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MODELO CONCEPTUAL DE VIRGINIA HENDERSON

Por:   •  21/1/2018  •  Projeto de pesquisa  •  6.978 Palavras (28 Páginas)  •  2.874 Visualizações

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1- ENQUADRAMENTO TEÓRICO  

1.1 – MODELO CONCEPTUAL DE VIRGINIA HENDERSON

Virgínia Henderson (VH) define que a função de um enfermeiro é assistir o indivíduo, doente ou são, na realização de atividades que contribuem para alcançar o estado de saúde desejável, para a sua melhoria, na qual ele realizaria sem auxílio, se tivesse força para tal, vontade e conhecimento necessários. (IPO, 2007)

“A única função da enfermeira é assistir o indivíduo, doente ou saudável, no desempenho das atividades que contribuem para a saúde ou para a sua recuperação (ou para morte pacifica) que executaria sem auxílio, caso tivesse força, a vontade e os conhecimentos necessários. E fazê-lo de modo a ajudá-lo a conseguir independência tão rapidamente quanto possível.” (Henderson, 2007, p.3)

Defende que a figura central e principal dos cuidados de enfermagem é a pessoa, devendo o enfermeiro fornecer-lhe todos os cuidados necessários para a satisfação das suas necessidades, sendo então um processo em que o profissional de saúde deve ajuda- la a adquirir, novamente, a sua autonomia e independência. (TOMEY e ALLIGOOD, 2004)

 Henderson anuncia três níveis de relação enfermeiro-doente nas quais o enfermeiro pode ser substituto do doente, ajudante do doente e companheiro do doente (de acordo com o nível de independência do individuo se encontrar afetada).

Segundo Phaneuf (2001), o modelo conceptual de VH é a “Organização conceptual dos cuidados de enfermagem, baseada no conhecimento e na satisfação das necessidades da pessoa em referência ao desenvolvimento ótimo da sua independência.”

Henderson observando o individuo de uma forma holística e não como um ser individualizado, criou um modelo conceptual onde identifica as seguintes catorze NHF:

-Necessidade de respirar; comer e beber; eliminar os resíduos corporais; movimentar-se e manter uma postura correta; dormir e repousar; vestir e despir; manter a temperatura corporal dentro dos limites normais; estar limpo e proteger os tegumentos; evitar os perigos; comunicar com os seus semelhantes; agir segundo crenças e valores; ocupar-se com vista a realizar-se; recrear e divertir; aprender.

Todas estas necessidades encontram-se interligadas, variando a satisfação destas de pessoa para pessoa, pois cada indivíduo possui os seus fatores culturais, sociais, psicológicos, diferindo entre os demais. É importante também perceber que o que é “correto” para um individuo pode ser “incorreto” para outro, variando a perceção que cada individuo tem sobre o que é “normal” e/ou “anormal”. A insatisfação de uma das NHF, irá provocar um desequilíbrio na satisfação das outras necessidades, ou seja, quando uma necessidade não é satisfeita, o individuo fica dependente na mesma (sendo necessário o equilíbrio da homeostasia, promovendo a independência).

A satisfação de uma NHF pode ser parcial e ser satisfatória para que o individuo possa ter uma vida normal. Esta interligação permite observar o quão complexo é o ser humano e a importância de que as necessidades devem ser satisfeitas no seu conjunto e não isoladamente, uma vez que o individuo é visto como um todo e não pela soma das partes, tal como este modelo afirma. (Phaneuf, 2001).

1.2- MODELO DE TRANSIÇÕES SAUDE/DOENÇA DE AFAF MELEIS

A transição refere-se ao modo como as pessoas respondem às mudanças ao longo do tempo. As pessoas passam por transições quando necessitam de adaptar-se a novas situações ou circunstâncias, de modo a incorporarem o evento de mudança, nas suas vidas (Schumacher, Meleis. 1994). Segundo Meleis (1997), a vida baseia-se em transições que correspondem a mudanças, por vezes dramáticas e penosas, que ocorrem durante o processo de desenvolvimento pessoal e familiar, gerando assim stress, insegurança e provocando ruturas no ciclo vital. Perante esta nova situação, a pessoa tentará adaptar-se de forma a restabelecer o seu bem-estar. No que diz respeito à saúde e à doença, a transição ocorre quando o individuo passa de um estado saudável para um estado de doença onde ocorrem diversas mudanças drásticas que provocam alterações psicológicas e até na vida.

1.3- PROCESSO DE ENFERMAGEM

O processo de enfermagem tem como objetivo organizar, e prestar, os cuidados de enfermagem que o utente necessita. Este exige a integração de elementos de pensamento crítico para fazer juízos de valor e implementar ações racionais. O processo de enfermagem é usado para identificar, diagnosticar e tratar reações humanas à saúde e doença e consta de cinco fases: apreciação inicial, diagnóstico de enfermagem, planeamento, implementação e avaliação. (Potter e Perry, 2006, p. 86).

“O processo de Enfermagem é um processo intelectual e deliberado, estruturado segundo etapas logicamente ordenadas, utilizado para planificar cuidados personalizados, visando a melhoria do estado de saúde da pessoa cuidada. (...) Contribui para o desenvolvimento de todo um leque de conhecimentos próprios de Enfermagem e favorece as intervenções autónomas.” (Phaneuf, 2001, p. 92).

O processo de Enfermagem está dividido em cinco etapas fundamentais que permite organizar o pensamento de forma a fazer uma tomada de decisão acertada, uma boa resolução de problemas e prestação de cuidados, de forma individualizada, com qualidade:

- Avaliação inicial – consiste na recolha de dados relacionados com o doente

- Analise e interpretação dos dados recolhidos na etapa anterior – permite ao enfermeiro obter um diagnóstico de Enfermagem.

- Planificação – processo onde se esquematiza um plano de cuidados com o objetivo de resolver e satisfazer as necessidades do doente.

- Execução das intervenções – etapa que consiste na execução do plano de cuidados

- Avaliação final – Apreciação dos resultados obtidos avaliando as intervenções realizadas.

Desta forma, é importante a utilização do Processo de Enfermagem, isto porque, utilizando as etapas descritas anteriormente uma vez que conseguimos após uma avaliação inicial estabelecer objetivos, identificar as necessidades do doente e escolher as intervenções acertadas para alcançar os objetivos propostos inicialmente.  

2 – COLHEITA DE DADOS

Segundo o Potter e Perry (2006), o processo de enfermagem é constituído pela colheita de dados, diagnóstico, planeamento, implementação e avaliação. A colheita de dados sendo a primeira etapa deste processo é a base fundamental de qualquer intervenção de cuidados de enfermagem. Esta permite fazer uma avaliação global da pessoa em estudo, percebendo como se relaciona com o ambiente que a rodeia (comportamentos, hábitos, costumes).

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