INFLUÊNCIA DAS CRENÇAS RELACIONADAS AO GÊNERO NO ATENDIMENTO EM SAÚDE ÀS MULHERES HOMOSSEXUAIS

ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DE VITÓRIA – FAESA

FACULDADES INTEGRADAS SÃO PEDRO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

RAFAELLA CORTI PESSIGATTI

RUBIA LUCIANA LOPES CORTI PESSIGATTI

INFLUÊNCIA DAS CRENÇAS RELACIONADAS AO GÊNERO NO ATENDIMENTO EM SAÚDE ÀS MULHERES HOMOSSEXUAIS

                                                         VITÓRIA

2015

RAFAELLA CORTI PESSIGATTI

RUBIA LUCIANA LOPES CORTI PESSIGATTI

INFLUÊNCIA DAS CRENÇAS RELACIONADAS AO GÊNERO NO ATENDIMENTO EM SAÚDE ÀS MULHERES HOMOSSEXUAIS

Projeto de Pesquisa do Curso de Graduação em Enfermagem apresentado às Faculdades Integradas São Pedro, sob orientação do prof. Vitor Nunes Rosa.

VITÓRIA

2015

1 INTRODUÇÃO

1. O PROBLEMA

Apesar das políticas e dos direitos humanos, as mulheres homossexuais enfrentam grandes desafios, e uma das dificuldades dessas mulheres é o acesso à saúde.

Em alguns casos, quando a mulher homossexual manifesta sua orientação sexual, os profissionais de saúde, inclusive enfermeiros, oferecem um atendimento mais rápido, ou não solicitam exames, mostrando preconceito, assim comprometendo o atendimento (FACCHINI et al. 2006).

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Na ótica das mulheres homossexuais, em que medida as crenças relacionadas ao gênero influenciam o atendimento em saúde dispensado a elas pela equipe de enfermagem?

1.3 OBJETIVOS

1.4.1 Geral

Analisar a percepção das mulheres homossexuais quanto ao atendimento prestado pelos profissionais de enfermagem em razão das crenças relacionadas ao gênero.

1.4.2 Específicos

• Explicar as relações de gênero na realidade social e cultural brasileira.
• Elencar as políticas públicas de inclusão social e direitos humanos na área da saúde, principalmente as relacionadas à questão de gênero.
• Apresentar as diferentes formas de atendimento à mulher homossexual.
• Observar as relações entre mulheres homossexuais e enfermeiros.
• Identificar as percepções das mulheres homossexuais quanto ao atendimento dos profissionais de enfermagem no âmbito específico da saúde da mulher.

1.5 JUSTIFICATIVA

Este trabalho poderá contribuir para melhorar relações entre mulheres homossexuais e enfermeiros, consequentemente melhorando o atendimento, e promovendo a saúde, uma vez que a saúde dessas mulheres merece uma devida atenção.

Considera-se também a importância desse estudo no contexto de vivência das políticas públicas que envolvem direitos humanos na saúde.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Araújo (2005):

O termo "gênero", na sua acepção gramatical, designa indivíduos de sexos diferentes (masculino/feminino) ou coisas sexuadas, mas, na forma como vem sendo usado, nas últimas décadas, pela literatura feminista, adquiriu outras características: enfatiza a noção de cultura, situa-se na esfera social, diferentemente do conceito de "sexo", que se situa no plano biológico, e assume um caráter intrinsecamente relacional do feminino e do masculino.

A história das mulheres não pode ser vistas separadamente da historia do homem, onde os dois estão em uma mesma esfera, pois um tem haver com o outro sexo (ARAUJO, 2005).

De acordo com Scott (1995), citado por Araújo (2005), o gênero é uma esfera social imposta sobre um corpo sexuado, e é uma palavra utilizável, pois transfere distinção da prática sexual dos papéis sexuais conferidos às mulheres e aos homens.

O gênero também é utilizado para diferenciar a categoria de igualdade e da diferença, em que aponta uma nova perspectiva de interpretação e transformação da realidade social (ARAUJO, 2005).

Segundo Araújo (2005), “ao tematizar o ‘direito à diferença’, esses movimentos sociais propõem novos imperativos categóricos para o ‘respeito às diferenças’, a ‘preservação das particularidades culturais’, a ‘irredutibilidade das experiências de gênero".

A luta pelo reconhecimento das mulheres e também para seus direitos humanos básicos ainda e contínua, mesmo sua situação ter sido melhorada de muitas formas

(E. DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES, 2011)

Os direitos humanos tornaram claro que os Direitos Humanos, mesmo envolvendo frequentemente uma discriminação oculta contra as mulheres, que faz parte de um grupo vulnerável, assim como a população indígena, idosa e crianças, o que os tornam unidos por sofrerem uma discriminação, e ainda não serem capazes de gozar plenamente de seus direitos básicos (E. DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES, 2011).

As mulheres embora contribuíssem de igual forma, para a evolução do sistema político, econômico e social, a atenção dada aos problemas das mulheres é mínima. Mesmo com cegueira relativamente ao gênero e a esses fatos, é detectável que não pode haver neutralidade de gênero nas leis internacionais e nacionais (E. DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES, 2011).

A saúde envolve o bem estar emocional, social e física, acessíveis e aceitáveis da sua escolha, bem como o direito ao acesso a serviço de saúde adequados. A realidade na saúde e diferente, conduzindo perigos para saúde das mulheres, incluindo a violência física e sexual, as doenças sexualmente transmissível (HUMANOS DAS MULHERES, 2011).

Em muitas sociedades, mulheres são sujeitas a violência física, sexual e psicológica que é transversal a diferentes rendimentos, classes e culturas, tanto na vida pública, como na privada (HUMANOS DAS MULHERES, 2011).

Muitas vezes mulheres que já sofreram abuso sexual, optam a se tornarem mulheres homossexuais, e outra por opção de vida ou decepções com parceiros do gênero oposto (HUMANOS DAS MULHERES, 2011).

Segundo Souza et al. (2014):

Nos Estados Unidos da América foram realizados estudos sobre a homossexualidade feminina, que, majoritariamente, apontaram para um alto índice de morbidade a esta população, como câncer de mama e do colo do útero e obesidade. Os fatores que contribuíram para esta condição estavam relacionados ao uso abusivo de álcool, drogas ilícitas, tabagismo, a não utilização do serviço de saúde e a fragilidade de ações em saúde voltadas para as lésbicas.