Enfermagem Úlcera por Pressão: Prevenção
Por: Gil Nascimento • 18/4/2021 • Resenha • 6.814 Palavras (28 Páginas) • 168 Visualizações
Úlcera por Pressão: Prevenção
Objetivos |
Objetivos:
- Manuseio das doenças de forma rápida e efetiva
- Diminuição da morbidade e mortalidade dos pacientes
- Melhora da qualidade de vida e diminuição dos custos
A intenção deste protocolo é de encorajar a uniformização de alguns cuidados de saúde prestados. Embora pretenda melhorar a eficácia e a qualidade dos cuidados, não é uma garantia absoluta sobre os resultados. O protocolo constitui apenas um guia de condutas, cabendo ao Enfermeiro responsável as decisões finais sobre os Cuidados de Enfermagem a serem instituídos aos pacientes sob seus cuidados. Deve conter os requisitos mínimos aceitos para o manejo dos pacientes e os critérios de evidências científicas adotados.
Protocolo |
Este Guia de Conduta é parte integrante da Documentação de Enfermagem da Gerência Executiva de Enfermagem, não sendo permitida sua reprodução total ou parcial, ou divulgação externa ao HIAE, sem o prévio conhecimento e consentimento da Gerência Executiva de Enfermagem.
I. Este protocolo envolve: Prevenção de Úlceras por Pressão
II. Tempo de Permanência hospitalar previsto: Não se Aplica
III. Introdução
i. Definição
As úlceras por pressão (UP), também conhecidas como úlceras de decúbito, são áreas de dano localizado que afetam a pele e tecido subjacente e são resultantes de uma combinação de pressão prolongada ou persistente, cisalhamento e fricção(1,2,3).
ii. Etiologia
Doenças graves, trauma, imobilidade ou limitação de atividade, prejuízos neurológicos e nutricionais, incontinência e idade avançada são alguns fatores de risco relacionadas ao desenvolvimento das UP. A imobilidade, limitação da atividade, incontinência (hidratação e umidade) e prejuízos nutricionais, têm sido mais consistentemente relatados como fatores predisponentes às UP(1), entretanto, a importância relativa destes e outros fatores de risco permanece incerta(3).
As UP podem ocorrer em qualquer área do corpo, entretanto, são mais freqüentes abaixo da linha da cintura e sobre proeminências ósseas, como região sacra e trocantérica, calcâneos(3), maléolos, joelhos, cotovelos, orelha e nuca também são áreas afetadas.
Pacientes idosos; com doenças graves, como os de terapia intensiva; com mobilidade afetada, como os pacientes ortopédicos; com deficiências neurológicas, como os portadores de lesão medular, possuem uma combinação de fatores que aumentam significativamente seu risco para o desenvolvimento das UP(1).
A menor irritação da pele pode progredir para maiores complicações severas ocasionando dor, desconforto e prejuízo na qualidade de vida dos pacientes. Além disso, contribui para prolongar o tempo de hospitalização e para o aumento nos custos do tratamento(1,2).
iii. Incidência e Prevalência
Incidência refere-se ao número de casos novos de UP em relação ao número total de pessoas, de uma população considerada de risco para o desenvolvimento de UP, ocorridos em um específico período de tempo (ex: 6 meses ou 1 ano). Prevalência refere-se a todos os casos de UP ocorridos entre os indivíduos considerados de risco para desenvolvê-las. Medidas de prevalência são realizadas em um momento específico de tempo (ex: um determinado dia).
As UP são ocorrências freqüentes, porém a determinação de sua incidência e prevalência são difíceis devido a limitações metodológicas dos estudos disponíveis que impedem a generalização dos dados disponíveis. Os trabalhos mais abrangentes provêm de populações hospitalizadas e os resultados mostram uma incidência que varia de 2,7% a 29,5% e uma prevalência entre 4% a 69%, dependendo da população estudada(4). No Reino Unido (UK), em um hospital geral distrital, novos casos de UP acometem de 4% a 10% dos pacientes admitidos(1,3). Existem poucos trabalhos sobre incidência e prevalência de UP, entre os indivíduos em atendimento domiciliar, os relatos variam entre 2,4% a 23% de incidência e 8,7% a 20% de prevalência, sendo necessário aprofundar a investigação neste grupo de pessoas(4).
IV. Objetivo
A proposta deste guia é identificar os riscos dos pacientes para desenvolver UP, definir intervenções para a prevenção e controlar UP no estágio I.
V. Critérios de inclusão:
- Este Guia aplica-se a pacientes avaliados como de risco para UP, em tratamento clínico ou cirúrgico, independente da idade - ver Escala de Norton (Quadro 1).
- Pacientes com moderado ou alto risco para desenvolver UP - ver Plano Terapêutico e Escala de Norton (Quadro 1)
- Pacientes com UP em estágio I - ver classificação das UP (Quadro 2)
VI. Critérios de exclusão:
Associar com os itens descritos em Recomendações
- Paciente com baixo risco - score acima de 16 (Escala de Norton)
- Paciente com UP grau II, III ou IV, porém referendar este protocolo como integrante do plano de cuidados do paciente para evitar novas UP.
VII. História e Exame Físico
i. História
A pressão persistente, força exercida numa área delimitada, é o fator principal para o desenvolvimento das UP, por ocasionar a oclusão do fluxo sangüíneo local, resultando em isquemia que, se não for revertida, evoluirá para necrose tecidual, que pode afetar não só a pele, como os tecidos subjacentes. Outros fatores como o cisalhamento, a fricção e a umidade contribuem para sua formação. Em casos graves as UP podem tornar-se infectadas, podendo provocar danos severos aos músculos ou ossos(2). Realizar avaliação inicial e investigar fatores associados ao risco de UP.
Existem diversos instrumentos (escalas) de avaliação de risco para o desenvolvimento das UP, entretanto, não há evidências suficientes que recomendem uma determinada escala como superior à outra ou, ainda, em substituição ao julgamento clínico. Assim, recomenda-se que a escala escolhida seja utilizada apenas como um instrumento auxiliar na avaliação(1,2,4). Para este protocolo selecionou-se a escala de Norton como instrumento auxiliar para avaliação de risco para desenvolvimento de UP (Quadro 1).
ii. Exame físico e Avaliação do Risco:
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