva, sêmen e corrimentos vaginas pelo contato direto desses fluidos com outra pessoa infectada, pela via (oral, vaginal ou anal) pela pratica de beijo ou sexo desprotegido ou pelas vias sanguíneas através do compartilhamento de seringas e agulhas, no uso de drogas injetáveis podendo acontecer, ainda, a transmissão da mãe para a criança durante a gestação, parto ou amamentação.
Pinheiro (2017) fomenta que as ISTs mais comuns são a Síndrome da Imunodeficiência adquirida - AIDS (Acquired Immunodeficiency Syndrome), condiloma acuminado (causadas pelos vírus HIV e Human Papiloma Vírus – HPV, respectivamente), gonorreia, hepatites virais, herpes, sífilis e tricomoníase. Estas são infecções de difícil detecção, apresentam poucos sintomas visíveis e, às vezes, manifestam-se de forma assintomática. Em sua grande maioria, as ISTs possuem cura, com exceção do HIV/AIDS, herpes e em alguns subtipos de HPV, sendo feito apenas o controle da patologia. Pinheiro (2017) ressalta ainda a importância do diagnóstico precoce, pois tais patologias podem evoluir para quadros de infertilidade, interrupção involuntária da gravidez, malformações congênitas, câncer e até a morte.
METODOLOGIA
Como parte do Projeto Biotemas na Educação Básica 2016, foi realizado na Escola Estadual Levi Durães Peres na cidade de Montes Claros – MG, um minicurso sobre ISTs para quatro turmas do Ensino Médio, com aproximadamente 25 alunos cada, entre os dias 14 e 15 de setembro de 2016 no turno matutino. O minicurso foi constituído das etapas descritas a seguir:
- 1º momento: Apresentação de vídeos e explanação sobre ISTs;
- 2º momento: Levantamento de dúvidas e interação com os alunos;
- 3º momento: Distribuição de kits formado por preservativos e encartes (cedido pelo Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA).
Durante a interação com o alunos foram sanadas algumas dúvidas, que foram consolidadas e apresentadas no Anexo I.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apesar do avanço a respeito da sexualidade dos dias atuais, observa-se que este tema ainda é encarado como um tabu em diversas ocasiões e grupos, inclusive pelos pais dos adolescentes. Há neste contexto uma necessidade constante de maior interação e diálogo sobre educação sexual entre pais e filhos que foi confirmada durante as observações na realização do minicurso. Como o diálogo acerca da sexualidade não é abordado no seio familiar, a educação sexual tona-se responsabilidade da escola, como fomenta Lima (2013) ao citar que “É na escola que os alunos aprendem sobre as doenças sexualmente transmissíveis e os métodos de prevenção e quais as consequências que a falta de uso pode acarretar a saúde”
A escola torna-se um espaço propício para trabalhar seus conhecimentos e mudanças de comportamento, pois é um local em que os adolescentes permanecem boa parte do seu dia. Aproveitando esse ambiente, foram trabalhadas as questões que permeiam a afetividade que nos permite vivenciar emoções, sentimentos e sensações, que são essenciais para nosso desenvolvimento mental, cognitivo, social e, posteriormente, sexual.
No ápice do minicurso foram expostas diversas informações sobre as ISTs, e, com o diálogo uma vez aberto, constatou-se a dificuldade e a vergonha apresentadas pelos alunos ao falarem sobre o assunto. Diante disso sentiu-se a necessidade de fazer uma interação mais aberta e minuciosa para que pudessem se sentir mais à vontade para tirar suas dúvidas e fazer questionamentos. A abordagem obteve resultados positivos e os alunos começaram a fazer alguns questionamentos pertinentes sobre o tema proposto como quais doenças tinham ou não cura, se a transmissão de doenças pode acontecer pelo beijo, como colocar o preservativo, quais os sinais e sintomas das principais ISTs e até maior detalhamento sobre o preservativo feminino.
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