DENGUE: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
Por: Fabrícia Araujo • 16/5/2016 • Trabalho acadêmico • 3.218 Palavras (13 Páginas) • 505 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
CAMPUS CATALÃO
Bruno de Souza Calixto,
Camilla Pereira Tinoco,
Fabrícia Araújo,
Juliana Adelina.
DENGUE: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
CATALÃO-GO
2011
HISTORIA NATURAL DA DOENÇA
Dengue
O curso da doença não é uniforme no organismo, podendo apresentar enormes variações de um caso para o outro. Apesar desta variabilidade, as doenças progridem segundo alguns padrões que podem ser colocados em cinco categorias principais:
• Evolução aguda, rapidamente fatal.
• Evolução aguda, clinicamente evidente e com rápida recuperação na maioria dos casos.
• Evolução sem alcançar o limiar clínico.
• Evolução crônica, que se exterioriza e progride para o êxito letal após longo período.
• Evolução crônica, com períodos, assintomáticos entremeados de exacerbação clínicas. (PEREIRA; M.G, 2002).
A denominação história natural é muito empregada para designar investigações clínicas geralmente longitudinais, que visam a produzir informações sobre a evolução de um evento (PEREIRA; M.G, 2002).
A Dengue consiste em uma doença febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, podendo variar sua progressão em diversos padrões dependendo da forma como se apresente: infecção inaparente, que é uma evolução sem alcançar o limiar clínico; na Dengue Clássico (DC), pode ser observada a evolução aguda clinicamente evidente e com rápida recuperação na maioria dos casos; enquanto na febre Hemorrágica da Dengue (FHD), ou Síndrome do Choque da Dengue (SCD) verificam-se as fases: evolução aguda rapidamente fatal e a evolução crônica que se exterioriza e progride para o êxito letal após longo período. (BRASIL, 2002).
Atualmente é a mais importante arbovirose que afeta o ser humano, e constitui-se em sério problema de saúde pública no mundo. A doença ocorre e dissemina-se especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor (BRASIL, 2002).
Sendo que a espécie Aedes aegypti é a mais importante na transmissão da doença, e também pode ser transmissor da Febre Amarela Urbana. O Aedes albopictus, já presente nas Américas, e com ampla dispersão na região Sudeste do Brasil, é o vetor de manutenção da dengue na Ásia, mas até o momento não foi associado à transmissão da dengue nas Américas. (BRASIL, 2002).
Existem vários fatores preponderantes para ocorrência de dengue como fatores individuais: menores de 15 anos e lactentes, adultos de sexo feminino, raça branca, estado nutricional, portadores de doenças crônicas, preexistência de anticorpos, intensidade de resposta imune anterior; fatores virais: como virulência da cepa circulante, sorotipo viral e fatores epidemiológicos: existência de população suscetível, presença de vetor eficiente, alta densidade vetorial, intervalo por sorotipos diferentes, seqüência das infecções e ampla circulação de vírus. (DÈGALLIER et al, 1993).
Na maioria das vezes, as pessoas infectadas pelos vírus dengue não apresentam quaisquer manifestações clínicas. Como exemplo, estudos realizados no município de Araguaína em Tocantins que evidência dados de 26,1% dos indivíduos da região que contraíram a doença e tiveram infecções assintomáticas. (DÈGALLIER et al, 1993).
Quando sintomática, a infecção pode provocar um amplo aspecto de manifestações clinica, sendo elas de formas frustras ate apresentações graves e por vezes fatais, como exemplo pesquisa realizada em Fortaleza 59% dos indivíduos manifestavam-se sintomáticos em fase de epidemia. A infecção por dengue causa uma doença cujo aspecto inclui, desde formas oligossintomatica ou assintomáticas, até quadros com hemorragia e choque, podendo evoluir para o óbito (VASCONSELOS et al,1998).
Sendo assim a Dengue clássica (DC): a primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retro orbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo, a hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da febre. Alguns aspectos clínicos dependem da idade do paciente. Desse modo, dor abdominal generalizada tem sido observada mais freqüentemente entre crianças e manifestações hemorrágicas, como: petéquias, epistaxe, gengivorragia, e metrorragia têm sido relatadas mais frequentemente entre adultos, ao fim do período febril. (BRASIL, 2002)
A doença tem duração de 5 a 7 dias, mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar se por várias semanas. (BRASIL, 2002)
Já a Febre Hemorrágica da Dengue (FHD): os sintomas iniciais são semelhantes aos do DC, porém há um agravamento do quadro, no terceiro ou quarto dias de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e de colapso circulatório. A fragilidade capilar é evidenciada pela positividade da prova do laço a qual consiste em se obter, através do esfigmomanômetro, o ponto médio entre a pressão arterial máxima e mínima do paciente, mantendo-se esta pressão por 5 minutos; quando positiva, aparecem petéquias sob o aparelho ou abaixo do mesmo. Se o número de petéquias for de 20 ou mais por polegada (um quadrado com 2,3 cm de lado), essa prova é considerada fortemente positiva. Esta prova não pode ser realizada com garrote ou torniquete (BRASIL, 2002).
Contudo existem outras manifestações hemorrágicas incluindo petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragia em diversos órgãos (gastrintestinais, intracranianos, entre outros), e hemorragias espontâneas pelos locais de punção venosa. Nos casos graves de FHD, o Choque geralmente ocorre entre o 3º e 7° dias de doença, geralmente precedido por dor abdominal (BRASIL, 2002).
O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. É de curta duração, e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada.
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