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INFECÇÃO POR CANDIDÍASE VULVOVAGINAL NA GRAVIDEZ

Por:   •  23/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.272 Palavras (6 Páginas)  •  775 Visualizações

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INFECÇÃO POR CANDIDÍASE VULVOVAGINAL NA GRAVIDEZ

Míria Kayny da Silva Leão

RESUMO

As infecções vaginais são bem comuns na gravidez. A candidíase é causada por um minúsculo fungo chamado Candida albicans. Incluem-se neste espectro pacientes com ou sem sintomas cujo diagnóstico foi estabelecido por cultura positiva de secreção vaginal. Durante a gestação, a região vaginal é rica em glicogênio, uma substância que promove o crescimento desse fungo. Uma mulher grávida é dez vezes mais suscetível à candididíase do que quando não está esperando bebê.  Apresento, neste caso, um estudo terapêutico e evolutivo da doença em uma paciente gestante, dando enfoque às causas e consequências da patologia.

ABSTRACT

        How vaginal infections are quite common in pregnancy. Candidiasis is caused by a tiny fungus called Candida albicans. They include if this pacientes spectrum with or without symptoms whose diagnosis was established by positive culture of vaginal secretion. During pregnancy, vaginal and rich region in glycogen, a substance that promotes the growth of this fungus. A pregnant woman and ten times more susceptible to candidíase do que when not expecting baby. Present in this case, a therapeutic and evolutionary study of the disease in a pregnant patient, by focusing on the causes and consequences of the disease.

INTRODUÇÃO

Candidíase vulvovaginal (CVV) é uma infecção da vulva e da vagina, causada pelas várias espécies de Candida, fungos comensais das mucosas vaginal e digestiva, que podem tornar-se patogênicos, sob determinadas condições que alteram o ambiente vaginal.

 Muitos fatores de risco potenciais

disponentes da contaminação vaginal, dentre eles a higiene anal realizada no sentido do ânus para a vagina, e os resíduos de fezes nas calcinhas poderiam ser a origem das levedura no desenvolvimento da candidíase vulvovaginal, Assim, dados epidemiológicos, fatores de risco e mecanismos patogênicos permanecem ainda inadequadamente estudados (ROSA, M., 2004).

A candidíase vaginal (CV) continua sendo extremamente comum, uma vez que quase todas as mulheres experimentam esse desagradável quadro genital pelo menos uma vez em algum momento de suas vidas. A grande maioria das cepas isoladas da vagina correspondem a espécies da C. albicans, estimando-se que a proporção de infecções por cepas não-albicans venha aumentando progressivamente nos últimos anos. Clinicamente ambas são indistinguíveis, causando sintomatologia muito semelhante. Todavia, tem sido rela tado que a C. albicans está mais associada com os sintomas do que as cepas não-albicans, as quais geralmente são mais resistentes às terapias habituais. A cândida

é um microrganismo dimórfico, e pode ser tido como comensal ou patogênico, na dependência dos seus fatores próprios de virulência e dos fatores de defesa do hos-

modo durantes as relações sexuais. O exame físico descreve PA 120x80 mmHg, temperatura corporal de 36,7° C, 79 bat./min, 18 rpm, com 1, 60m pesando 64 kg.

        Durante a anamnese foi perguntado sobre seus hábitos de higiene, histórico sexual, alimentação, condições sociais e econômicas. A paciente relatou trabalhar como costureira, passar o dia inteiro de calça de jeans, ter apenas seu marido como parceiro sexual, faz consumo de grande quantidade de alimentos ricos em açúcar e não fazer uso de sabonete íntimo. A Enfermeira, de acordo com o fluxo, características do corrimento vaginal e exame a fresco diagnosticou Candidíase.  Prescreveu Miconazol creme 2% - 1 aplicação (5g) à noite por 7 a 14 dias. Foi orientado à paciente a importância de fazer o tratamento corretamente e possíveis complicações para o bebê, caso não faça- o. Aconselhou-se fazer uso de sabonetes neutros, roupas frescas e folgadas.

TRATAMENTO

O nitrato de miconazol creme vaginal está indicado no tratamento de afecções vulvovaginais e perianais produzidas por cândida. É um agente antifúngico, com amplo espectro de ação, atingindo igualmente os dermatófitos e leveduras patogênicos para o homem. A-

2010).

As mulheres que realmente apresentarem CVVR, tendo os quatro ou mais casos devidamente documentados, devem se submeter à avaliação clínica e laboratorial visando a confirmar a presença do fungo, bem como a sua espécie, e descartar outras causas.

Na gravidez, restringe-se o tratamento à via vaginal, no mínimo por sete dias, estando os azólicos orais contraindicados. Embora pareça controverso, o tratamento do parceiro sexual assintomático não é recomendado, não diminuindo as recidivas nas pacientes com CVVR (FEURESCHUETTE, et al., 2010).

CONCLUSÃO

Uma infecção por Candida Albicans em uma gestante não irá prejudicar ou afetar seu bebê em desenvolvimento. No entanto, durante o trabalho de parto, há uma chance de que o recém-nascido contraí-la quando passar pelo canal vaginal. Se isso acontecer, o bebê pode desenvolver candidíase oral.

A sua prevenção pode ser feita com o uso de calcinhas de algodão, uso preferencial de saias, evitar calças apertadas, evitar protetores de calcinha perfumados e procurar dormir sem calcinha. Candidíase na gravidez não é perigoso, mas deve ser tratada adequadamente pelo médico obstetra para evitar a contaminação do bebê durante o nascimento.

para candidíase vulvovaginal têm sido descritos, embora não haja consenso na literatura, incluindo o recente uso de antibióticos, contraceptivos orais, a presença de diabete melito, gravidez, uso de roupas justas, absorventes e deficiências imunológicas específicas. Especula-se que hábitos higiênicos inade-

quados possam ser possíveis fatores pre-

pedeiro. Para que ocorra a candidíase vaginal clínica, o fungo precisa vencer a batalha com o meio vaginal e invadir a mucosa, causando sintomatologia. Geralmente isso é favorecido por alguns fatores classicamente reconhecidos como predisponentes para a CV: gravidez, uso de anticoncepcionais orais de alta dosagem, diabete melitos descompensado, uso de corticóides, imunossupressores e antibióticos. Rosa e Rumel, também em recente publicação nesta revista, associaram a CV com ciclos menstruais normais. Além disso, com alterações na resposta imunológica, hábitos de higiene e vestuário inadequados, e contatos com alergenos e/ou irritantes da genitália.  

OBJETIVO

Este trabalho teve como objetivo apresentar informações sobre a ocorrência de candidíase vulvovaginal em paciente gestante, guiar, incentivar o profissional da saúde sobre a importância do assunto, inspeção dos sinais e reflexão dos sintomas para que seja feito o diagnóstico preciso e tratamento adequado da patologia.

RELATO DE CASO

Paciente, natural da cidade de Picos– PI, 29 anos, branca, no quarto mês de gestação, compareceu à UBS Belinha Nunes relatando prurido, ardor, vermelhidão, corrimento vaginal e incô-

presenta ação fungistática de alta potência, capaz de inibir o crescimento de colônias de diferentes espécies de Cândida. Seu mecanismo de ação está baseado na inibição da biossíntese de ergosterol do fungo e alteração da composição de outros componentes lipídicos da membrana do fungo, o que resulta na necrose destas células. Seu efeito antipruriginoso é potente, proporcionam Devido à disponibilidade sistêmica limitada após aplicação vaginal, é improvável que ocorram interações clinicamente relevantes. Entretanto, em pacientes recebendo anticoagulantes orais, como varfarina, deve-se ter cautela e o efeito anticoagulante deve ser monitorado.

DISCUSSÃO

A maioria das mulheres com sinto-

mas vaginais pode ser rapidamente diagnosticada com a avaliação da secreção vaginal por microscopia. Deve ser realizado exame de rotina para pesquisar a presença de micélios ou esporos, característicos da candidíase, além de lactobacilos e polimorfonucleares (PMN), e também para afastar clue cells e Trichomonas vaginalis. O exame a fresco é realizado com material retirado das paredes laterais da vagina, com espátula de Ayre ou swab, que é então depositado em lâmina e misturado com uma ou duas

gotas de solução fisiológica e coberta com lamínula (FEURESCHUETTE, et al., adequadamente pelo médico obstetra para evitar a contaminação do bebê durante o nascimento.

REFERÊNCIAS

ROSA, M; RUMEL, D. Fatores associados a candidíase vulvovaginal: estudo exploratório. RBGO, v. 26, n. 1, p. 65-70, 2004.

HOLANDA, A.; et al.,  Cadidíase vulvovaginal: sintomatologia, fatores de risco e colonização anal concomitante. Rev Bras Ginecol Obstet, v. 29, n. 1, p. 3-9, 2007.

SIMÕES, JOSE. Sobre o diagnóstico da candidíase vaginal. [Editorial] Rev Bras Ginecol Obstet. v. 27, n. 2, p 58-63, 2005.

FEUERSCHUETTE, O. et al. Cadidíase vaginal recorrente: manejo clínico. Feminina. v. 38, n. 2, 2010.

 

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